Discurso

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Izumi observava a água se mexer em seu copo. Suas mãos tremiam tanto que parecia um verdadeiro maremoto. Desistiu de tentar se refrescar e largou o copo de maneira pouco delicada sobre a mesa.

Suspirou e olhou para o homem a sua frente. Ele parecia em outro mundo. Concentrado e sério. Muito sério. Se ela não o conhecesse teria medo, ele parecia assustador. Mas no fundo aquilo era uma máscara para esconder quão preocupado estava.

— Está me encarando tem quinze minutos... Sei que sou irresistível, mas estou ficando preocupado.

— Desculpe! — Ela disse corando. — Você parece tenso.

— Estou. Mas só um pouco. Você não precisa ficar tensa também.

— Itachi... Eu sinto junto com você.

— Sente é? — Ele disse de forma sugestiva, fazendo a mulher rir.

— Sei que você vai falar as coisas certas. Vamos ficar tranquilos?

— Vamos tentar. — Ele falou enquanto a puxava para um beijo.

Trocaram um beijo casto e logo o homem saiu da sala, seguindo uma mulher que indicava onde seria a entrevista. Izumi gritou um boa sorte e ele sorriu em sua direção antes de sumir pela porta.

Conseguir aquela entrevista não havia sido difícil, afinal, todos queriam saber o que o respeitado advogado faria a respeito de tal injúria e como ele lidaria com o relacionamento da filha adotiva com o irmão

Itachi parou onde a mulher indicou e observou os repórteres ansiosos e afobados. Conteve a vontade de revirar os olhos e permaneceu de forma impassível enquanto as câmeras passaram a focar nele.

"Será que eles estão assistindo?" Pensava consigo mesmo se lembrando de Sasuke e Hinata.

Logo a mulher anunciou o início da entrevista e perguntas jorraram em direção ao moreno que já não entendia nada. Ele bufou frustrado e levantou a mão em sinal de silêncio. Todos os presentes silenciaram e esperaram ele começar a falar.

— Primeiro, gostaria de deixar claro que se o que for dito aqui, for editado e usado de maneira inapropriada, vocês vão ter problemas muito sérios comigo.

— Isso é uma ameaça senhor Uchiha? — Uma repórter gritou.

— Um aviso. — Ele falou encarando diretamente a mulher a frente. — Agora, vamos ao que interessa. A revista "Orochimaru's" postou no dia de ontem, uma matéria expondo de forma negativa eu e minha família. A foto publicada foi tirada durante a festa da empresa de Madara, que deixou claro para cada fotógrafo que as fotos seriam de uso da empresa, somente dela. No entanto um dos profissionais contratados vendeu a foto tirada sem autorização. O responsável por essa venda vai pagar caro. Madara já se colocou na frente da investigação para achar o culpado. Dessa forma, cabe a mim, agora que já estão informados, desfazer as injúrias citadas na matéria da revista.

— Você acabou de alegar que a foto é verdadeira, senhor Uchiha! Quer dizer que esse relacionamento de fato existe?

— A foto pode trazer várias interpretações. Quanto ao fato dela insinuar um relacionamento, gostaria que você me respondesse, o que isso diz respeito a nós?

— Ora! Eles são parentes! Tamanho absurdo tem que ser reportado. — A mulher insinuou e Itachi arqueou as sobrancelhas de forma impaciente.

— De acordo com o Código Civil, o Decreto-lei número 3200/41 de 1941, não revogado pelo Código de 2002, garante que, apesar da proibição de casamentos entre parentes de até terceiro grau, independente da relação, seja biológica ou adotiva, é possível que se casem, contanto que, passem por exame médico comprovando que a relação entre eles não trará prejuízo a saúde de ambos e da futura prole. Sendo assim, basta o juiz autorizar e tio e sobrinha podem se casar mesmo dividindo o mesmo sangue. Sendo assim, creio que não exista um problema sequer. E tenho certeza que nenhum juiz negaria a permissão a eles, ainda mais considerando a adoção de minha filha quando esta já tinha mais idade. Além do fato de não haver quase nenhuma diferença de idade entre os envolvidos.

Seduzindo o titioOnde histórias criam vida. Descubra agora