"Nos indivíduos, a loucura é algo raro - mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é regra." -Friedrich Nietzsche
Erico Villar
Prazer, Erico Villar, o deputado mais amado do Brasil! Após dois mandatos exercido com excelência, pureza de coração, fui nomeado a chefe de gabinete do vice-presidente. Fiz o bem sem olhar a quem, dei comida e lar aos pobres, fiz revolução e gritei fora corrupção. (Gargalho Colocando meu terno e olho meu reflexo no espelho.) Muitos acham que me conhecem, outros ainda dizem ser meus admiradores, ridículos, eles não são dignos da minha presença, que dirás do meu reconhecimento. Poderia ser esse o meu discurso "População brasileira, vocês são apenas fantoches em minhas mãos, meu saldo positivo e crescente agradece sua estupidez e burrice."
Saio do meu closet, sentindo meu corpo renovado, isso mesmo que ouviu, tenho um closet no meu escritório. Exagero? Não, mesmo! Sou um politico realmente ocupado! Olho a loira peituda sentada com as pernas abertas no meu sofá, seus olhos me encaram e vejo a sua ansiedade em saber quanto irei pagar, vadias!
- Hoje você fez um belo trabalho, benzinho! (Bato em seu rosto e a vejo me olhar com raiva, reviro os olhos e jogo as notas no chão, vejo seus olhos me encararem com ódio, o que queria? Devo trata-la como ser humano? Não, não, não, a tratarei como realmente é um simples cachorro de rua. Abro a porta e saio vendo minha secretária já me olhar com olhos medrosos.) Você já sabe o que fazer! (Saio com meus seguranças e entro no elevador, hoje tenho uma campanha sobre alguma inauguração idiota. Saio do prédio e os repórteres já estão todos a disposição, flashs e mais flashs sorrio cumprimentando a todos e entro na BMW preta.)
- E então Luiz, o que tenho hoje? (Pergunto ao meu assessor)
- Senhor, hoje temos a inauguração do novo hospital geral da cidade, estarão ao seu lado o governador e o prefeito.
- Ótimo! Você não inventou de me colocar com aqueles imbecis doente, não é Luiz, faça a porcaria do seu salário valer a pena?
- Não, senhor, contratamos alguns modelos para fazer a campanha, não vai precisar estar diretamente com a população, deixei bem evidente quando solicitaram sua participação.
-Acho bom, era só o que me faltava, correr o risco de me contaminar com essa gente, meu dia está bom demais para estragar com gente doente e pobre. (Seguimos para o tal hospital e mais repórteres, sorrio e aceno tranquilamente, bando de interesseiros, leio o discurso comovente feito pelo Luiz e deixo algumas lágrimas caírem ao citar minha falecida esposa. Aquela mulher era uma praga no meu pé, mas sua morte foi fundamental para minha candidatura e o povo adora quando eu envolvo emoção, conduzo o espetáculo perfeitamente e juntamente com o governador e o prefeito cortamos a faixa inaugural. E alguns repórteres nos fazem perguntas esse é um momento crucial, geralmente as perguntas já são avaliadas e feitas por Luiz, porém as vezes aparece um repórter engraçado que quer fazer suas próprias perguntas e nesse momento está o perigo.
- Senhor deputado, qual a importância para um hospital dessa magnitude aqui em Brasília.
- Deputado não, (Sorrio) sou apenas um trabalhado do gabinete no palácio planalto. (Todos riem) Sabemos que Brasília foi projetada em todos os aspectos, porém precisamos de muitas melhorias se quisermos tornar um ambiente tranquilo e saudável para se conviver, mediante acrescente onda de dengue e seus similares, percebeu-se a necessidade de um ambiente especializado para tal situação, como também situações de possíveis pandemia. E como a cidade já tem uma demanda de algumas especialidades, decidimos construir o primeiro hospital geral, e sua pergunta é completamente eficaz, pois não só por tamanho e tecnologia, a grandiosidade do hospital estará presente das especializações a qual ele atende, dando maior conforto ao cidadão e possibilitando diversos procedimentos, antes não visto na saúde pública. (Todos aplaudem e mais perguntas são feitas ao governador e prefeito.)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O juiz (Degustação completo na Amazon)
Chick-LitUma noite escura e um coração em chamas, o ritmo latente da pulsação acelerada, as buzinas e faróis acalorados e um sentimento entorpecente, por alguns segundos teria sido o fim, mas foi a epifania da consciência, ironia do destino? Talvez, mas já e...