Nós reagimos de várias maneiras à morte, e nossas atitudes ou reações podem ter resultados diferentes.
Na verdade, é impossível imaginar nossa própria morte. Porque, como Freud explica, sempre que tentamos fazer isso podemos perceber que estamos de fato ainda presentes como espectadores. Na verdade, poderíamos dizer que nós ajudamos a nossa própria morte, como se a pessoa que morre na nossa imaginação fosse uma pessoa diferente. Não podemos imaginar como seria se estivéssemos mortos, nem somos capazes de pensar ou ver. No inconsciente cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade.
Só o fato de estarmos vivos nos aproxima dia a dia da morte.
Talvez tenha sido o erro de Floki ou do talvez, Signe sentisse algum tipo de relação psíquica. Provavelmente nunca saberemos, mas certamente ficamos com uma certeza.
O Jardim de Aker mexeu de alguma forma com Signe. O tempo é relativo, da mesma forma a fé e convicções podem se tornar tão reais ou imaginárias mudando dependendo do ponto de vista e também do tempo.
Não há nenhum sentido da passagem do tempo; O tempo não trabalha cronologicamente em nosso inconsciente ele apenas está ali.
Signe tinha um pensamento singular sobre várias coisas. Uma delas era sobre a fé.
Embora fosse uma ateísta por convicção, não julgava o pensamento contrário, mesmo aquém de seu conceito e do que sentia ser o correto.
E involuntariamente aprendeu que mudanças vem com o tempo, com a vida e com o sofrimento.
E sentindo tudo isso após um vazio momentâneo ela abriu seus olhos e se pegou deitada em sua cama na mansão de Sigurd Wedel.— Está se sentindo bem? — Ela escuta uma voz e olhando de lado vê Sigurd sentado numa cadeira.
— Acho que sim. Sinto como se tivesse dormido por dias.
— Bem... Não foram dias, mas quase isso. Você dormiu por 20 horas.
Estava até um pouco preocupado, mas ao ver abrir os olhos fiquei feliz.— 20 horas? Tá brincando? Que dia é hoje?
— Segunda feira de manhã. — Sigurd estava muito tranquilo apesar do semblante de cansaço.
— Nossa!! Preciso me levantar e me arrumar para o trabalho. — Ela faz um gesto tentando se levantar sendo impedida pelo homem.
— Nã-nã-nã-não! Fique aí. Você não vai para nenhum lugar senhorita.
Você está afastada por 4 dias das funções do trabalho.— Mas estou me sentindo bem Sigurd.
— Você disse o mesmo ontem e viu o que aconteceu? Caiu desmaiada no antigo jardim.
— Jardim? Como assim? — Ela forçava a mente para tentar se lembrar de algo.
— Sério que você não se lembra? Nem sobre as vozes?
Signe havia se esquecido totalmente disso. Mas após Wedel falar as lembranças foram aparecendo como flashes aos poucos.
Então finalmente conseguiu se lembrar de tudo, mesmo que um pouco confusa.— Agora consigo me lembrar. Acho que vi você antes de desmaiar. Ouvi alguém falar comigo, era você?
— Vou ser bem sincero Signe. Antes de te encontrar eu ouvi você falando sozinha, e assim que cheguei, você ficava repetindo sobre alguém chorar, mas você estava sozinha.
— Certeza disso Sigurd? — Ela sentia uma desconfiança, pois como poderia se enganar sobre isso?
— Absoluta! Vai ver era algo da sua cabeça forjado pelo estresse e cansaço.
— Outra vez essa conversa? Já disse a você. Sei muito bem o que vi e ouvi, está insinuando algo? Pois se está é melhor parar por ai. — A doutora estava furiosa e tinha perdido um pouco do controle.
— Não vou brigar com você. Só descanse, está bem? — Wedel olhava para ela esperando uma afirmação.
— Está bem?— Sim. Tá bem. Irei descansar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O JARDIM DE AKER
Mystery / ThrillerSigne Dahl é uma jovem psiquiatra de sucesso. Ela recebe um convite para trabalhar no hospital da família que foi a patriarca da psicologia no país. O hospital de Aker. Ela aceita o convite, pois além do desafio profissional havia um sonho de conhec...