"Já são meio dia, vou me arrumar." Digo, e levanto da cama dele.
"Tudo bem, daqui a pouco eu vou." Ele está tão vidrado na série, que nem tira os olhos da tela para me responder.
"Ok, só não demora."
Vou até o meu quarto, e tomo um banho rápido.
Visto uma calça jeans branca, uma blusa preta de manga curta, coloco a blusa por dentro da calça, e finalizo com um cinto preto.
Calço a minha botinha preta de salto baixo, e faço um cachos nas pontas do meu cabelo, com a chapinha.
De maquiagem o de sempre, e finalizo com algumas borrifadas de perfume.
"Está pronto?" Pergunto, entrando no quarto do Lucca.
"Quase." Ele diz, calçando suas botas pretas.
Suas roupas são as de sempre, uma t-shit e calça jeans preta.
Ele sempre usa as mesmas roupas, que o deixa tão sexy e atraente, o preto cai perfeitamente nele.
"Você está uma gostosa."
Ele me olha de cima abaixo, enquanto passa os dedos no seu cabelo molhado, os jogando para trás.
"Obrigada, pelo elogio." Levanto uma das sobrancelhas, e sorrio.
[.]
Quando chegamos ao estacionamento, eu vejo que ele me trouxe para uma lanchonete.
"Vamos." Ele diz, abrindo a porta do carro para mim.
Decidimos sentar na mesa do fundo, aonde fica bem escondida e distante do resto das pessoas.
"O que você vai querer?"
Ele, pergunta.
"Hambúrguer com fritas." Mordo o lábio inferior.
"Eu também."
Fizemos os nossos pedidos, e enquanto aguardávamos ficamos conversando.
Até eu ver o Lucca arregar seus olhos.
Olho para trás, para ver o motivo de ter deixado ele assim.
Vejo, Ana, Pedro, Samuel e Catarina, passarem pela porta da entrada.
Quando eu ia me virar para voltar a olhar o Lucca, Catarina já notou a nossa presença, e vem até a nossa direção.
"Oi, casal." Ela dá um sorriso, forçado.
"E aí." Lucca diz, enquanto eu finjo que nem escutei ela falar.
"Elena, oi." Ana diz, ficando ao lado da Catarina.
"Ana." Me levanto, e dou um abraço apertado nela.
"Estava com saudade, você sumiu."
"Eu também, desculpa por ter sumido." Sorrio, sem graça.
"Eu que peço desculpa, cheguei ontem de viagem, e não te falei nada."
"Quem tal sentarmos todos juntos?" Pedro sugere.
"Uma ótima ideia." Digo.
Noto que Lucca está quieto, não falou uma palavra desde da chegada do pessoal, espero que ele não tenha ficado com raiva por eu ter aceitado sentarmos todos juntos.
"Elena, eu preciso falar com você." Lucca diz, entre os dentes.
"Agora?" Pergunto.
"Sim, agora." Ele diz, e me puxa pela mão.
Quando eu ia sair da mesa para ir junto com ele, ouço a voz da Catarina.
"Aonde vão?"
Ela pergunta, batendo suas longas unhas vermelhas na mesa.
"Não é da sua conta." Lucca diz, ríspido.
Oque está acontecendo?
"Acho melhor você contar logo para ela."
Ela diz, arqueando uma das sobrancelhas.
"Catarina!" Samuel adverte.
"Vamos lá, conta a ela." Ela, sorri.
"Eu juro por Deus, melhor você calar a porra da sua boca."
Lucca, alerta.
"Oque é melhor eu saber?" Pergunto.
"Elena, vamos para casa, eu te explico tudo." Ele diz, mais eu ignoro.
"Me fala agora!"
"Coitadinha, você não falou ainda para ela?"
"Falar o que para ela?"
Agora é a vez da Ana de falar.
"Cala a boca Ana, fica na sua."
Catarina diz, e faz cara de deboche.
"Vai a merda garota."
Ana revira os olhos.
"Me fala, sobre o que ela está falando?"
Sinto meus olhos arderem e minha garganta começar a fechar.
"Tem certeza que quer saber?"
Ela não tira o sorriso sarcástico e nojento do rosto.
"Me fala." Digo.
"Se lembra do verdade e consequência, que jogamos aquele dia na festa que nos conhecemos?"
Eu apenas aceno com a cabeça.
"Catarina." Lucca diz, e Catarina sorri para ele.
"O Lucca ficou com o ego ferido depois da sua rejeição, e depois que você saiu da sala, ele decidiu apostar com a gente que conseguiria tirar a sua virgindade e deixar você apaixonada por ele."
"Foi tudo uma mentira, você não passou de um desafio."
