ROMANCES MENSAIS
LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO
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CAPÍTULO XXIX - VIDA NOVA
Meu corpo dói. Era como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Duas vezes. Tento abrir meus olhos, mas logo me arrependo de minha decisão, ao sentir a claridade maltratar minha visão sensível. Algo pesado está sobre minha mão. Decido tentar abrir meus olhos novamente, mas dessa vez, mais lentamente para me acostumar com o ambiente iluminado.
Olho para a minha mão, onde sentia o peso e me surpreendo ao ver Tony dormindo sobre ela. Não preciso analisar muito o ambiente para saber que eu estava em um hospital. Com cuidado para não acordar o homem, retiro minha mão debaixo dele e tento me sentar, mas a dor em meu corpo, em especial em minha barriga, não ajuda em nada e acabo desistindo. Até mesmo respirar estava sendo difícil.
- Steve...? – Sussurra Tony, acordando.
- Desculpa te acordar. – Digo, com a garganta rouca pela falta de uso.
- Não tem problema. Você está bem? Sente alguma dor? – Questiona, preocupado, aproximando-se mais de mim. Sorrio fracamente e suspiro ao sentir a dor em meu corpo.
- Meu corpo inteiro está doendo, mas eu estou bem. – Respondo, enquanto tento me levantar mais uma vez, só que as fortes dores em meu corpo me fazem desistir da ideia. Tony me ampara e me ajuda a deitar de novo.
- É melhor não se levantar. O canivete que entrou no seu abdome fez um corte profundo, então você teve que levar alguns pontos, além de ter machucado a cabeça de novo, fraturado uma costela e trincou o osso do braço esquerdo. – Orienta o homem que tenho como irmão mais velho, apertando um botão vermelho que havia ao lado de minha cama. – A enfermeira já deve estar vindo para verificar se você está bem.
- O que aconteceu? – Pergunto, um pouco confuso.
- Não se lembra de nada? – Questiona Tony, surpreso. – Por favor, não me diga que você está com amnésia de novo. Não agora que você tinha finalmente recuperado as suas memórias. Afinal, quantas vezes uma pessoa pode ter amnésia?
- Eu não estou com amnésia, apenas não me recordo de tudo o que aconteceu. Lembro de ter entrado no galpão onde Schmidt havia a prendido e que depois de brigar com ele e... fogo... Onde... onde está Peggy? – Indago, preocupado, relembrando que a última vez que vi a mulher, ela estava ao meu lado, enquanto esperávamos ser incendiados.
- Apesar dos ferimentos e de três dentes quebrados, ela está bem. Depois de ter certeza de que você estava bem, foi para casa para poder cuidar das crianças. Elas estavam apavoradas e Liz não parava de chorar chamando por vocês. Alex também estava muito assustado e chorou bastante. Kayla ficou se culpando e só se acalmou quando viu a mãe. – Conta Tony, dando um fraco sorriso. Ele me encara com um brilho de orgulho em seus olhos. – Você construiu uma família e tanto.
- Sim. – Suspiro e acabo sorrindo ao lembrar de minhas crianças. Eles deveriam estar mesmo muito assustados. Sinto meu peito apertar ao pensar que quase perdi a chance de os ver crescer. – E o que você está fazendo aqui? Pensei que tivesse ficado em Hawkins para ajudar Naty a cuidar dos preparativos para a audiência com os membros da HYDRA que nós prendemos nos últimos meses.
- E eu estava, mas assim que Sara me ligou, informando que Peggy tinha sido sequestrada e que você decidiu ir atrás do Schmidt sozinho, eu senti que isso poderia não acabar bem. Então voei para Beaufort o mais rápido possível para ter a certeza de que você não morreria antes que eu jogar na sua cara que eu estava certo esse tempo todo. Peggy sempre te amou e vocês só não ficaram juntos antes, porque você era covarde demais. Aliás, eu avisei! – Provoca Tony e eu bufo, revirando os olhos.
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Memórias de Novembro
FanfictionAs únicas certezas de que Peggy Carter tinha em sua vida era que poderia confiar sempre em seus instintos e que era a única pessoa que sabia todos os segredos de Steve Rogers, afinal eram amigos desde o jardim de infância e esteve ao lado dele em to...