Capítulo 72.

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Corro até ele, e passo a mão pelo seu rosto machucado.
"Meu Deus, o que aconteceu?" Pergunto.
"Nada, Elena." Ele diz ríspido, e passa por mim, subindo as escadas.
Eu sigo ele até o seu quarto.
"Me conta, o que ouve." Exijo.
"O que ouve é que você é uma traíra, pelo jeito que agiu quando sua mãe disse que iria se casar com o meu pai, você já sabia."
Ele diz, e tira a camisa, e deita na cama com dificuldade.
"Sabia sim, diferente de você eu quero ver a felicidade dos nossos pais, eu não vou ficar discutir isso com você, me conta o que ouve." Pergunto, novamente.
"Quando sai daqui, eu fui encontrar o pessoal, e acabei brigando com um filha da puta aí."
"Porquê?"
"Eu precisava descontar a minha raiva em alguém, parecia uma boa ideia na hora."
"Você tem que parar de descontar a sua raiva nas pessoas, Lucca." Digo, furiosa.
Eu saio do quarto, e ouço ele me chamar, mas não dou bola.
Vou até o meu quarto, e pego um kit de curativos, e volto para o quarto do Lucca.
"Aonde você foi?" Ele pergunta assim que entro no quarto, eu não digo nada, só balanço o kit que está em minhas mãos.
"Deixe eu cuidar de você." Digo.
Ele se senta na cama, e fica me olhando, enquanto eu passo o antisséptico em seu lábio inferior e passo um pomada em seu hematoma na bochecha.
Noto que a cortes em seus dedos, passo o algodão, e coloco band aid em seus dedos.
"Prontinho." Digo.
"Obrigada, minha linda."
"Por nada, só toma cuidado."
"Pode deixar, vem aqui." Ele abre os braços, e eu deito em seu peito nu.
"Você quer conversar sobre o que aconteceu?" Pergunto, enquanto passo o indicador em sua tatuagem de caveira na lateral da barriga.
"Quero." Ele, sussurra.
"Meus pais sempre brigavam muito, era um casamento turbulento, meu pai quase nunca estava em casa por estar sempre trabalhando, ele não dava atenção para a minha mãe e muito menos para mim, quando eu fiz oito anos a minha mãe pediu divórcio, eles se separaram e minha mãe saiu com uma mão na frente e outra atrás, ela não teve direto a nada, ele deixou ela sem nada, como ele tinha dinheiro e condições para cuidar de mim, ele acabou ficando com a minha guarda, eu não queria ficar com ele, mas não tinha oque fazer, minha mãe arrumou um emprego, e conseguiu um dinheiro e foi morar em Londres, para conseguir a vida lá."
Era tão bom, ele finalmente estar desabafando tudo isso, e deixando eu saber mais sobre ele.
"Ela trabalha em um loja de roupas, não ganha muito e vive fazendo hora extra para conseguir mais dinheiro, mora em um apartamento minúsculo, que não chega ser nem do tamanho da nossa sala."
"Por isso você tem raiva dele?" Pergunto.
"Sim, raiva por ele ter feito isso com ela, ela passa uma vida difícil, enquanto ele mora em uma mansão enorme, tem uma garagem cheia de carros, roupas de grife, enquanto ela não tem nada, ele deixou ela na merda."
"Eu sinto muito por isso, Lucca." Digo, e dou um beijo em seu peito.
"Está tudo bem agora, já passou." Ele faz carinho em meus cabelos.
"Nossos pais foram viajar, voltarão daqui a quatro dias." Digo.
"Está vendo, qualquer briga comigo ou estresse que ele passa, ele vai logo viajar, eles se casão quando?" Ele, pergunta.
"Daqui a um mês."
Ficamos minutos em silêncio, até que Lucca diz:
"Me desculpa por ter sido grosso com você, isso tudo é novo para mim, não estou habituado a ser gentil com as pessoas."
"Uma hora você aprende, ainda temos tempo." Digo, e me aconchego em seu peito.

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O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora