Arrasto meus olhos por toda a extensão da vasta mata, procurando algum sinal de Raul. Um calafrio na espinha me deixa em alerta, eu sei que ele tenta passar uma imagem de confiança, mas está tão preocupado quanto eu sobre a peça de roupa que achamos, aquela blusa era minha e estava no fundo da porcaria da minha MALA. Não é coincidência, posso sentir que tem alguma coisa errada.
Um barulho chama minha atenção, algo parecido com um gemido sufocado vindo da direção de onde a cachoeira se encontra. Meus pés ganham vida própria e corro o mais rápido que consigo, agradecida por meus pés estarem protegidos pelos tênis que eu usava no dia do acidente e não tenha que lidar com os pequenos galhos afiados, espalhados pelo chão. Um rosnado alto e corro mais rápido, imaginando se Raul não está correndo perigo, enfrentando algum psicopata ou bicho selvagem. O vestido de tecido leve e soltinho permite que meu corpo fique protegido em algumas partes, assim não tenho que lidar com arranhões como da última vez que estive aqui.
Com a respiração já acelerada diminuo minhas passadas, avistando a figura grande e masculina dentro da água, receosa passo a caminhar em passos lentos e silenciosos, apenas para o caso de não ser ele. De acordo com que minha visão vai ficando mais nítida e sua imagem vai ficando clara, meu coração se aquieta, o medo se esvaindo e dando lugar para a sensação de segurança. Não seguro o sorriso por vê-lo, achei que tinha sido precipitada no dia anterior quando tentei beijar sua boca, ele até afastou sua cama improvisada da minha, arrumando as folhas de bananeira a meio metro de distância e ignorando meus dentes batendo de frio durante toda a noite.
Dane-se, esse bastardo não pode simplesmente me ignorar por mais tempo, sou a única outra pessoa nesse lugar. Quer dizer, isso é o que eu espero.
Avanço em sua direção, apertando meus lábios um no outro e ignorando que ele estar provavelmente sem roupa por debaixo da água, fecho os punhos, raiva me guiando. Eu abri meu coração, contei meus sonhos e inseguranças, despi uma parte minha, dei-lhe algo que poucas pessoas tinham, minha confiança. Ele simplesmente ignorou, agindo como se eu tivesse o queimado com meu toque.
Estou pronta para gritar, colocar pra fora toda minha indignação e dizer exatamente o que eu acho do seu comportamento exagerado quando meus olhos capturam a movimentação de sua mão, descendo e subindo em uma vai e vem frenético. A cabeça jogada para trás e os barulhos saindo de sua boca me dão a dica final do que ele está fazendo.
Puta merda!
Não consigo desviar o olhar, hipnotizada pela expressão de prazer em seu rosto. Um rosnado deixa seus lábios e tentada pela situação dou mais um passo em sua direção, determinada a não perder nenhuma parte do pequeno show.
Ele está se masturbando.
O assisto como uma boa telespectadora, ignorando que isso é invasão de privacidade e ele ficará furioso se descobrir, mas estou submersa nele demais para pensar em moralismo agora.
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Declínio - Série Irresistível. ( CONCLUÍDO- HINOVEL) ✓
Romance[SEM REVISÃO] Obs: Para maiores de 18+. Ele estava fazendo um favor para o melhor amigo, afinal, ele amava estar entre as nuvens e voar sob as águas do mediterrâneo era como andar de bicicleta para o duque da aviação, já havia feito aquele trajeto t...