𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 30

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(𝑫𝒂𝒓𝒚𝒍 𝑻𝒂𝒏𝒏𝒚𝒔𝒐𝒏 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
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Volto para a minha sala e estou a mais de minutos encarando a página dos arquivos da empresa aberto.
Parece que horas passaram e eu continuo oscilando, pensando em trocentas coisas ao mesmo tempo.

A minha vontade era de jogar tudo para cima e acabar com tudo. Assim não terei problemas com mais nada.
Seria mais fácil abandonar tudo e tentar encontrar por algo melhor, mas sinto que vou decepcionar pessoas se eu fizer isso.

Café! Café é a resposta.

Rapidamente eu saio da minha sala e caminho de forma tensa em direção a lanchonete.

Não vou esperar pela Bonnie, com certeza ela deve estar xingando alguns funcionários da sua área por não conseguirem resolver o problema que está preocupando todos.

Essa é a Campbell. Onde seus dias se tornam conturbados mesmo você estando sentado.

Chego a máquina de café e a mesma não exibe o líquido precioso que eu gosto tanto.
Estou a ponto de chutar a máquina quando sinto a presença de alguém atrás de mim.
Olho para trás e vejo o Nate esperando, com seu copo em mãos.

Eu me viro totalmente para ele e sorrio de orelha a orelha.

Ele simplesmente ignora a minha cumplicidade e passa por mim, se posicionando em frente à máquina e apertando o botão, que entorna o líquido em seu copo.

Máquina idiota!

Sem me olhar ele se afasta, indo em direção aos corredores.
Encho meu copo de forma desajeitada e corro até ele.

O seguro pelo braço e não digo nada.

__ Quer me dizer algo? Algo que você não me disse antes? __ Ele diz em um tom frio.

__ Eu sou... idiota?

__ Você vive se diminuindo. Devia parar com isso.

É isso... É o que o Nate sempre dizia sobre mim no começo. Que eu era idiota pelo simples fato de agir pelo coração e deixar minhas emoções tomarem conta de mim.

__ Eu estou me segurando para não chorar desde ontem. Por causa de você, da recepção e desse erro que não sou capaz de resolver. Pelo menos, quero resolver uma dessas coisas e escolhi você. Feliz? __ Eu faço um gesto com as mãos e sorrio.

Ele continua com sua cara fechada.
Eu nunca o vi assim. Quem conhece o Nate sabe o quanto ele não consegue ficar com raiva de alguém por muito tempo, mas parece que agora é sério. Eu realmente o chateei.

__ Não, não estou. Desde semana passada você vem agindo estranho e sinto que está me escondendo uma coisa... uma coisa importante.

__ Tudo que tenho para dizer é sobre esse erro e a desaprovação do senhor Campbell ao meu respeito. Não tem mais nada para dizer, Nate. O que eu preciso fazer para você me perdoar?

Ele para por um momento, pensativo.

__ Como eu imaginei... sempre ocultando algo.

Ele passa por mim sem dizer mais nada. Eu o puxo com tanta ignorância que metade do seu café vai para o chão e ele parece não se importar.

__ O que quer que eu faça? Que eu ajoelhe diante dos seus pés e implore por perdão? Sinto muito te magoar mas eu não vou fazer isso.

__ Eu sou o seu melhor amigo, Savannah. Esperava que me contasse sobre o... cara.

Fecho meus olhos e já entendo bem sobre quem ele está falando.

__ Eu sei sobre ele. O criminoso.

__ Mexeu nas minhas coisas? __ Digo nervosa.

__ Meu amigo viu você ontem com ele e o reconheceu de um roubo que teve em São Petersburgo. __ Ele faz uma pausa. __ Você ainda teve a coragem de dizer que não tinha mais nada para me contar.

__ Não era um bom momento. Eu estava confusa e não...

__ Para... para! Você está nos levando para a mesma conversa de ontem. Nunca é um bom momento quando alguém deixa de ser prioridade na sua vida.

Me irritando e me surpreendendo, ele continua seu trajeto e vai pela escada, subindo correndo os degraus.

Nate 2, Savannah 1.

Não posso me preocupar com a discórdia dos outros. Eu vou acabar enlouquecendo aqui dentro.

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Ao entardecer eu me encontro dentro das salas tecnológicas do quinto andar. Onde a Bonnie está se estressando com coisas mínimas, enquanto grita consigo mesma por não saber o que fazer com a incompetência dos funcionários.

Ela anda pelos corredores de computadores e aponta para a tela de alguns computadores, mostrando como se faz para os novatos.

A observo frustrada, enquanto encara seu celular a cada 2 segundos.

A dupla personalidade da Bonnie é excepcional. Ela sabe ser louca quando precisa e concentrada quando pedem.

Ela vem até mim, suspirando frustrada.

__ Você estava certa. A vida é uma série e a minha acaba de ser cancelada. __ Ela diz nervosa.

__ Falei com o Leon e não conseguir nada de novo.

__ Tenho alguns amigos de fora que vão me ajudar com isso. Estou esperando uma ligação.

Eles poderiam resolver o nosso problema de vez, mas isso seria fácil demais.

__ Posso ficar na sua casa hoje? Briguei com a minha irmã e o clima em casa ficou pesado demais.

__ Pode sim. __ Ela me entrega a chave do seu apartamento e faz uma careta. __ Não sei a hora que vou ir embora.

Eu já passei alguns dias na casa da Bonnie. É um lugar legal e aconchegante.
Gosto de ir lá quando tenho crises existenciais e quando estou em uma guerra de arrependimento de ter vindo para a Flórida.

Minha amiga me lança um sorriso e me abraça.

__ Você devia visitar uma certa pessoa, não acha? __ Ela pergunta.

__ Quem?

Ela inclina a cabeça para o lado, dando um ar misterioso a conversa.

__ Se você não fazer por onde, quem fará? Tem que garantir seu banquete, bitch.

Ela sorrir e deposita um beijo em minha bochecha.
Eu gargalho e saio da sala.

É... talvez eu precise mesmo garantir o meu banquete...

O que eu tenho a perder? Já briguei e decepcionei quase o mundo todo, talvez eu deve-se mesmo tentar.
Se não der certo, tudo bem também.

Não... Eu sei que não vai está tudo bem.

Mas vale a pena, aliás, um capítulo ruim não vai estragar uma boa história.

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