ROMANCES MENSAIS
LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO
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CAPÍTULO XVII - Lembranças parte I
Criada por uma veterana do FBI, a minha educação sempre foi bastante rígida e baseada no forte senso de responsabilidade e em controle total. Apesar de minha avó ser carinhosa, havíamos inúmeras regras na casa tanto de comportamento quanto a horários de refeição, saída e chegada em casa. Depois que entrei para o FBI, a necessidade de ter o controle tanto das minhas emoções quanto da minha vida se tornou ainda maior.
Eu precisava ter cuidado com as minhas ações e ser o mais discreta possível nas missões nas quais eu era enviada. Estava sempre me reprimindo e me cobrando ao máximo para não perder o controle. Cada mínimo detalhe de minha vida foi traçado cuidadosamente por anos e eu não conseguia aceitar quando algum imprevisto acontecia e eu acabava tendo que partir para o plano "b".
Quando recebi a oferta para trabalhar com Steve, assim que ele descobriu que minha experiência na agência não estava sendo uma das melhores, eu cuidadosamente analisei os pós e contras de sair do que eu sempre planejei fazer da minha vida para realizar a vontade de minha avó de sair da arriscada profissão de agente do FBI.
Trabalhar com o meu melhor amigo me fez diminuir um pouco da minha obsessão de ter sempre o controle da situação que poderia me envolver, mas ainda não foi o bastante para aniquilar esse meu desejo ilógico de tentar ter o domínio de tudo. E não foram poucas as vezes que acabei me decepcionando por Steve está constantemente se atrasando, esquecendo de fazer alguma tarefa que eu pedi, viajando sem me avisar com mulheres desconhecida ou me estressando com suas provocações.
Mas agora, enquanto Steve e as crianças experimentavam o bolo que havíamos feito de chocolate com a ajuda de Peter, eu seguia para o nosso quarto, sentindo uma felicidade inexplicável em meu peito. Era incrível como eu me sentia tão bem com o fato de que minha vida continuava a mudar sem qualquer controle.
E o que eu mais gostava dessa situação é de que mesmo que nada esteja saindo como o planejado, eu não poderia imaginar uma vida mais feliz e completa como a qual eu estou vivendo com Steve e os nossos adoráveis filhos. Sorrio ainda mais ao pensar no assunto enquanto entro em nosso quarto e pego uma caixa que estava em nosso guarda-roupa.
Sento-me na cama e abro a caixa, conferindo todos os álbuns de fotos e objetos de imensurável valor emocional que eu havia pego na casa de Steve e na minha com a ajuda de Hillary, na esperança de que ao ter contato com essas lembranças, ele acabasse se recordando de todas as memórias que perdeu.
Volto a fechar a caixa e decido retornar para a sala de jantar, onde, como eu havia previsto, todos continuavam a comer o bolo de chocolate e a conversar de maneira animada. Como sempre, Peter é o primeiro a notar a minha presença e me encara com curiosidade ao ver a caixa que havia em minhas mãos.
- Que caixa é essa, sra. O'Brien? – Pergunta o rapaz e todos à mesa se viram para me encarar.
- Aproveitando que hoje é o dia de folga de Connor e que toda a família está reunida, pensei que seria uma boa ideia eu contar um pouco sobre o meu passado e o dele, antes de nos mudarmos para Beaufort, mostrando fotos, vídeos e objetos importantes para nós. Vai ser uma forma divertida contar a nossa história e estimular a mente de... de Connor. – Respondo, sorrindo para Peter e passo a encarar a todos. – O que vocês acham?
- Ideia excelente! Inclusive, você já pode ir embora, pirralho. Sua família já deve estar preocupada com a sua falta de presença, então se eu estivesse em seu lugar, iria agora mesmo para casa. – Steve encara Peter com um olhar ameaçador.
- Pai! – Kayla o repreende, envergonhada. – Mãe, fala alguma coisa!
- Connor, não seja um idiota. Peter já faz parte da família. Assim como nós, ele está em um programa de proteção a testemunhas e está longe da família. – Repreendo o homem, lançando um olhar severo a ele.
- Está tudo bem, sra. O'Brien. Acho que o sr. O'Brien tem razão. Está na hora de voltar para casa. – Afirma o adolescente, parecendo estar completamente sem graça.
- Não mesmo. Você irá agora mesmo para a sala de estar junto com todos nós para ouvir nossas histórias. – Respondo com a minha voz séria e intimidante, o que faz com que o rapaz se encolha, mas ainda permite que eu veja ainda mais determinação em seus olhos.
- Oba! Vamos ouvir histórias?! – Comemora Alex, animado.
- Não são histórias qualquer, Tommy. São histórias que servem como catalisador para o amor deles. – Comenta Kayla, observando até mais animada que o irmão mais novo, enquanto nos lançava olhares maliciosos.
- Hailey! – Repreendo a garota e ela me encara em desafio.
- Eu por acaso estou mentindo? Vocês são um casal de verdade agora, não é mesmo? – Questiona a garota com animação.
- Por que não vamos logo para a sala? Eu tenho certeza de que vocês vão amar ouvir das aventuras do super pai de vocês. – Desconverso, mas recebo olhares maliciosos de Kayla, Peter e Steve, deixando claro que eu não escaparia de seus questionamentos.
No entanto, não demora muito para que todos seguisse para a sala, animados para descobrir mais sobre o passado de Steve. Sorrio e o sigo logo atrás com a caixa em mãos. Enquanto eu me acomodava, no sofá, Steve se senta ao meu lado com Alex em seu colo. Kayla fica do lado esquerdo e Peter atrás de mim, segurando Liz no colo. Suspiro e me acomodo da melhor forma possível. Estava na hora de contar histórias.
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Memórias de Novembro
FanficAs únicas certezas de que Peggy Carter tinha em sua vida era que poderia confiar sempre em seus instintos e que era a única pessoa que sabia todos os segredos de Steve Rogers, afinal eram amigos desde o jardim de infância e esteve ao lado dele em to...