Capítulo 59.

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Lucca ri baixinho, e desliga o rádio.
"Assim você me magoa, Eleninha."
"Até parece que alguma coisa te magoa, você nem tem coração." Resmungo.
"Essa doeu."
Uma coisa boa das conversas que tenho com ele, é que pela primeira vez na minha vida posso dizer exatamente o que me vem à cabeça, sem me preocupar em ferir os sentimentos dele, já que ele não tem.
Lucca permanece em silêncio durante o resto do caminho, e eu faço o mesmo.
Não tenho nada para lhe dizer, bem, até tenho, mas é melhor ficar calada.
Finalmente paramos na porta de casa, e ele estaciona.
Quando eu abro a porta do carro para sair, noto que ele ainda nem tirou o sinto de segurança.
"Não vai entrar?" Pergunto.
"Tenho algumas coisas para fazer." Ele diz, sem olhar para mim.
"Ok." Digo, e saio do carro.
Quando entro no quarto, visto o meu pijama, tiro a maquiagem e escovo os dentes.
Me deito na cama, e minutos depois meu celular toca, atendo sem ver quem é.
"Oi, Elena." É o Cadu.
"Oi." Digo, surpresa.
"Será que podemos conversar?" Ele, pergunta.
"Claro." Digo.
"Elena, eu ainda gosto de você e sinto saudades suas, eu quero voltar com você, mas preciso saber que nada como isso nunca mais vai voltar acontecer, estou disposto a tentar deixar isso no passado por nós, mas tem que me prometer que vai ficar longe dele."
"Eu vou ficar longe." Digo.
Parte de mim sabe que estou apenas voltando com o Cadu, porque eu não quero ficar com o Lucca sabendo que na primeira oportunidade ele vai me trocar pela Catarina.
Estou cansada desse situação toda, eu queria ser levada a sério pelo Lucca, mais ele não consegue.
Depois de mais alguns minutos conversando, desligamos.
Fico lendo algumas páginas de orgulho e preconceito, para ficar com mais sono, até que escuto batidas na minha porta.
Saio da cama, e abro a porta.
"Lucca?" Digo.
"Elena."
Ele pega na minha mão, e me puxa para dentro do quarto.
"Oque está fazendo aqui, Lucca?" Pergunto.
"Você está bêbado?"
Os seus olhos estão vermelhos, e ele está cheirando a álcool.
"Estou bem, fica de boa." Ele diz, e me empurra passando por mim.
"Então, aonde está a Catarina?"
"Eu sla, porque deveria saber dela?"
Ele pergunta, e se joga na minha cama.
"Por nada." Minto.
Não sei porque eu perguntei dela.
"Belo pijama."
"Lucca, você tem que sair." Digo.
"Me deixa adivinhar, você voltou com ele, e uma das condições seria você ficar longe de mim?"
Ele, pergunta.
Como ele sabe de tudo isso?
"Como você sabe?"
"Eu sempre sei de tudo, Eleninha."
"Lucca." Advirto.
"O que estava fazendo antes de eu chegar?"
"Estava lendo um livro." Digo.
"Que livro?"
"Orgulho e preconceito." Respondo, e olho para ele.
"Você enfeitiçou meu corpo e alma, e eu amo, eu amo... eu te amo." Ele diz, olhando nos meus olhos.
"Nunca mais quero estar longe de você, de hoje em diante."
Término a frase.
"Não sabia que você gostava do senhor Darcy." Sorrio, sem mostrar os dentes.
"Eu sou um caixinha de surpresas." Ele diz, eu dou uma gargalhada.
"Você realmente é."
"Deixa eu ficar aqui com você."
"Não acho que seja uma boa ideia." Digo, e ele encolhe os ombros.
"Você não quer que eu atravesse o corredor bêbado, não é? Eu posso cair e me machucar, ou escorregar e cair das escadas."
Ele diz sério, e eu gargalho novamente.
"Tudo bem, mas você vai ficar no chão."
Ele faz biquinho, mas eu me mantenho firme.
Deus sabe o que iria acontecer se ambos deitássemos na mesma cama.
"Quer pipoca?" Ele, pergunta.
"Quero." Digo, e ele levanta.
"Já volto." Ele diz, e sai do quarto.
Ele está bêbado para ir para o quarto dele, mas sóbrio para descer e fazer pipoca, eu já saquei a dele.
Minutos depois, ele volta com um balde de pipoca e um copo com refrigerante.
"Prontinho." Ele me entrega o balde, e se senta no chão.
"Posso te fazer uma pergunta?"
Pergunto, e ele me olha.
"Pode." Ele diz, e dá um cole no refrigerante.
"A sua mãe, você tem contato com ela?" Pergunto.
Vejo sua feição mudar, mas logo em seguida ele relaxa.
"Tenho, ela mora em Londres, vejo ela duas ou três vezes no ano."
"Ah."
Depois de alguns minutos em silêncio, ele diz:
"Me desculpa." Ele me olha nos olhos.
"Pelo o que?"
"Por tudo, eu sei que sou um merda com você." Ele diz, e desvia o olhar.
"Você não é, você é uma boa pessoa Lucca."
Ele é uma boa pessoa, eu sei que é.
"Não tem nada de bom em mim, Elena."
Ele diz, e se senta ao meu lado na cama.

"Ele diz, e se senta ao meu lado na cama

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O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora