Capítulo 35.

7.2K 221 8
                                    

Ele deslisa a mão, para o meu pescoço, pelo meu ombro, e pousa ela na minha bochecha, a alisando.
"Eu tenho que ir para o meu quarto."
Minha voz sai como um sussurro, enquanto ele passa o polegar, no meu lábio inferior.
"Agora?"
Ele pergunta, e eu afirmo com a cabeça.
"Boa noite."
Digo, e sem saber o que eu estou fazendo, dou um selinho nele.
"Boa noite."
Ele diz, e me puxa para um beijo.
"Lucca."
Digo, e volto a beijar ele.
Eu sei que isso é errado, mas eu não consigo parar, quando eu estou com ele, eu não consigo pensar direito.
O beijo começou a ficar muito intenso, uma das suas mãos está debaixo do travesseiro, e a outra está percorrendo meu corpo.
"Lucca." Repito.
"O que?" Ele, pergunta.
"Eu preciso ir." Digo, ofegante.
"Fica, por favor."
Ele, pede.
Eu queria ficar, mas não devo.
"Eu não posso." Digo, e volto a ficar de barriga para cima, encarando o teto.
"Tem certeza?"
Ele pergunta, passando a ponta do dedo do meio, em volta do meu umbigo.
"Lucca..." Suspiro.
"Elena, eu sei que você quer isso tanto quanto eu."
Ele, diz.
Eu queria que ele estivesse errado, mas não posso fazer isso.
"Eu não posso."
Digo.
Me levanto, caminho até a porta, dou uma última olhada nele, e saio do quarto.
Foi a última vez, de uma vez por todas, eu preciso por um ponto final nisso.
Depois de sair do quarto dele, eu vou para o meu, que é em frente ao dele.
São quase duas da manhã, e eu decido ligar para Ana, eu preciso conversar com alguém.
"Alô, Elena você sabe que horas são?"
Ela atende, no terceiro toque.
"Eu sei, eu preciso desabafar."
Digo.
"O que ouve? Aposto que envolve o Lucca."
Ouço ela dar uma risadinha, sonolenta.
"A gente acabou de se beijar."
"De novo, eu não acredito que ele te beijou outra vez."
"Na verdade, foi eu que beijei ele primeiro, dessa vez."
"Você oque Elena? Você está gostando dele!"
Ela, afirma.
Não, eu não posso estar gostando dele.
"Eu não gosto dele, acabou acontecendo pelo calor do momento, não vai voltar acontecer."
"Você já disse isso, admite de uma vez, você gosta dele."
"Eu não estou, eu gosto do Cadu, ponto final."
"Ok, eu só vou te dar um conselho, se você realmente gosta do Cadu fique com ele, e esqueça o Lucca, se você continuar com o Cadu, e continuar se pegando as escondidas com Lucca, isso não vai acabar bem."
Ela está certa, eu tenho que por um ponto final nisso.
"Você está certa." Digo.
"Eu sei disso, agora vá dormir, tente descansar."
Ela diz, e encerramos a ligação.
Eu realmente não sei, o que me deu na cabeça para beijar o Lucca, eu sei que isso é completamente errado, não vai voltar a acontecer, chega.
No dia seguinte, eu acordo com a claridade, entrando pela janela do quarto.
Levanto, vou até o banheiro fazer minhas higienes, e troco de roupa.
Desço para tomar meu café da manhã, me sento a mesa junto com a minha mãe, Jeff já foi trabalhar, e eu ainda não vi o Lucca.
Que eu continue o resto do dia sem ver ele.
"Bom dia, filha."
"Bom dia, mãe."
Digo, e dou um gole no meu café.
"Filha, o que acha da gente marcar um jantar, e convidarmos o Cadu?"
Eu gelo na hora, não sei se isso seria uma boa ideia, mas eu concordo mesmo assim, vai ser bom o Lucca ver que sou comprometida, e apaixonada pelo meu namorado.
"Eu acho uma ótima ideia." Digo.
"Combinado, fala com ele e marque o jantar para hoje à noite."
"Será que o Jeff não vai achar ruim, mãe?"
Vai que ele ache ruim, por chamar meu namorado para jantar na casa dele.
"Claro que não filha, foi até ele mesmo que teve a ideia, agora que somos uma família, seria bom todos nos conhecermos."
