"A paz exige quatro condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade."
-João Paulo II
Diego Ferraz
Que droga foi essa? Saio de casa enfurecido, quase perdi completamente a cabeça quando Paty me ligou informado que durante alguns dias as consultas deveriam ser sem minha presença, pois Luna, está precisando de privacidade. Mil coisas se passaram em minha cabeça, acho que nunca me senti um cretino como esses dias, sem falar que há exatos 5 dias Luna apenas fica trancada em seu quadro e hoje ela simplesmente sai, e ainda olhando daquela forma para Marcelo, era evidente sua excitação, seu rosto estava completamente corado. Suas mãos na barriga de Marcelo, ela o olhava com... (Bato minhas mãos com força na porta do elevador.) aquilo era desejo. Tenho certeza disso. Então o problema sou eu? Eu deveria ter pensado melhor, apesar de inicialmente ser o único que ela tinha confiança, eles sempre conversaram como se conhecessem a anos, sempre as risos e brincadeiras. Porra estou a um passo de pirar, saio do elevador e vou para o carro, dessa vez trouxe a chave. Entro e saio daquele prédio de imediato, antes que perca minha sanidade por completo.
"Eu não ligo, fecho os olhos" Marcelo é um filho da puta, ele sabe o inferno que estava passando todos os dias e faz isso? Então é assim que ele disse que vai esquecer a Nicole? Mesmo depois do que conversamos. Por que você tinha que se apaixonar Diego? Isso são os céus te castigando por tudo, você sabia que uma hora isso poderia acontecer. (Minha consciência me alerta e me vejo segurando o volante com toda a força do meu corpo.) Minha cabeça dói, o que você se tornou Diego, dentro de uma semana você mudou por completo, faz o que? Mais de uma semana que eu não transo, que eu não me divirto, apenas saio com o Marcelo para beber e voltar bêbado. Quem é você Cavalcante? Onde está famoso Diego Ferraz o grande Juiz? Sigo para o único lugar que posso ir, meu escritório. Estaciono o carro e subo, vejo o segurança me olhar curioso.
- Bom dia senhor Diego, tem trabalho hoje?
- Sim Lucas, muito trabalho acumulado, (minto) preciso utilizar os finais de semana para resolver tudo.
- Entendo doutor, difícil.
- Para nós dois. (Sorrio amigavelmente e subo para minha sala, em alguns estou sentado em minha poltrona olhando o ambiente a minha volta, paredes marrons com alguns símbolos de direito, várias prateleiras de livros. No centro uma mesa de madeira, quase impossível de ser removida e uma cadeira confortável. Do outro lado, um sofá e a poltrona em que estou sentado, um aparador com algumas bebidas e copos, e abaixo um pequeno freezer compacto. Um lugar propenso para descansar e beber, perfeito para o meu estado de espírito, mas por que eu me sinto tão inquieto, parece que tem algo dentro de mim se quebrando, nunca me senti dessa forma, como um maldito inútil.)
Imagens de Luna em meu colo apareceu novamente, em seguida seu olhar de nojo e repulsa a fazendo fugir de mim. Meu corpo correndo atrás do seu e ela se fechando para mim. E depois isso foi apenas se repetindo, ela se fechou completamente para mim. E por que se abrir para o Marcelo, será que ela gosta dele? Não seria estranho, por mais que odeio admitir, Marcelo sempre fez sucesso com as mulheres assim como eu, ele tem boa aparência, físico e diferente de mim, parece entender o que elas sentem. Droga! Ele usaria os sentimentos da Luna para esquecer a Nicole? Seria tão baixo a esse ponto? Meu celular começa a tocar e o número é desconhecido.
- Senhor Diego, é o Pereira, o porteiro. (Por que ele está me ligando?)
- O que houve Pereira, você nunca me ligou.
- Senhor, após a saída de Marcelo, uma mulher desceu do seu prédio e perguntou por você.
- Uma mulher? (Minha cabeça fica em alerta.) Ela saiu com Marcelo?
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O juiz (Degustação completo na Amazon)
ChickLitUma noite escura e um coração em chamas, o ritmo latente da pulsação acelerada, as buzinas e faróis acalorados e um sentimento entorpecente, por alguns segundos teria sido o fim, mas foi a epifania da consciência, ironia do destino? Talvez, mas já e...