(𝑫𝒂𝒓𝒚𝒍 𝑻𝒂𝒏𝒏𝒚𝒔𝒐𝒏 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
---❤︎---__ Caras como eu não se envolvem com as meninas do seu tipo.
Eu o olho com desaprovação e tento entender a sua frase. Sua intonação foi bem fraca, mas o sentido da frase que importa.
Ele está dizendo que caras como ele são areia demais para mim, ou o contrário?
Ele está se enaltecendo?Talvez o tipo de garota que sou para ele é o tipo bobinha que se encanta com tudo, e caras como ele, preferem as mulheres de verdade.
Eu deveria saber. Caras como ele não fazem parte do meu convívio social.
Começo a me afastar e voltar para a areia.
Perdi totalmente a graça.Mais uma vez, ele me segura pelo braço. Me viro para ele e tento um sorriso.
Sua expressão de preocupação me desarma por dentro e se eu continuar mais alguns segundos aqui, eu não sei o que poderá acontecer.__ Meus amigos devem estar me procurando. __ Puxo meu braço de volta. __ Foi bom vê-lo aqui.
Nado rapidamente, tentando não parecer muito desesperada.
Saio da água e rapidamente olho ao redor, a procura dos meus amigos, que não estão na tenda.Ótimo.
Vou ficar muito bem aqui, sozinha. Depois de levar uma gelada no meio da cara.
Eu devia saber que o Jasper era assim. Nem todo cara bonito é o cara que você fantasia.Eu sou burra.
Montserrat estava certa, eu me preocupei demais com ele.
Alguém me abraça pelo ombro e ouço o sorriso forçado do Nate.
Ele me vira e passa a mão pelo meu ombro.__ Você nem esperou pela gente. __ Ele diz frustrado.
Olho meio perdida para trás e não vejo mais o Jasper na água.
Seguro na mão do Nate e o puxo para a tenda novamente, mas desta vez não me sento.Olho para baixo, a procura das minhas coisas.
__ Vamos embora. __ Digo.
__ O que? Mas... nós acabamos de chegar.
Passo a mão pela minha testa, tensa, percebendo que estou acabando com o dia dos meus amigos.
__ Isso não vai mudar o fato de que... de que amanhã eu volto para a Campbell e tudo volta a ser como antes. Um dia na praia não vai apagar o meu erro.
__ É sério, San? Depois de tudo que dissemos a você, você ainda acha que a culpa foi sua?
Eu apenas olho para baixo e não ouso responder.
Cadê a droga da mochila?
__ Me conta... O que está acontecendo?
Eu apenas abaixo a cabeça e não digo nada. Aliás, eu nem sei por onde começar.
__ Poxa Savannah, eu sou seu melhor amigo. __ Ele se afasta de mim e olha para os lados, nitidamente exaltado. __ Ótimo! Acabo de perceber que gastei minhas palavras com você, devia ter guardado-as para outro momento, ou melhor, nunca.
Nervoso, ele se abaixa e mexe nas toalhas, retirando de baixo a minha mochila. Ele me olha com negação e coloca a mochila com ignorância em meus braços.
__ Vai se culpar até quando?
Não quero discutir com ele. Estou cansada demais para fazer um escândalo na praia.
Devia saber que essa ideia não era tão boa quanto eu pensei que fosse.Seguro minha mochila com força e começo a me afastar.
Saio da areia e procuro por um táxi.Realmente não entendo o que está acontecendo comigo. Eu não era assim... Não era.
Entro no primeiro táxi que vejo e encaro a praia uma última vez. Parecia que tinha tudo para dar certo...
O motorista olha para mim, com um olhar curioso e preocupado.__ Você está bem? __ Ele pergunta.
"Eu estou bem... bem acabada..."
Eu apenas confirmo com a cabeça e volto a olhar para a janela.
De vez em quando passando os olhos por mim, o motorista sorrir ao volante. Parece que se lembrou de algo ou de um momento.
__Você me lembra a minha filha. Ela era pensativa, como você. __ Ele diz de repente.
Somente ouvindo eu noto um certo tipo de tristeza em seu olhar.
__ O que aconteceu com ela?
Se ele dizer que ela está morta, eu vou ficar muito mal.
__ Eu não sei. Não tenho mais contato com ela. Ela resolveu crescer...
Pelo menos, ela seguiu em frente.
___---❤︎---___
___---❤︎---___Ao chegar em casa eu apenas jogo com ignorância a mochila no sofá e grito.
Como as coisas podem dar errado desse jeito?É inevitável. Parece que quando uma coisa dar errado, todas as outras coisas ficam com inveja e resolvem dar errado também.
Ouço um latido potente vindo da varanda no fundo da casa.
Não tenho dado muita atenção para o Cachorro.Abro a porta da varanda e assobio. O Cachorro pula em cima de mim e esfrega seu focinho em meu rosto.
__ Me diz você, Cachorro. Sua aventura é uma mísera bolinha babada. Quer me dizer qual é a minha?
O Cachorro late e começa a se sacudir. Ele corre até a sala e volta com uma coisa vermelha nas mãos.
Percebo que ele está mordendo a minha tiara vermelha.__ Ei. Você vai estragar a minha diadema.
Puxo a tiara de sua boca e logo percebo que é a tiara que a minha mãe me deu.
Era dela, ela usou em sua festa de casamento. Ela disse que aquele dia foi o dia mais importante da vida dela.Olho para o Cachorro e ele late, enquanto tenta morder a minha tiara novamente.
__ Isso não é um brinquedo, sua bolinha de pelo clandestina.
Sorrio e coloco minha tiara sobre o balcão.
Começo a subir as escadas e olho para trás, observando novamente a tiara.
E se...
Com uma ideia patética em mente, eu corro em direção ao banheiro e retiro meu biquíni molhado.
Tomo um banho aparentemente rápido e enrolada na toalha, procuro pelo vestido que separei e arrumei durante meses.Um vestido rosa com um babado na saia que eu mesmo mandei fazer, era para uma ocasião especial.
Me sento em frente à penteadeira e uso as únicas técnicas que conheço com o pincel de maquiagem.
Só porque algo não deu certo para mim, não quer dizer que eu não posso vê as coisas dando certo para outras pessoas.
Isso se chama maturidade.
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MÁ INFLUÊNCIA
RomanceQuais são os problemas de se apaixonar por um presidiário? Foi o que aconteceu com a doce e dedicada Savannah Whintermore, uma garota esforçada e com um futuro promissor. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela recebe uma ligação misteriosa, d...