[SEM REVISÃO]
Obs: Para maiores de 18+.
Ele estava fazendo um favor para o melhor amigo, afinal, ele amava estar entre as nuvens e voar sob as águas do mediterrâneo era como andar de bicicleta para o duque da aviação, já havia feito aquele trajeto t...
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Nunca imaginei em toda a minha vida, que me apaixonaria pela maternidade e me envolveria emocionalmente por uma criança que nem sequer saiu de mim. No entanto, aqui estou eu, completamente rendida por uma criaturinha encantadora, incrivelmente inteligente e cheia de personalidade.
- Mamma. - Bella fala, assumindo uma expressão tristonha que sempre adota quando chama pela mãe.
Meu coração erra uma batida e dói como em todas as outras vezes, mas me nego a chorar na frente da minha menininha. Ela está mais dengosa hoje do que normalmente, fez birra para comer suas frutas do café da manhã e não para de chamar pela mãe, olhando para todos os lados da praia, como se buscasse a figura de sua progenitora e isso está acabando comigo. Faz quinze dias que enterramos o corpo de Luma, cavamos uma cova ao lado da de Júlio e fizemos tudo como se estivéssemos na civilização. Claro, ambos mereciam mais do que buracos cavados no meio do nada por desconhecidos, mas isso foi tudo que Raul e eu tínhamos pra oferecer, foi simples, mas bonito. Porém, já combinamos que quando ajuda chegar vamos indicar onde os corpos dos dois estão e os levaremos para suas respectivas famílias.
Aperto meus lábios, uma sensação ruim me tomando por não saber se esse dia um dia chegará.
Balanço com a cabeça, afastando os pensamentos negativos e voltando minha atenção para a garotinha ao meu lado. Foque aqui, Maria Luíza. Nesse momento.
Sorrio, encarando os grandes olhos castanhos graúdos, eles estão cheios de lágrimas não derramadas e toda sua atenção está agora em mim. Bella estende os braços para que eu apague, mostrando que não quer mais ficar sentada na areia e a tomo em meus braços, ela deita a cabeça na curvatura do meu pescoço e ronrona baixinho, chorosa. Acaricio suas costas e beijo seus cabelos escuros, como os da mãe.
- Shiii... Minha, neném. A sua Lulú tá aqui. - Digo, meio sorrindo ao mencionar a forma como a garotinha tem me chamado esses dias, ela escutou o ogro do Raul esbravejando meu nome e só conseguiu pronunciar o começo do meu último, de forma meio desengonçada, acabou que fiquei sendo a Lulú dela.
Não vou negar, meu peito se encheu de comoção quando ela falou. Fiquei metida como o pavão, irritando o Duque babaca por ele não ter ganho um apelido carinhoso, mas Bella logo me fez quebrar a cara e o chamou de ÚUUUL.
Ele riu, tirou com a minha cara e ficou todo bobo.
Infelizmente tivemos dificuldade para estabelecer uma comunicação com nossa menininha no começo, já que ela é uma italiana de berço e provavelmente estava começando a aprender a falar quando sua mãe fugiu, para nossa sorte ela é esperta e como para crianças aprender uma nova língua é infinitamente mais fácil do que para um adulto, ela conseguiu ser influenciada pelo português e já entende algumas palavras em nossa língua e até fala, mas não descarto a possibilidade de que Luma já vinha falando com a garota em português, afinal ela pretendia fugir para o Brasil.
