Bastardo Inglório

Capítulo 16 - Pedidos e segredos contidos em uma xícara de café

Olá, xuxus!
Estou de volta e meio tarde da noite, mas acontece kkkkkk


Eu não sei como definir o capítulo de hoje, mas eu diria que acontecem coisas interessantes aqui...


Tenham uma boa leitura!

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Os dias subsequentes ao primeiro ataque à Alvorada foram, estranhamente, silenciosos. Os súditos proferiam conversas quase mudas, os pássaros não cantavam o anúncio da primavera e nem mesmo a constante brisa que balançava as novas folhas das árvores surgiu para dar um mínimo de som ambiente.

Logo todos concluíram que aquele deveria ser mais um sinal divino do que os aguardavam.

Algumas poucas crianças se atreviam a fazerem sua algazarra nas estradas de pedra que interligam todo o reino e Yoongi as observa dos muros com um sorriso no rosto. A mudez vinha o deixando perturbado e qualquer som, ainda mais as risadas exageradas dos filhotes, traziam um acalento ao seu coração aflito.

A neve finalmente tinha derretido completamente e os campos voltavam a serem verdes e floridos. Parecia um castigo pensar que eles poderiam ser destruídos e pisoteados por um ato tão extremo como o avançar de um exército disposto a conquistar aquele lugar.

Uma das mãos vai de encontro ao pingente do colar de seu pai, o qual vivia sempre em seu pescoço nos últimos tempos. Sentia que deveria proteger aquela joia para que esta nunca fosse parar nas mãos de outra pessoa. Era sua ligação com Saron, seus pais e seu passado ainda desconhecido.

Caso seu irmão realmente estivesse tão próximo, poderia estar chegando o momento em que fosse encontrá-lo, ainda que dificilmente fossem ter algum tipo de conversa agradável depois do que passou.

Na verdade, vinha pensando nele constantemente, ao ponto de sonhar com o menino de traços semelhantes aos seus, o rosto emoldurado pelos longos fios loiros e um sorriso de felicidade genuína quando estavam juntos dentro do palácio. Só para depois ver qualquer resquício de alegria em seu rosto desaparecer, os fios, que o davam um ar de pureza como a de um anjo, ser amarrado no característico penteado dos homens casados de seu povo e um filete de sangue grosso escorrer acima de seu olho até que o chão fique manchado com as gotas que caem incessantes em seus pés.

A visão vinha o aterrorizando e Jimin sempre o pegava no meio da noite encarando os detalhes das pinturas no teto ou olhando seu reflexo em algum espelho, os dedos delineando a marca em seu belo rosto.

Após a explosão na base leste e uma reunião com seu exército e o conselho, Minnie decidiu que o rei não deveria ir para uma das bases, e sim ficar o mais próximo do castelo. Se possível, dentro deste. Não conheciam o inimigo que enfrentariam e Jimin poderia ser facilmente morto na falha de qualquer estratégia.

Era uma outra preocupação que vinha causando mais momentos desconfortáveis dentro do castelo, os conselheiros passavam por Yoongi e comentavam as mais diversas indiretas de que deveria fazer algo, já que não conseguia guardar a própria língua na hora de enfrentá-los. Para eles, se o ômega queria assumir o posto a qual almejava, a de um futuro rei de Alvorada, deveria arcar com todas as responsabilidades que viriam juntas também.

E por isso Yoongi usaria de um artifício ao seu favor, pedindo ao rei para esperá-lo na sala do trono depois de terminar suas tarefas diárias. Claro que não fez sua escolha totalmente baseada nas opiniões externas, porém vinha pensando bastante no assunto e sentia que estava pronto para tal.

Sua entrada na sala do trono foi anunciada por um dos soldados da guarda e Yoongi não dispensou formalidades ao curvar-se diante do monarca sentado em seu trono, ainda digerindo as preocupações de seus súditos após uma tarde de ouvidoria. Achava difícil trazer esperanças quando ele mesmo tinha seus receios, mas aquelas pessoas precisavam de algo verbal para se agarrarem, como faziam através de preces aos seus deuses.