Sorveteria

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

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CAPÍTULO IX - SORVETERIA

- Baile de casais? – Pergunto, surpresa com o relato de Steve. Ele assente, enquanto mastiga um pedaço de sua carne. Pego um pouco de batata e dou para Liz, que brincava animada com uma outra colher – E você confirmou que nós iriamos?

- Eu tentei recusar, mas eles foram bastante incisivos. – Explica Steve, suspirando cansado. Ele bebe um pouco de suco e me encara com um sorriso preocupado. – Eu sinto muito. Se você não estiver com vontade de ir ao baile de casais, posso dizer que nós conversamos e decidimos que é melhor a gente não ir.

- O problema não é que eu não esteja com vontade. Acho que seria divertido. Mas fico preocupada em deixar as crianças sozinhas. – Confesso, limpando o rosto de Liz, que havia se sujado com o caldo da carne.

- Eu posso cuidar deles. Eu acho que seria legal vocês terem um tempo para vocês. Ainda mais com todas as coisas que estão fazendo por nós. – Afirma Kayla e eu sorrio, agradecida. – Nós vamos ficar bem. Eu sempre me saí bem na tarefa de ficar de olho deles enquanto estávamos nas ruas.

- Você é um amor e sei que é capaz de fazer um excelente trabalho cuidando dos seus irmãos. Não tenho dúvidas de que é ainda melhor do que eu, mas estou preocupada que Schmidt apareça de repente e não tenha ninguém para proteger vocês. – Respondo, dando um fraco sorriso. Dou um pedaço de carne para Liz, que pega com a mão e começa a brincar com a comida. Aproveito da distração dela para comer a deliciosa comida de Steve.

- Alfred disse que a sogra dele pode vir ficar de olho nas crianças e que não vai cobrar nada. – Conta Steve e eu o encaro confusa. – Eles moram a umas cinco casas subindo a rua. Ao que parece, desde que a filha dele foi para a faculdade, a sogra dele tem se sentindo inútil e cuidar de Hailey, Tommy e Emma pode ser um bom passatempo na rotina monótona dela. E acho que realmente, o que ela mais vai gastar é energia ficando com eles.

- Ah, eu tenho certeza que sim. – Respondo, rindo. Suspiro e penso no assunto. De fato, seria divertido ir a uma festa. A última vez que estive em uma foi no aniversário de meu afilhado e ele tem seis anos. Quanto a festa de adulto, a última que eu consegui ir foi na de aniversário de Clint no ano passado. Seria bom sair para dançar e me distrair um pouco.

- Você vai sair com o papai, mamãe? – Pergunta Alex com preocupação.

- Você não quer que a gente vá? – Questiono, curiosa pela reação da criança. Hoje ele estava mais quieto e pensativo.

- Não quero que deixe a gente. – Confessa o garoto e eu acabo sorrindo.

- Nós não iremos deixar vocês, Tommy. É apenas uma festa. Se a gente for, nós iremos voltar. Eu prometo. – Afirmo e ele sorri, parecendo aliviado. Viro-me para Kayla, que terminava de comer. – Você tem certeza de que não se importa de ficar aqui com os seus irmãos e a sogra de Alfred?

- Tenho sim. Podem ir. Nós vamos passar a noite assistindo algum filme até eles pegarem no sono. – Responde Kayla, dando um sorriso sincero.

- Então nós vamos? – Pergunta Steve, animado como uma criança. Rio de seu comportamento e assinto.

- Sim. Nós iremos. – Concordo e seu sorriso se torna ainda maior. Volto a encarar Kayla. – Por que não chama algumas amigas da escola para virem dormir com você?

- Não fiz muitas amigas. – Confessa Kayla, passando a encarar o próprio prato. Ela dá um fraco sorriso e dá de ombros. – Sendo sincera, eu não fiz nenhuma. Todos já possuem grupinhos, então é difícil me encaixar. Eu não sei nada sobre os assuntos que eles conversam e aparentemente, para as garotas da escola, saber sobre astrologia é muito mais importante do que astronomia.

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