Carinho

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

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CAPÍTULO X - CARINHO

Sábado finalmente havia chegado, mas o dia estava longe de se sair como eu havia planejado. Começando pelo fato de que Liz estava doente, para o meu desespero e principalmente para o de Peggy, que não se aguentava de preocupação com a garotinha que estava lidando com a febre e o nariz escorrendo há dois dias. Por causa disso, a mulher não estava dormindo. Sempre angustiada com o fato de não conseguir fazer a bebê se sentir melhor, ainda que soubéssemos que não passava de uma gripe de inverno.

Felizmente, ela estava melhorando aos poucos. A febre havia abaixado consideravelmente ao amanhecer do dia e a criança finalmente conseguia dormir sem parecer sofrer ao respirar. No entanto, Peggy ainda parecia bastante aflita quando voltou para o quarto, após aferir a temperatura de Liz mais uma vez.

- O que foi? Aumentou? – Pergunto e ela nega, suspirando.

- Não. Agora ela só está um pouco quente, mas não chega a ser uma febre. Os remédios parecem finalmente estar fazendo efeito. – Responde, sentando-se ao meu lado da cama.

- Então qual é o problema? – Questiono, aproximando-me de Peggy. Passo meu braço por cima de seus ombros e ela se acomoda em meu peito, suspirando mais uma vez. – Por que parece tão preocupada?

- Eu só...

Antes que Peggy me contasse o que tanto a incomodava, a porta do quarto é aberta e um Alex eufórico entra por ela, vestido com um uniforme de um jogador de baseball. Além da blusa e da calça do New York Yankees, ele também tinha o boné, a luva, uma bola em mãos e o taco de baseball em outra. Ele sorria largamente e parecia não se caber em felicidade.

Sorrio também, feliz por ver que o presente que eu havia comprado para ele tinha ficado perfeito em seu corpo. Eu havia passado por uma loja no centro ontem e no momento em que meus olhos recaíram sobre o uniforme, não consegui evitar comprar para o garoto. Assim que ele pegou no sono, deixei a caixa com o uniforme no pé de sua cama. Imaginei que ele ficaria feliz, mas ver o sorriso genuíno de felicidade em seu rosto superou todas as minhas expectativas.

- Mamãe! Papai! Olha só! Eu sou um jogador dos Yankees! – Vibra o garoto, correndo para a cama onde Peggy e eu estávamos sentados. Ele se joga sobre Peggy e seus olhos brilham intensamente.

- Você está lindo, querido. – Afirma Peggy, sorrindo com a felicidade do garoto. – E quem foi que te deu isso?

- O papai! – Responde o garoto, subindo na cama. Afasto-me de Peggy para que ele conseguisse ficar entre nós. Alex me abraça e acho que nunca vi tanta alegria em seus olhos. – Obrigado, papai!

- De nada, filho. – Digo, correspondendo ao abraço.

- Nós já podemos ir jogar baseball, papai? – Pergunta o garoto, esperançoso, enquanto se afasta de mim para me encarar.

- Ainda é cedo, filho. Suas irmãs ainda estão dormindo. Por que não aproveita o dia de folga da escola e dorme mais um pouco? – Sugiro e ele nega freneticamente. Peggy ri do garoto.

- Não, papai. Eu não quero dormir. – Alex parecia determinado a ir jogar baseball no parque. – Podemos ir agora?

- Ainda não, Tommy. – Responde Peggy, deixando um beijo estralado na bochecha do menino, enquanto faz cócegas em sua barriga. Ele gargalha, encolhendo-se em minha direção, tentando fugir da mulher.

Memórias de NovembroOnde histórias criam vida. Descubra agora