"Seria ótimo."
Digo, e dou uma mordida na minha torrada.
"O Lucca e Cadu, poderiam virar até amigos."
Ela diz, e dá um gole no seu café, e eu me engasgo com o pedaço da minha torrada.
"Está tudo bem, filha?"
Ela pergunta, dando tapinhas nas minhas costas.
"Está sim." Minto.
Término de tomar o meu café,
e subo para falar com o Cadu.
"Oi, meu bem."
Ele atende, no segundo toque.
"Oi meu amor, tudo bem?" Pergunto.
"Tudo sim, como estão as coisas por aí?" Ele, pergunta.
"Tudo bem, vai ter um jantar aqui em casa hoje, e queria muito que você viesse."
"Eu vou sim, só me mandar a localização por mensagem."
Ele, diz.
"Mando sim, até mais tarde."
Me despeço, e desligo.
Hoje a noite vai ser longa, e tensa.
Passei o dia no quarto lendo, e escutando música, quando deu seis horas da tarde, eu fui tomar banho.
Lavei o cabelo e passei o gilete nas minhas pernas, que estavam nascendo pelos indesejáveis.
Saio do banho, e me enrolo na toalha, e já vou logo secar meu cabelo, decido fazer babyliss, que deixa os meus cabelos, mais destacados.
Coloco um vestido branco de cetim, com decote nas costas, e o meu All Star branco.
De maquiagem, só um corretivo e rímel, e resolvo de última hora, dar uma leve preenchida na minha sobrancelha, com uma sombra própria.
Passo perfume, e finalizo com um par de brincos de bolinhas.
Dou uma última olhada no espelho, e fico supresa com o resultado, nunca me senti tão bonita.
Desço as escadas, e vejo minha mãe e Jeff, no sofá.
Eles estão bem arrumados, e até agora, sem nenhum sinal do Lucca.
"Você está linda, Elena." Jeff, diz.
"Perfeita."
Minha mãe, diz e dá um sorriso.
"Vocês não acham que exagerei?" Pergunto.
"Nem um pouco, você está maravilhosa."
"Concordo, com sua mãe." Jeff, abraça minha mãe de lado.
"Obrigada." Sorrio.
Ouço a companhia tocar, antes de atender a porta, dou uma última alisada no meu vestido.
"Meu Deus, você está muito bonita."
Cadu diz, e me dá um selinho.
"Obrigada, você também."
Digo, e caminhamos até a sala.
Seus cabelos loiros, estão penteados para o lado, está com uma blusa branca de botões, que destaca seus olhos azuis, e uma calça jeans escura.
"Prazer em revela, dona Samanta."
"Olá, meu querido"
Ela diz, e abraça Cadu.
"Prazer, senhor."
Ele diz, cumprimentando Jeff, com um aperto de mão.
"Senhor não, só Jeff, por favor." Jeff diz, em um tom brincalhão.
"Vamos jantar, pessoal."
Minha mãe diz, e seguimos ela até a mesa de jantar.
Estávamos nos servindo, quando Lucca aparece, e se senta na mesa, ficando de frente para mim.
"Foi mal, o atraso."
Ele diz, olhando para o Cadu.
Eu nunca me senti tão nervosa, na minha vida toda.
Que Lucca feche a boca, e não diga nada para o Cadu.
"Olá, prazer."
Cadu diz, para Lucca, mas não obtém resposta.
"Então Cadu, você faz faculdade?" Pergunta Jeff, antes de dar uma garfada no seu filé á milanesa.
"Não senho... Jeff, eu estou no segundo ano do ensino médio."
Cadu dá um gole no seu suco de laranja.
Dou uma olhada rápida para o Lucca, que já está me olhando fixamente.
"Entendi, você e a Elena tem a mesma idade?" Pergunta, Jeff.
"Temos, meus pais me colocaram um ano mais tarde na creche." Cadu, diz.
Jeff e minha mãe, passaram o jantar inteiro conversando com o Cadu, enquanto Lucca não disse uma palavra o jantar inteiro.
Que continue assim.
Terminamos de jantar, e fomos até a sala, me sento ao lado do Cadu, e percebo que Lucca não tira o olho de nós, enlaço minha mão com a do Cadu, e ficamos nós quatro conversando, exceto Lucca, é obvio.
