Sigurd havia acordado mais cedo que o de costume. Olhou para o relógio e viu que ainda eram 5 horas da manhã.
Voltar a dormir não era uma opção.
Estava inquieto e por alguma razão isso tinha a ver com a volta de Signe ao trabalho.
Wedel tinha evitado durante os últimos três dias a doutora, achou por bem dar um descanso total a ela.
Ela estava dando sinais de estresse do trabalho e ele não queria perder uma profissional tão capacitada.
Confia em Bjørg e em seus outros funcionários, mas nenhum deles tinha a capacidade dela.
Vestiu-se e resolveu ir mais cedo e se trancar em sua sala, talvez revisar algumas análises e reler algumas fichas ajudassem a espairar sua mente.
Discretamente entrou no hospital indo direto para a sala. Sentou-se e ligando seu computador começou a abrir arquivos aleatórios.
Achando que teria um tempo sozinho, afrouxou o botão de sua camisa e colocou os pés em cima da mesa. Tinha duas horas sagradas de paz até Johanne ou qualquer outro funcionário chegasse para trabalhar.
Quando pensava que iria ter êxito ele escuta alguém bater na porta.— Quem é? — Sigurd claramente incomodado pergunta para a pessoa que batia na porta.
— Sou eu. O doutor Misunnea.
— Pode entrar. — Bjørg abre a porta. — Bom dia. O que faz aqui uma hora dessas Bjørg?
— Bom dia Sr. Wedel. Hoje eu quis vir um pouco mais cedo. Estava dentro do meu carro quando vi o senhor passar. Como já vinha a alguns dias querendo tratar de um assunto importante com o senhor, achei o momento o ideal.
— E que assunto tão importante seria esse que não pôde esperar o horário de serviço? — Wedel estava visivelmente incomodado.
— É sobre a doutora Signe Dahl. — Sigurd ao ouvir o nome dela muda totalmente a feição de seu rosto.
— Estou curioso com o conteúdo dessa conversa doutor Misunnea. Comece a falar.
— Tenho analisado a doutora a algum tempo. E percebi que seu comportamento mudou. Tentei achar uma razão cabível, pois eu realmente entendo que ela me vê como um rival aqui e antes que o senhor diga algo quero deixar claro. Entendo perfeitamente isso. Eu já tenho minha história aqui e ela está buscando iniciar a dela.
— Continue, ainda não entendi onde o senhor quer chegar. — Wedel mantinha um olhar fixo e sério para Bjørg.
— Como vinha dizendo, analisei seu comportamento nos últimos dias e notei alguns indícios.
— Indícios de que doutor? — Wedel arqueava suas sobrancelhas curioso com a resposta que viria.
— De algum trauma do passado que veio a tona. Sei lá... Algum gatilho pode ter ocasionado lembranças que estavam guardadas.
— Mas o que te levou a chegar nessa teoria que com todo respeito, soa um.pouco forçada?
— Veja bem doutor Wedel! Pense comigo. De uma hora para outra uma mulher calma e dóssil se tornou estressada e hesitante.
Análisei a psicologia comportamental dela. Ela anda mentindo, escondendo coisas.
O senhor sabe, apesar de parecer tão difícil falar a verdade, a maioria das pessoas também precisa gastar bastante energia para mentir. É por isso que uma invenção da mente leva mais tempo para ser dita do que uma verdade. — Wedel se mostrava interessado com as coisas ditas por Bjørg.— Continue!
— Sendo um pouco invasivo. Naquele dia que fizemos a reunião não pude evitar de ouvir os gritos que ela deu com o senhor. Ela estava descontrolada.
— Mas uma situação isolada como aquela não pode ser usada como forma analítica de um perfil clínico.
— Concordo. Mas se analisarmos no contexto geral ela pode se enquadrar sim. Ela mudou de emprego. Saiu de sua zona de conforto.
E sei que o senhor vai concordar, os últimos dias aqui para quem não está acostumado podem ter sido muito estressantes e traumáticos. — Bjørg ardilosamente usavaca morte de Floki para fazer Wedel concordar com suas teorias.

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O JARDIM DE AKER
Misterio / SuspensoSigne Dahl é uma jovem psiquiatra de sucesso. Ela recebe um convite para trabalhar no hospital da família que foi a patriarca da psicologia no país. O hospital de Aker. Ela aceita o convite, pois além do desafio profissional havia um sonho de conhec...