O juiz (Degustação completo na Amazon)

Capítulo IV

*******************Nota da autora************************

EI PARA TUDOOOOO, JÁ DEU UM ESTRELINHA? AINDA NÃO? CORRE, BASTA APERTAR NA ESTRELINHA NO CANTO INFERIR. SEU VOTO NOS AJUDA MUITO!

"O cérebro emocional responde a um evento mais rapidamente do que o cérebro pensante".

-Daniel Goleman

Boneca

Dizem que quando estamos perto de morrer coisas boas acontecem ao nosso redor, como uma compensação divina pelo final. Acho que estou realmente chegando ao fim, um homem aparece e me salva, um herói? Não sei, pensei que era apenas mais um como aqueles cretinos, porém ele me salvou. Os céus resolveram olhar para mim, agora? Consigo sentir suas mãos firmes me retirando daquele lugar escuro, sua voz firme e grossa me repreendendo por não confiar em suas ações. Seu perfume... Sinto meus olhos abrirem devagar... esse perfume... me desperto lentamente, sentindo um aroma já não tão desconhecido, abro mais os olhos e observo onde estou, é o mesmo quarto de horas atrás, respiro aliviada, não foi um sonho, foi real! Tudo aqui é real, a luz solar invade o quarto pela grande janela de vidro e a claridade me faz sorrir, a quanto tempo não vejo o sol, viro meu rosto e sinto meu peito se aquecer, é ele... O homem que me salvou... o mesmo que me repreendeu e o mesmo que está cuidado de mim. O vejo quase saindo, puxo sua camiseta e ele olha assustado para mim.

- Obrigada... (Digo sentindo lágrimas rolarem por minha face. Meus olhos são direcionados involuntariamente para janela, onde consigo ver o céu, com certeza estou em um lugar muito alto.)

- Você está acordada? (Ele me analisa ainda assustado.)

- Sim! (Respondo ainda olhando o azul claro, a quanto tempo não vejo esse azul, lágrimas caem e sinto algo estranho dentro de mim, eu estou realmente livre?)

- Está bem? (Escuto sua voz de longe, mas apenas vislumbro a mansidão azul.)

- É tão lindo... (Respiro fundo, pela primeira vez em tempos, consigo sentir paz. Será que estou me precipitando? Ainda não sei quem ele é, ou onde estou. NÃO! Eu me recuso a deixar meus pensamentos tirar esse sentimento de mim. Apenas curta esse momento, faz muito tempo desde que desconheço a palavra paz, quero sentir... nem que seja por alguns minutos.)

- O que é lindo? (Sua voz ecoa pelo quarto.)

- O céu! (Respondo sentindo meu corpo relaxar. Ele fica em silêncio e respiro fundo, para que as lágrimas cessem. Viro meu rosto novamente e só então percebo o quanto ele é bonito, seus cabelos são negros como a noite e estão com seus lisos fios alinhados para traz. Seus olhos são castanhos e brilham com a luz do sol. Seu bigode e barba estão perfeitamente aparados deixando seu rosto em harmonia.) Obrigada por me salvar (Digo por fim) e me desculpe por ontem.

- A culpa não foi sua, (seus olhos me encaram sérios) porém há uma coisa que preciso saber... (Seus lábios se fecham e ele parece hesitar, apenas o aguardo em silêncio.) Quem é você? (Essa pergunta... sinto minhas forças se esvaindo e olho para o céu novamente, como se ele fosse a bateria do meu corpo.) Tudo bem, não precisa falar, se não estiver pronta. Os médicos disseram que a sua cirurgia foi um sucesso, parabéns. Agora precisa ter repouso absolu... (Não presto atenção ao que ele fala e apenas reflito em sua pergunta, quem é você... Quem sou eu na verdade? O que eu estava fazendo naquela casa?)

- Eu não sei! (Digo alto)

- Não compreendi, não sabe? Eu falei que ... (O interrompo)

- Sua pergunta, eu não sei responder.