Estava um silêncio perturbador no carro, Lucca não disse uma palavra desde que saímos do estacionamento da escola.
Ele parece que lê meus pensamentos, e liga o som do carro.
Começa a tocar uma das minhas músicas favoritas, do Kings Of Leon.
"Você curte esse tipo de música?"Pergunto, tamborilando os dedos na minha coxa.
"Não muito, acho que foi a Catarina que colocou, a última vez que esteve aqui."
Ele diz, sem desviar os olhos da estrada.
Não sei o por que, mas o motivo do Lucca ter mencionado o nome dela, me deixou chateada.
Então quer dizer, que ela anda muito com ele de carro.
"Ah." Digo.
"Desde de quando você gosta de músicas assim?"
Ele pergunta, e desvia rapidamente seu olhar para mim, mas logo volta sua atenção para estrada.
"Desde de sempre, eu acho."
Digo, olhando para ele.
Minutos depois, paramos em frente à uma igreja, que aparentemente está abandonada.
"Eu não sabia que esse lugar existia."
Lucca deu a volta no carro, e abriu a porta para mim.
"Você confia em mim?"
Lucca me pergunta, enquanto fecha a porta atrás de mim.
"Claro que não."
Digo, e ele sorri.
"Vamos."
Ele, diz.
Entrando lá dentro, eu vi que o lugar está mesmo abandonado.
"Nossa." Digo, olhando em volta.
"Legal, né." Ele, diz.
"Sim, é lindo."
"Meu pai vinha aqui quando era criança."
Ele diz, e seu olhar encontra o meu.
"Ah, é?"
"Ele me trazia aqui, quando eu era criança, essa igreja está abandona a anos."
"É muito legal, aqui."
Digo, ainda impressionada.
"Esse é o campanário, aonde antigamente eles tocavam os sinos."
"Ali em cima?" Pergunto.
"Sim."
"Posso ver?"
"Sim, vem comigo."
Ele pega na minha mão, e me guia até uma pequena escada de madeira.
"Espera, deixa eu ir primeiro, para ver se não tem nada lá em cima."
Ele diz, e sobe as escadas.
Chegando lá em cima, parecia uma casa na árvore, tem uma janela de madeira, o sino fica bem no meio do campanário.
"Olha só."
Ele abre a pequena janela, que ilumina o lugar inteiro, pelo sol que entra.
"Que vista linda."
Digo, apreciando a vista, que dá para a cidade.
"Que bom que gostou."
Lucca se senta no chão, e eu me sento ao seu lado.
"Então, qual é a sua história?"
Ele, pergunta.
"Como assim?" Pergunto, confusa.
"Me conta mais sobre você."
"Não tem muito o que saber sobre mim, eu sou uma garota apaixonada por livros,
pretendo fazer cursos quando acabar o ensino médio, é isso." Dou um leve sorriso, sem mostrar os dentes.
"Você quer ser o que?"
Ele, pergunta.
"Escritora, e você?" Pergunto.
"Eu não tenho ideia, depois das aulas eu trabalho pelo computador, quero continuar assim."
Ele, diz.
Eu não sabia que ele trabalha.
"Entendi." Digo.
"Eu tenho uma pergunta para você."
Ele diz, e se aproxima de mim.
"Manda."
"Então..."
Ele passa a mão pela nuca.
"Então?" Pergunto.
Dou um sorrisinho, para ver se ele se sente mais a vontade, de me fazer a pergunta.
"Por você nunca fez sexo?"
Eu sabia, que uma hora ou outra ele iria me perguntar sobre isso.
"Isso te assusta?" Pergunto.
"Na verdade não, só me deixa confuso." Ele, diz.
"As vezes eu fico me perguntando se o Cadu é realmente o cara certo, ele sempre me respeitou, mais eu simplesmente não consigo, não me sinto pronta com ele."
"Ah." Ele, diz.
"É tão ruim, eu sentir tudo isso?"
"Na verdade, não." Ele, suspira.
"E você? Foi especial?" Pergunto.
"Oh, ela era amiga do Samuel, nos conhecemos em uma festa, e depois de cinco minutos de conversa, ela simplesmente me perguntou."
"Direta." Digo.
"Pois é, então fomos para a casa dela, e durou cinco minutos."
"Maratona." Digo.
"É."
Lucca dá um sorriso, sem graça.
"E depois, você e os meninos comemoraram?" Pergunto.
"Não, eu me senti um merda depois."
Ele diz, e passa a mão pelos cabelos, uma mania que faz, quando está nervoso.
"Achei que todos os garotos só queriam ficar com qualquer uma, a qualquer hora, e momento." Digo.
"Eu acabei ficando muito bêbado."
"Eu sinto muito."
Digo.
Quando percebo, estou passando o polegar, pelo seu piercing do lábio inferior.
"Não sinta, já passou."
Ele diz, e coloca a mão no meu rosto, acariciando a minha bochecha com o polegar, me fazendo fechar os olhos.
"Eu acho que você tem que esperar, fazer quando se sentir pronta, e com alguém que você realmente goste, Elena."
Ele diz, e coloca uma mexa do meu cabelo, atrás da minha orelha.
"É por isso que eu ainda não fiz." Digo, abrindo os olhos.
"Como assim?"
"Lucca, depois que eu te conheci, eu me questiono sobre tudo." Admito.
"O que você quer dizer com isso?"
Ele pergunta, olhando dentro dos meus olhos.
"Hoje eu duvido, se realmente gosto do Cadu."
Confesso.
"Ah." Ele diz, e solta um longo suspiro.
"Por isso que eu ainda não fiz sexo." Digo.
"Elena, você é a menina mais incrível que já conheci, você merece perder com alguém legal."
Se ele soubesse, todas as vezes que eu já me imaginei perdendo com ele.
"Obrigada, por me compreender."
Ficamos nos olhando, até que eu puxo a gola da sua t-shit preta, e o beijo.
Um beijo calmo, e ao mesmo tempo intenso.
Quando me dou conta, estou subindo em cima do seu colo, e passo as minhas pernas em torno dele.
Uma de suas mãos está apertando a minha cintura, e a outra está na minha nuca, aprofundando ainda mais o nosso beijo.
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O Filho Do Meu Padrasto
RomanceElena Garcia, é uma estudante do último ano do ensino médio, de 17 anos com uma vida simples, excelentes notas, e um namorado doce, ela sempre tem as coisas programadas antes do tempo. Até conhecer um rapaz chamado Lucca, o maior bad boy da escola...