𝐶𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 17

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(𝑴𝒐𝒏𝒕𝒔𝒆𝒓𝒓𝒂𝒕 𝑾𝒉𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒎𝒐𝒓𝒆 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
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__ Eu disse para você, ela era uma traiçoeira. __ O Nate diz pensativo, enquanto morde seu enorme sanduíche.

Estou encarando minha bandeja a mais de minutos e não penso em comer o meu lanche.

A lanchonete está cheia e vários funcionários tagarelam sobre o dia de amanhã, que segundo eles, será incrível e inesquecível.

Estou a ponto de gritar e soltar um palavrão, só para aliviar a tensão.

__ Ela é uma ruiva bastante misteriosa. Mas garotas assim não me enganam. Boa parte delas se fazem de difíceis. Uma personagem bem elaborada, não acha?

Eu encaro o Nate, que está sorrindo enquanto espera a minha resposta.

__ É... __ Digo meio sem graça.

O Nate olha para baixo, tentando capturar meus olhos.

__ Você não ouviu nada do que eu disse, não é?

Sorrio dizendo que ouvir para não parecer uma amiga chata que só fala de si mesma e dos próprios problemas.

__ Qual é o nome da garota? __ Ele pergunta.

Rapidamente eu busco na mente alguma garota ruiva que o Nate tenha se encontrado nesses últimos dias.

__ Uhn... Alissa? __ Tento.

__ Amélia. A garota dos cabelos curtos que trabalha no quiosque do Neptune Beach.

Antes de pensar na suposta ruiva, eu me lembro da última vez que fui na praia mais bonita de Jacksonville.
Realmente, o Neptune tem presença. Com suas águas cristalinas, grandes ondas e quiosques perfeitos.

A enseada da praia é de tirar o fôlego e não vejo a hora de voltar, reviver os velhos tempos que para minha família, eram muito mais preciosos do que os dias de hoje.

O Nate acena em frente ao meu rosto, me fazendo voltar a olhá-lo.

__ Você está no mundo da lua. Definitivamente.

Passo a mão no meu rosto e bebo o resto do meu suco de maracujá natural.
Vou precisar de mais uns 2 copos desse. Espero que não seja um tabu quando dizem que suco de maracujá acalma.

__ O que está acontecendo com você? Geralmente você fala tanto que até me estressa.

Ele me conhece. São poucos meses de amizade mas o suficiente para dizer que Nate Langford poderia escrever uma biografia sobre mim.

Antes que eu pudesse responder, eu vejo a Bonnie caminhando em direção a nossa mesa, com sua postura de uma modelo americana e com sua bandeja preta nas mãos. Ela sorrir para nós, com seu sorriso habitual de quem acabou de ganhar na loteria.

Eu posso dizer, ela está feliz...

Ela se senta ao meu lado e sorrir.

__ Adorei o espetáculo. __ O Nate comenta da pequena demonstração de desfile da Bonnie.

__ Eu estou treinando. __ Ela gargalha. __ Novidades? __ Ela pergunta.

__ Sim. É novidade para mim ver a San calada. Não acha?

A Bonnie me encara, me analisa e depois faz uma cara de incômodo. Ela sabe que não contei para o Nate sobre o Jasper e não pretendo contar, não agora.
Ele vai questionar o porquê que não contei antes ou dizer como eu sou trouxa e retardada. Ou pior, dizer como eu sou louca por ter entrado nessa grande e enorme furada.
Nate pode fazer suas burradas e se machucar, mas não aceita que seus amigos façam o mesmo. Estou avaliando se isso é bom ou ruim.

A Bonnie engaja outro assunto, sobre tecnologia e eu encaro a porta da lanchonete, vendo com desconforto o Leon adentrando na lanchonete e indo até a máquina de café.

Continuo o encarando, observando se ele terá a capacidade de me olhar.
Quando eu menos espero, ela passa o olhar pela lanchonete, a procura de uma mesa vazia e seu olhar se encontra com o meu.
Rapidamente ele retira seu café pela metade da máquina e sai da lanchonete.

Sabia!

__ Que ridículo. Tem gente que não aprende, não é mesmo? __ A Bonnie diz encarando o mesmo lugar que eu.

__ Você conversou com ele? __ O Nate pergunta.

__ É... Não exatamente. Eu só falei o que tinha que falar e ficou por isso mesmo.

O Nate nega com a cabeça em tom de deboche e finaliza seu lanche.

__ Já deixei tudo organizado para amanhã de manhã e não pretendo mudar meus planos. __ A Bonnie diz animada.

Não posso mais ficar alimentando isso. É errado iludir meus amigos.

__ Preciso dizer uma coisa. __ Digo rapidamente e quase sem fôlego.

Meus amigos se voltam para mim e me encaram de forma insistente, como se fosse a espera da live do ano.

__ Eu não vou receber essa promoção.

__ O que? Quem disse isso? __ O Nate quase grita.

__ O próprio senhor Campbell. Ele deixou bem claro.

__ Ele disse exatamente que você não iria?

__ Ele disse: "Se estar tentando inventar solução para esse problema, você não merece essa promoção".

Meus amigos ficam tristes de repente e começam a encarar a lanchonete, com seus rostos confusos.

__ Parece uma coisa tão simples e eu falhei.

__ Você não falhou, Savannah. Ele não pode tirar isso de você só porque você não desvendou um problema de semanas. Aliás, várias pessoas estão tentando resolver isso a dias e ele quer que você resolva em 2 horas? Isso não é justo! __ O Nate diz indignado.

A Bonnie se levanta eufórica e afasta sua bandeja.

__ Eu vou falar com ele. Vou falar que assim como os outros, você deve conseguir essa promoção. Se ele não me ouvir, eu vou pegar o meu...

Antes dela terminar seu discurso de fúria, eu a puxo pelo braço e a faço se sentar novamente.

__ Tudo em seu tempo, Bonnie. Não era para acontecer.

__ A San tem razão. Virão muitas outras oportunidades pela frente. Uma delas terá que dar certo.

Não posso chorar rios por causa de uma coisa que possivelmente mais adiante terá novamente.

__ Mas... você estudou e trabalhou tanto para isso. __ A Bonnie diz recentida.

Se eu tivesse trabalhado mais depois do meu horário, ou, ligado para mais donos de contas e resolvido seus problemas, teria sido diferente?

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𝑺𝒆𝒓𝒂́ 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒔𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒊𝒇𝒆𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆? 🤔

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