Esperança

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

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CAPÍTULO XXI - ESPERANÇA

- Obrigado pela carona. – Agradeço a Jarvis, assim que ele estaciona o carro em frente à casa de paredes cor de creme. A neve caia intensa pela cidade e o bonito jardim que antes decorava a entrada da casa agora estava coberto pela camada densa e branca de neve.

- Não foi nada. – Afirma Jarvis, dando um sorriso educado. Aceno em despedida e me afasto do carro. Estava muito frio e eu não via a hora de tomar um bom banho quente depois de um dia tão cansativo como o que eu havia tido. No entanto, antes que eu passasse do terceiro passo, ouço a voz de Jarvis me chamando. – Connor! Espera.

Viro-me para o homem e o vidro do carro estava abaixado, enquanto ele acenava para que eu me aproximasse. Encolhendo-me contra o meu casaco, aproximo-me do carro e me apoio na janela para ouvir o que o homem tinha a me dizer.

- Algum problema, tio Jarvis? – Pergunto e ele suspira, cansado.

- Apenas não se esqueça sobre o que conversamos de manhã. Você e Ashley precisam tomar uma decisão até amanhã. Se forem mesmo se mudar, preciso informar a seus superiores sobre a decisão e cuidar de toda a mudança mais uma vez. – Explica Jarvis e dessa vez sou eu quem suspira. Assinto, concordando e dou um fraco sorriso.

- Tudo bem. Amanhã de manhã eu terei a minha resposta. Eu prometo. – Garanto e ele aquiesce.

- Estarei esperando então. Boa noite, Connor. – Despede-se o homem, dando um pequeno sorriso.

- Boa noite, tio Jarvis. – Respondo e me afasto do carro.

O homem acena e parte em direção a sua casa que ficava a somente uns trezentos metros de minha casa. Observo-o por alguns instantes e, assim que sinto o frio começar a incomodar a pele sensível de meu rosto, retorno o meu caminho para entrada da casa a minha frente. Pego a chave da porta de entrada em minha mochila, abro a porta e entro, suspirando aliviado ao sentir o calor do ambiente familiar me envolver.

Tranco a porta e retiro meus sapatos, mochila e casacos, organizando-os no hall da entrada. Assim que sigo para a sala, encontro Alex sentado no tapete felpudo assistindo um desenho animado na televisão acompanhado de Liz, que estava com o mordedor em sua boca, tão concentrada na animação que nem mesmo havia notado a minha presença.

- Boa noite. – Cumprimento na porta da sala de estar, não demorando a ter a atenção das duas crianças.

- Papai! Você chegou! – Grita Alex, animado. O garoto corre em minha direção e abraça a minha cintura.

- Papai! – Liz também grita, imitando o irmão mais velho, antes de engatinhar em minha direção de maneira agitada.

Sorrio e abraço Alex, deixando um beijo no topo de sua cabeça. Então me abaixo para receber Liz, que não demora a chegar. Pego a bebê no colo e os abraços calorosos das duas crianças são o bastante para trazer aquela paz que eu precisava em meio a preocupação pela presença de Schimdt na cidade e ao cansaço que sentia depois de um dia puxado de trabalho.

- Onde está a mãe e a irmã de vocês? – Pergunto, voltando a me levantar com Liz em meu colo.

- Na cozinha, preparando comidas que a Emma e eu não podemos ficar perto. – Explica Alex, apontando para a cozinha da casa.

- Sua mãe e Hailey estão cozinhando? – Questiono surpreso e Alex assente, concordando. – E não tem cheiro de queimado pela casa? O que está acontecendo por aqui?

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