"Eu vou até o banheiro, já volto." Cochicho para o Cadu, e me levanto indo até o banheiro.
"Tudo bem."
Ele diz, sem dar muito atenção, por estar envolvido na conversa, com Jeff e a minha mãe.
Vou até o banheiro, e aproveito também para dar uma olhadinha no espelho, e ver se a maquiagem não borrou ou derreteu, de tanto que eu suei durante o jantar.
Quando estou chegando na sala, vejo Lucca sentando ao lado do Cadu, conversando com ele.
Sinto meu coração sair pela boca.
"Está tudo bem?"
Me aproximo, rapidamente deles.
"Está sim amor, eu e Lucca estávamos conversando, ele me indicou um livro muito legal."
Ele diz, e me puxa para sentar ao seu lado, acabo ficando no meio dos dois.
"Aé, qual?"
Pergunto, engolindo em seco.
"É sobre uma história de traição."
Lucca diz, e me dá um sorrisinho presunçoso.
Desgraçado.
"Ah."
É a única coisa que consigo dizer.
Lucca só jogou o veneno e subiu para o seu quarto, eu estou com tanta raiva dele, ele que me aguarde.
"Já está ficando tarde meu amor, eu tenho que ir."
Cadu diz, se levantando.
"Muito obrigado pelo jantar, estava tudo muito bom."
Ele, diz.
"Você é muito bem vindo aqui Cadu, volte quando quiser."
Jeff, diz.
Eles se despedem com um aperto de mão, e minha mãe se despede com um beijo no rosto dele.
"Obrigada pela noite amor, a gente se vê amanhã na escola."
Cadu se despede de mim com um beijo.
"Obrigada por ter vindo, até amanhã, meu bem."
Digo, e fecho a porta.
"Boa noite, filha."
Minha mãe me dá um beijo na minha bochecha, e sobe as escadas.
"Boa noite, menina, o Cadu é um bom rapaz."
Jeff sorri para mim, e sobe logo atrás da minha mãe.
"Boa noite, pessoal."
Digo, indo até a cozinha beber água.
Subo, e caminho em direção ao quarto do Lucca.
Quando chego em frente à porta, fico um tempo parada, sem saber se bato, ou não.
Quando percebo, já bati duas vezes na porta, depois de segundos, ele abre a porta só de boxer.
"O...oi, eu vim falar com você."
Digo, e entro no quarto.
"Sobre?"
Ele pergunta, fechando a porta.
É difícil manter atenção, com ele só de cueca na minha frente.
"O que você estava pensando, dando aquela indicação para o Cadu?"
Pergunto, furiosa.
"Eu não estava pensando nada, Elena."
Ele diz, sarcástico.
"Você sempre tem as piores intenções Lucca, seja lá o que você pensa em fazer, fica longe do Cadu."
Digo, e me viro para sair do quarto, mas logo sinto meu braço sendo puxado.
"Porque me toca assim?"
Tento falar o mais baixo possível, para não chamar atenção dos nossos pais.
"Você não vai fugir de mim dessa vez, Elena."
Ele agarra meu braço de novo, e dessa vez eu dou um tapa na sua mão, o fazendo me soltar.
"O que você quer de mim, Lucca? Acabar com meu relacionamento, Estou farta desse joguinho com você, eu tenho namorado!"
Digo ofegante, por falta de ar, falei tudo isso para ele rápido demais.
"Não estou fazendo joguinhos com você..."
Ele diz, enquanto coloca uma calça de moletom.
"Então, o que está fazendo?"
Eu tenho que saber o que ele vai dizer a seguir.
Porque não consigo ficar longe dele?
Eu simplesmente não tenho forças para ficar longe dele.
"Foi você que me beijou primeiro, lembra?" Ele, diz.
"Sim, mas foi pelo calor do momento, eu não sabia o que estava fazendo." Digo.
"Até parece que você não sabia oque estava fazendo." Ele revira os olhos.
O que?
"Você não disse isso."
"Deve ser cansativo agir como se não me quisesse, quando eu sei que você quer."
Ele chega mais perto de mim, e eu vou me afastando, até sentir minhas costas batendo na estante de livros, atrás de mim.
"Eu não te quero, eu tenho namorado, se toca." Digo rapidamente, o fazendo sorrir.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora