𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 37

474 22 7
                                    

(𝑵𝒂𝒕𝒆 𝑳𝒂𝒏𝒈𝒇𝒐𝒓𝒅 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
---❤︎---

O Jasper me olha de forma insistente, inclinando a cabeça para o lado para ver melhor o que está acontecendo.

Eu estou toda desajeitada e ajoelhada no chão, com minha bolsa pendurada nos ombros, um copo lotado em minhas mãos e meu cabelo quase entrando dentro da minha bebida. Pra piorar, uma criança super irritante chorando em minha frente, como se eu estivesse batido nela com um cinto e dois chinelos.

Uma mulher nitidamente irritada puxa a menina pelo braço e a segura em seu colo.
A mãe da garota praticamente jogou a menina nos próprios braços, como se estivesse correndo de um zumbi prestes a mordê-la.

A mãe da garota me olha com desaprovação e eu me levanto sem jeito, na base de todos os olhares do mundo.

__ Eu sinto muito, eu não vi ela. __ Digo sem jeito.

A criança começa a gritar, pedindo mais um pedaço de bolo. Ela grita sem parar, sacudindo os ombros de sua mãe.

Fazendo uma careta culpada, eu me viro para a atendente e peço o mesmo bolo que caiu por distração minha.
Quando peço o novo pedaço a atendente, a criança para de chorar.

Espero que ela coma cada migalha desse doce.

A atendente me entrega um pratinho de plástico com o bolo e eu lhe pago.
Me viro para a garota com o meu melhor sorriso e lhe entrego o doce.

Ao pegar o bolo, a mãe desce a garota do colo e sai rebolando, puxando a criança pela mão de forma suave e saindo da lanchonete.

"Obrigado" e "tenho um bom dia" passou longe.

Suspiro derrotada e olho para o fundo da lanchonete, vendo que os irmãos estão me encarando.
Frustrada eu saio da lanchonete.

Ótimo dia que eu estou tendo...
Seria melhor eu ter ficado no Texas.

A porta da lanchonete emite o mesmo barulho do sininho e quando olho para trás, eu vejo o Jasper saindo da mesma.

Reviro os olhos e continuo andando, sem me importar com sua aparência dos deuses e olhos perfeitos.

__ Savannah. __ Ele chama de forma baixa.

Como meu coração é traiçoeiro, eu paro e o encaro.
Ele está parecendo um delinquente sensual, com suas calças rasgadas, uma regata branca e uma bandana amarrada na cintura.

__ Me deixa em paz. __ Digo nervosa.

Ele corre até mim e me segura pelo pulso. Seu aperto é fraco, mas simbólico.

__ Não queria te deixar chateada.

__ Não, não deixou. Você só deixou bem claro que foi só um momento, um débito. Eu respeito isso.

__ Não quero que pense assim. Eu não tenho mais o que dizer para poder me desculpar com você.

Vejo em seus olhos a sua confusão e tento não sorrir por ele está tentando aliviar a tensão.

__ Deixa do jeito que está, vai ser melhor assim.

Eu tenho... assuntos demais para tratar comigo mesma.
Ainda desconheço quem sou.

Me solto do seu aperto mas não demora nem segundos, ele me puxa novamente, me trazendo junto a si.

__ Eu quero ser seu amigo, Savannah.

Será que ele não percebe? Será que não percebe que eu não quero ser só amiga dele?
Pensei que estivesse explícito a minha cara de abobada em relação a isso.

MÁ INFLUÊNCIAOnde histórias criam vida. Descubra agora