Catarina diz, enquanto bate as longas unhas vermelhas na mesa.
Parece que está me faltando ar, está tudo girando a minha volta.
Eu não consigo acreditar.
"Elena, você precisa acreditar em mim, isso foi antes de tudo."
"Como você pode, como vocês poderão fazer isso comigo?"
Pergunto, olhando para o pessoal, que abaixa a cabeça, menos Ana.
"Meu Deus, como vocês são nojentos, como você pode ter feito isso?" Ana grita, e empurra o Pedro pelos ombros.
"E tem mais." Catarina, sorri.
"Cala a porra da boca."
Lucca diz, com raiva.
"Como o destino conspirou ao nosso favor, a sua mãe começou a namorar o pai do Lucca, e isso facilitou tudo, vocês começaram a morar juntos, e você começou a ficar caidinha por ele, lembra aquele dia que eu fui na casa de vocês?"
Ela pergunta, e eu novamente confirmo com a cabeça.
"Eu fui lá para saber se vocês já tinham transando, ele disse que não e acabou transando comigo, porque estava desesperado demais por sexo, já que você não cedia nunca."
"Meu Deus." Digo entre soluços, a coisa é pior do que eu pensava.
"Mais você acabou se apaixonando e ficando cega, e acabou perdendo a virgindade com ele." Ela sorri, sarcástica.
"Como você sabe?" Sussurro.
"Ele acabou nos contando."
"Elena, por favor, vamos sair daqui, eu te explico tudo."
Lucca diz, desesperado.
"Porque você fez isso comigo?"
Tenho tanta coisa para falar, mais simplesmente não sai.
"Eu sei que ferrei tudo." Ele diz, passando as mãos pelos cabelos.
"Você ferrou tudo? Você é um cretino, foi tudo uma mentira."
"Elena, vem comigo, vamos embora." Ana segura a minha mão.
Me levanto da mesa, e a sigo até o lado de fora, até sentir o Lucca puxar o meu braço.
"Por favor, vem embora comigo, deixa eu te explicar tudo."
Ele implora.
"Nunca mais toca em mim, eu tenho nojo de você."
Grito e dou um tapa forte na sua mão, fazendo ele me soltar.
"Nada disso foi real." Digo, entre soluços.
"Foi, tudo foi real linda." Ele tenta se aproximar, mais eu rapidamente me afasto.
"Eu realmente pensei que você me amava."
Eu estou sentindo uma dor insuportável, isso realmente acabou comigo.
"Você é um mentiroso de merda." Grito, empurrando ele pelos ombros.
"Por favor, me leva embora daqui." Peço a Ana.
"Vamos." Ela pega na minha mão, e me leva em direção a um carro branco.
"Esse carro é meu, eu ganhei dos meus pais."
Ela diz, apesar de eu não estar me importando com isso no momento.
Entro dentro do carro, e Ana dá a partida, olho para o retrovisor e vejo Lucca parado no lugar, com as mãos no cabelo.
"Elena, eu sinto muito."
Ela diz, enquanto saímos do estacionamento.
"Eu juro que eu não sabia de nada, não sei como o Pedro foi capaz de participar disso tudo." Ela diz, também entre lágrimas.
Parece que os bad boys, partiram os nossos corações.
"Eu sei que você nunca faria isso."
Digo, limpando as lágrimas.
"Como ele foi capaz de fazer isso comigo, depois de tudo."
"Isso foi sujeira demais." Ela diz.
Passei o caminho inteiro chorando, e me sentindo um burra, por ter acredito que ele pudesse me amar de verdade.
Lucca nunca vai ser uma pessoa melhor por mim, ele jogou o meu coração e todo o meu amor no chão, e pisou em cima, sem dó alguma.
"Obrigada, pela carona."
"Não tem o que agradecer, você tem certeza que não quer que eu fique com você, ou que vá lá para casa?"
Ana me pergunta, enquanto aperta as minhas mãos, em forma de consolo.
"Tenho sim, eu preciso ficar sozinha e digerir tudo isso."
"Tudo bem, quando você quiser conversar ou me ligar, eu estou aqui."
Entro em casa, e subo direito para o meu quarto, me jogo na cama e me derramo em lágrimas.
Eu passo tanto tempo chorando, que chega uma hora que não sai mais nada, só fica a dor e a humilhação comigo.
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O Filho Do Meu Padrasto
RomanceElena Garcia, é uma estudante do último ano do ensino médio, de 17 anos com uma vida simples, excelentes notas, e um namorado doce, ela sempre tem as coisas programadas antes do tempo. Até conhecer um rapaz chamado Lucca, o maior bad boy da escola...