19. MAIS UMA BREVE DESVENTURA NOS CÉUS

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UMA CORTINA de fogo surgiu do nada e colocou-se entre eles e os feiticeiros quando um helicóptero negro despontou do prédio como por mágica. A aeronave se aproximou, as pás giratórias rugindo, avizinhando-se a poucos centímetros acima do solo.

De dentro do helicóptero, a cabeça de Marcus apareceu ao lado do seu raiju Léo. Daniel nunca pensou que o rosto do Mestre seria um dia a visão mais linda do mundo!

— Estão fazendo o que, otários? Venham logo!

Quando chegaram ao helicóptero, Regina ajudou a colocar Arthur na traseira da aeronave, depois ela e Daniel colocaram Júlia- o helicóptero não era grande, o espaço caberia no máximo cinco pessoas. Imediatamente, os motores aceleraram, gemendo com força total e se dirigindo para o céu. O momento, para Daniel, pareceu durar uma eternidade.

— Como nos encontrou aqui? — Daniel acomodou-se no assento ao lado de Marcus, amarrou o cinto e colocou os fones, pendurados sobre o assento, no ouvido. E então viu o lampejo de irritação nos olhos do Mestre. Por um segundo pensou no motivo, depois percebeu o que acabara de dizer.— Ah, estamos sem os sacos de feitiços.— ele virou a cabeça para se certificar de que Arthur e Júlia estavam bem. Eles ainda estavam inconscientes. Viu que Regina tinha fechado os cintos de segurança deles.— Esta bem, cara, é logico que ficou fácil de nos rastrear depois disso.— acrescentou, voltando sua atenção para as fileiras de botões e mostradores a sua frente.

— Por falar nisso...— Marcus pôs a mão direita no bolso do assento e de lá tirou sacos de feitiços que enfiou na mão de Daniel.— Eles não vão adiantar de nada se tentarem usar magia com esses bracelet...

Marcus parou, sentindo uma batida no ombro e virou a cabeça. Arthur estava acordado agora.

— O quê?— Marcus perguntou, por cima do terrível barulho das hélices.

— Sabe como tirar essas porcarias de nossos pulsos, imagino.— Arthur perguntou, de pé, atrás do assento de Marcus.

— Sei. Mas leva algum tempo. Agora ponha seu rabo de volta no assento, seu filho de um cão!

Arthur atirou-se no mesmo instante no assento ao lado de Léo e amarrou o cinto. Daniel se virou novamente. Júlia estava com os olhos abertos, sorriu para ele, cansada.

— Como entrei nessa?

— Cara, olha. O importante agora é sairmos vivos dessa confusão.— ele disse, enquanto entregava os sacos de feitiços para ela. Júlia os distribuiu para Arthur e Regina.— Você se mostrou muito corajosa.

Daniel percebeu que Regina balançou a cabeça e revirou os olhos, olhando para Júlia como se a achasse a mais idiota. Mas Regina deu um longo bocejo e se esqueceu de cobrir a boca, o que significava que estava realmente cansada. A magia a tinha esgotado. Daniel também estava cansado, mas não queria nem pensar em se deixar levar pelo sono novamente. Tinha que dizer a Marcus a direção que teriam que tomar. Por hora, o importante era se afastarem daquela base o máximo possível.

— Nunca pensei que teria que usar minhas habilidades de ex-delinquente juvenil novamente.— disse Júlia.

— Você foi uma delinquente juvenil?— perguntou Arthur, interessado.

— Fui, fiz algumas besteiras quando mais nova, depois que eu descobri algumas coisas sobre a minha família...— o olhar de vagou por um passado distante.— Arrombei alguns carros, grafitei outros com spray... É passado.— ela olhou pela janela, para o céu coberto de nuvens, encerrando esse assunto e passando para o seguinte quando um clarão vermelho iluminou o céu rapidamente roubando sua atenção.— Tem alguma coisa errad...

As crônicas Darwich. Chave de CobreOnde histórias criam vida. Descubra agora