Recado

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XI – MEMÓRIAS DE NOVEMBRO

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CAPÍTULO XXVII - RECADO

- Está tudo muito quieto. – Comenta Leonard, assim que fechamos a porta de entrada da construção antiga e abandonada. – Talvez seja melhor uma arma mais potente que essa que você está segurando. Não sabemos o que vamos encontrar.

Encaro o agente e o vejo estender sua arma para mim. Assinto e guardo a pequena pistola que ele havia me entregado antes de sairmos de casa e a pego, atento ao silêncio que se fazia. Observo o local e meus instintos me alertavam que havia algo de errado. Leonard tinha razão. Estava quieto demais. E pela minha experiência, isso nunca era um bom um bom sinal.

- Freddie, você está na escuta? – Pergunto, apertando o pequeno comunicador em meu ouvido.

- Sim, Steve. Pode falar. – Afirma Freddie do outro lado da linha.

- Quais são as informações que temos sobre o Caveira Vermelha? Algum ponto fraco? – Pergunto, ainda que eu duvidasse que houvesse muitas informações sobre o homem.

- Bom, pelo que eu consegui com o sr. Stark, não temos tantas informações assim. Após sua mãe ter morrido durante o parto, seu pai o tentou afogar, mas acabou se suicidando. Johann foi salvo por um médico local, mas acabou crescendo nas ruas, onde se tornou em um criminoso quando ainda era criança para sobreviver. Aos dezessete anos, ele foi adotado por um comerciante judeu e Johann se apaixonou pela filha dele, Esther Roit. Ele era conhecido por ser uma pessoa bastante agressiva e perigosa. E foi em um dos seus surtos violentos que ele tentou estuprar a garota e, envolto em fúria, a espancou até à morte, tornando-a sua primeira vítima que se saiba. – Conta Freddie e Leonard me encara, parecendo furioso com a história. – Depois disso, ele se tornou um assassino de aluguel e pouco tempo depois foi recrutado pela HYDRA para se tornar um assassino oficial deles. Não há registros de fraqueza, mas pelo que se sabe, ele possui força e agilidade sobrehumana, reflexos apurados, é bastante resistente e tem um intelecto genial, sendo um grande estrategista. Ele também possui uma mira impressionante e pelo que parece, ele prefere matar a distância.

- Em outras palavras, ele possui habilidades semelhantes às suas. – Resume Leonard, encarando-me com seriedade. Suspiro e assinto, concordando. – Isso explica ao fato dele ter conseguido te machucar, mesmo você sendo um dos melhores agentes da CIA.

- Certo, Freddie. Obrigado pelas informações. – Agradeço e me viro para Leonard. – Vamos subir e procurar pistas. Schmidt não está, mas deve ter alguma coisa por aqui que nos diga o paradeiro dele.

- Como pode ter tanta certeza de que ele não está aqui? – Pergunta Leonard, pegando uma arma em sua cintura, enquanto andamos em direção a escada que levava ao segundo andar do prédio.

- Porque se ele estivesse aqui, nós já teríamos sido atacados. Schmidt é o tipo de assassino que não perde tempo. Nós estamos em seu território. Ele já teria notado a nossa presença. – Afirmo, ainda que sentisse que não estávamos tão seguros assim.

Leonard assente, parecendo entender a minha lógica e sobe as escadas com cuidado. Provavelmente também sentia um certo perigo conforme explorávamos a loja de eletrônicos abandonada em que estávamos. No segundo andar, tudo estava bastante escuro e empoeirado. O lugar fedia a mofo e as carcaças de antigos aparelhos tecnológicos davam a impressão de que foi abandonada ainda no século passado.

E conforme procurávamos por alguma coisa que nos desse pistas dos planos de Schmidt ou que ele ao menos esteve no lugar, Leonard e eu tínhamos de lidar com as instabilidades das carcaças de computadores, impressoras e televisão, além dos insetos e ratos andando pelo local. O piso rangia e ainda haviam goteiras que tornavam o ambiente semelhante a um cenário de filme de terror.

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