Psicólogo

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

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CAPÍTULO XX - PSICÓLOGO

- E então eu respondi para a professora que os gatos são mamíferos assim como os cachorros, as vacas e os seres humanos, assim como você me ensinou, mamãe. A professora disse que eu era muito inteligente e me deu a estrelinha dourada. – Conta Alex animado no banco de trás do carro ao lado de Liz, que dormia em sua cadeirinha.

- Parabéns, filho. Estou muito orgulhosa de você. – Elogio, sorrindo para o garoto, assim que estaciono o carro de frente ao colégio de Kayla e Peter. A garota não demora a aparecer e entrar no carro sozinha.

- Oi mãe. – Ela me cumprimenta, dando um beijo em minha bochecha.

- Oi meu amor. Onde está Peter? – Pergunto, vendo-a colocar o cinto de segurança.

- Ele vai para casa do Scott para passar a tarde jogando vídeo game. – Responde Kayla, dando de ombros.

- Hailey! Eu ganhei uma estrelinha dourada da professora. Olha! – Alex avisa, aproximando-se da irmã para exibir o adesivo de estrela que estava em sua blusa.

- Que legal, Tommy. O que ganhar estrelinha dourada significa? – Pergunta Kayla, enquanto eu começava a dirigir para a clínica onde ela e Alex teriam consulta com a psicóloga.

Alex volta a contar para a irmã sobre como respondeu corretamente à pergunta feita para os colegas, na qual nenhum deles foi capaz de responder. Sorrio, observando a felicidade dos irmãos em estarem frequentando a escola como crianças normais, sem preocupações com os traumas das ruas, apenas com a escola e as novidades que precisamos lidar na adolescência.

Por Beaufort ser uma cidade pequena, não demoramos a chegar à clínica. Assim que estaciono o carro no estacionamento do edifício onde fica a clínica, oriento as crianças a vestirem os agasalhos extras que eu havia trago no carro, imaginando que o dia ficaria ainda mais frio, e seguimos para o elevador. Alex continuava a tagarelar sobre a escola e como havia sido seu dia, narrando os deveres que ele havia feito e como havia brincado com seus amigos no intervalo.

Kayla também conta sobre a sua aula de física e como ela estava animada para fazer o projeto final com Peter. Aparentemente, eles fariam algo relacionado ao espaço e Kayla esperava conseguir simular algo semelhante a uma viagem espacial. Como ela e Peter fariam isso ainda era um mistério para mim, mas ela parecia confiante e radiante com a ideia, então tudo o que fiz foi sorrir e afirmar que estava a disposição para ajudar no que eles precisassem.

Felizmente, minha tática de não deixar Liz dormir logo depois do almoço surtiu efeito e a garotinha parecia cansada e letárgica demais pelo frio para acordar tão cedo do sono que tirava em sua cadeirinha. E assim que chegamos ao terceiro andar, nós seguimos para a clínica, onde nos identificamos e a recepcionista nos orientou a aguardar que não demoraria muito para que o dr. Chase não demoraria a nos chamar.

Kayla, Alex e eu nos sentamos nos bancos de espera e passamos a encarar a televisão, onde passava um desenho animado qualquer em volume baixo. Noto Kayla mexendo a perna freneticamente e a encaro confusa, tentando entender o que se passava em sua mente.

- Está tudo bem, querida? – Pergunto e ela me encara com um fraco sorriso. – Parece preocupada.

- Eu só não sei como devo agir. Eu nunca fui a um psicólogo antes e você sabe no que estamos envolvidos. E se ele me perguntar sobre o que aconteceu antes de... bem, você sabe. – Sussurra Kayla, atenta ao fato de que alguém poderia nos ouvir.

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