UMA MÃO AMIGA

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Depois de uma madrugada inteira chorando, ela acreditou que se sentiria melhor

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Depois de uma madrugada inteira chorando, ela acreditou que se sentiria melhor. Mas apesar de dormir no colo dos amigos e de todo o chá de camomila que Rose havia feito, nada tiraria aquele peso de dentro do seu coração. Ignorou todas as ligações de seu pai e até mesmo de Ramona, que sempre fazia questão de fazer chamada de vídeo naquele dia tão importante. Ninguém conseguiu contactar a garota, os únicos que sabiam como e onde ela estava, eram aqueles que agora cuidavam dela.

Foi como levar um soco na boca do estômago, achou que nunca mais fosse se recuperar, tinha tanta raiva como tinha tantas dúvidas, mas não sabia por onde começar ou que caminho percorrer primeiro. Passou o final de semana longe de tudo e todos, acolhida naquele pequeno apartamento. Queria ter conseguido desabafar, mas nada saia, era tão difícil, depois de tantos anos, simplesmente colocar para fora.

Quando a segunda-feira chegou, os dois insistiram para que ela continuasse descansando, tirando um tempo para analisar a situação. Mas a única coisa que sempre fez sentido, que sempre a salvou, foi a dança. Não queria perder mais nenhum minuto sofrendo por aquela situação, só queria fazer o que nasceu para fazer. Ninguém a impediu, apesar da preocupação constante. Na academia, fora inevitável não sentir aqueles olhares, os cochichos, fingia não perceber, olhando apenas para as sapatilhas, prestando atenção nos movimentos.

Quando o intervalo entre as aulas fora iniciado, Leia encontrou Rey em uma das salas, dançando sozinha. Ela entrou sem fazer muito barulho e ficou analisando a jovem com os olhos lacrimejados, era como ver Juliana de novo. A garota parou quando notou que não estava mais sozinha e quieta deu dois passos para trás.

— Rey... Será que podemos conversar?

Engoliu em seco.

— Eu não tenho nada para dizer. — Não era mentira, simplesmente não havia nenhuma informação para ser exposta.

— Você sabia quem Juliana era? Você... Sabia quem era a sua mãe? — Negou devagar, num gesto dolorido. — Oh... Minha querida.

— Por favor... Eu não sei quem essa mulher era e eu... Eu não sei se estou pronta para falar sobre isso. — As juntas de seus dedos estavam doendo, nem percebera que havia fechado os punhos com tanta força.

— Tudo bem... Na verdade isso me assusta tanto quanto você. — Leia passou as mãos no vestido azul, pensativa. — Mas eu fico feliz de ter você aqui... Agora que sabemos quem você é...

— Eu sou eu. — Interrompeu. — Não interessa de onde eu vim, que sobrenome eu tenho. Quero ser reconhecida pelo meu talento. — Estava irritada, magoada e na defensiva. — Foi por isso que ganhei aquela dança com seu filho, você já sabia quem eu era?

— Não... Eu...

— Eu não quero regalias, não quero tratamento especial, nunca precisei disso. — Leia se aproximou um pouco mais, sentindo ela se acuar.

𝐈𝐧𝐯𝐢𝐬𝐢𝐛𝐥𝐞 𝐒𝐭𝐫𝐢𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora