Processo

90 8 7
                                    

ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

📅

CAPÍTULO XVI - PROCESSO

Ao contrário do dia anterior, a movimentação do dia começou muito mais tarde. Até mesmo Liz havia acordado nove horas naquela manhã de domingo gélida. Mas como já havia virado rotina, assim que todas as três crianças e o agregado, nada bem-vindo da minha parte, se levantaram, Peggy e eu não tivemos muito escolha além de sair do aconchego de nossas cobertas para preparar o café da manhã e iniciar o novo dia.

Apesar da falta de tempo para conversar sobre a noite incrível que nós tivemos, o beijo de bom dia que recebi rapidamente de Peggy antes de ir atrás de Liz, que chorava desesperada de fome ao lado foi o bastante para eu saber que ainda teríamos muito tempo para conversar sobre nós e o nosso futuro quando a programa de proteção à testemunha terminar.

E assim, depois de lancharmos em meio a muitos risos e comentários sobre a noite anterior com Debbie por parte das crianças, Peggy decidiu que sua honra e orgulho como uma dedicada mãe de família e excepcional dona de casa estavam comprometidos por causa de sua falta de dotes culinários e decidiu que ao menos seria capaz de pelo menos fazer um bolo de chocolate seguindo o passo a passo de alguma receita da internet.

Kayla se animou com a experiência de fazer um bolo com a mãe e imediatamente se ofereceu para ajudar. O paspalho que parecia ter se esquecido que não morava com a gente, resolveu ajudar também, dando a desculpa que tinha alguma experiência na cozinha, então poderia ensinar Peggy e Kayla a fazer um bolo delicioso que é receita antiga de sua tia May.

Ao ver que a irmã mais velha e o idiota do Peter iriam participar do momento culinária, Alex também insistiu em ajudar junto com Liz, que segundo o garoto, tinha o direito de fazer parte desse momento tão divertido. E mostrando que eu não tenho valor nenhum nessa família, no instante em que eu abri a boca para me oferecer como mentor no lugar do pirralho enxerido, fui brutalmente expulso da cozinha com a desculpa que hoje era o meu dia de folga e que eu deveria descansar e que se eu permanecesse no ambiente, acabaria querendo ajudar de alguma forma. Até mesmo Liz pareceu me dar as costas.

Sentindo a dor da traição de minha família, não tenho escolha além de ir para a sala de estar, tentar assistir um pouco de televisão. No entanto, eu não tinha muita paciência para ver a programação que passava e decido fazer algo mais produtivo, já que as risadas e conversas animadas vindas da cozinha não me ajudavam em nada a me distrair.

Assim, acabo indo para o escritório da casa para estudar um pouco do processo de adoção do país. Desde que passei a ver as crianças como meus filhos, isso é algo que não sai da minha cabeça, mas por causa da rotina agitada, eu ainda não havia sentado para explorar esse universo que é um verdadeiro mistério para mim no momento. E depois de minha conversa com Peggy sobre a nossa decisão de nos tornamos pais oficialmente de Alex, Kayla e Liz, minha sede de conhecimento se tornou ainda maior.

Com o notebook em mãos e um escritório silencioso a meu dispor, passo a pesquisar mais sobre os procedimentos que Peggy e eu teríamos que passar para tornar nosso sonho realidade. Havia tantas informações importantes e interessantes sobre esse universo, que acabo me perdendo em meio as reportagens e textos informativos dos , que também é conhecido como agências de adoção.

Sem saber quanto tempo passo estudando, eu apenas retorno à realidade quando ouço os balbucios e risos de Liz invadir a sala, além dos passos delicados de Peggy. Sorrio, sem desviar o olhar da tela do notebook, sabendo que pela forma furtiva que a mulher tentava se aproximar pelas minhas costas, ela planejava me assustador.

Memórias de NovembroOnde histórias criam vida. Descubra agora