capítulo seis

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Noelle visão

Passou quatro dias desde que voltei para a base, o que posso dizer, não estou sendo bem recebida por alguns membros e o pior de tudo é que são os que eu mais tinha consideração.

Não estou conseguindo nem se quer olhar na cara do Asta depois do que aconteceu, como um dejavu, sempre me vem a mente as palavras que ele me disse.

Magna também não está conversando comigo, como se me culpasse por uma parte do esquadrão estar evitando o Asta, ele e o Lucky estão me deixando louca.

Lucky está pegando pesado nas brincadeiras, algumas vezes sinto que ele mira em mim de propósito apenas para poder ter um pretexto para me acertar, não sei quantas vezes Gauche já me salvou.

Charmy que antes tinha prazer em cozinhar deixou claro que ela só vai fazer a comida pra quem não causa a discórdia. Ou seja quem não está contra mim não é aliado para ela, que significa ficar com fome.

Mais a minha pior mágoa é da Vanessa, eu a tinha como uma irmã e agora ela nem olha pra mim e quando me encara é com o mesmo olhar de nojo, como se eu fosse uma leprosa, tipo a minha existência não basta pra ela.

Mais em compensação Gauche, Grey, Henry, Finral e Gordon estão sendo ótimos amigos, me ajudando sempre que podem, com os remédios e a minha recuperação.

Levantei da cama e encarei meus lençóis sujos com os vazamentos de pus e sangue que saem da queimadura do pulso, isso dói pouco depois que a Grey me ajudou com os remédios que ela mesmo preparou. Mais não posso deixar de observar e me sentir insegura.

Desde o acidente ou atentado não consigo mais ter a minha confiança, como se ela tivesse sido pegada e tacada no chão assim se quebrando como um copo que não tem mais concerto.

Meus quarto está bem solitário e a minha nova companhia são as voizinhas na minha cabeça com frases como:

" Pra que você insiste"

" Melhor desistir e se trancar no castelo"

" No final ainda é a mesma inútil"

Não consigo me livrar de nenhuma delas, então a mantenho em segredo junto com as feridas do meu coração.

No momento até perdi um pouco de peso para não ter que encarar o pessoal ou deixar eles desconfortáveis, estou cortando as refeições, não que faça falta, afinal ando quase que sem fome.

Mais hoje decido deixar meu medo de lado e descer, quase todos os membros estão em missão ou seja estarei sozinha com o Henry o que é bom já que ele é super gente boa.

Quando desço os degraus da escada e rumo a cozinha, pego algumas frutas e faço uma salada leve, rápida e prática, estava tudo bem até a chegada do Asta, ele para e me encara.

- Noelle...- ele diz meu nome temeroso e eu não quero papo com ele.

- yo Asta- respondo por mera educação- bem já estou saindo- me levanto mais ele se aproxima e tenta me tocar, no qual eu me afasto.

- espera- ele me chama- ehhh então…

- não precisa dizer nada Asta- eu rebato- afinal estar na minha companhia deve ser realmente horrível né?

- Noelle- ele me chama de novo...

- desculpa por incomodar- quando estou saindo topo com a Charmy- licença- me desvio dela e vou pra fora do QG, apenas deixo os dois com cara de culpados.

Mimosa visão

Estou no jardim da base do Alvorecer, folheando meu grimorio, eu sinto que a oscilação está grande e isso não é um bom sinal.

Minha magia está falhando, eu preciso de um pretexto pra visitar eles e refazer o fentiço, assim eles não poderão se importar tanto com a Noelle, essa é a minha única chance de ter o Asta pra mim.

Todos saem ganhando, a Noelle é fraca demais, assim ela se mantém segura no castelo e Nozel para de ser amargo, eu ganho o Asta e alguns amigos.

- talvez eu deva apenas tentar aumentar dose?- digo pra mim mesma lendo o fentiço.

- do que está falando Mimosa?- tomo um susto ao ver Klaus.

- apenas testando uma nova magia de cura- respondo rapidamente- estou treinando minha precisão, então pensei em aumentar a dose de mana.

- você está fazendo?- ele parece surpreso- isso é excelente Mimosa! Como o esperado de uma membro do Alvorecer Dourado- ele deixa a excitação sair em sua voz.

- sim Klaus… tem algum plano pra hoje?- pergunto- estou querendo treinar!- digo com um tom mais doce e fofo possível.

- oh sim, estarei indo visitar a Noelle na base dos touros negros- ele diz com um brilho no olhar- levarei pra ela uma torta de maçã.

- hum interresante Klaus- o vejo corar e começo a rir- eu posso ir com você? Gostaria de saber como a Noelle está.

- claro que sim... Já faz uns quatro dias…- ele suspira- mais é bom a gente ir, afinal a Noelle é uma ótima amiga- sinto um pequeno desconforto, ao ver ele falando dela.

- sim ela só é um pouco excêntrica as vezes- digo- nem sempre sabe ser humilde, acho que seria bom se ela tentasse isso.

- eu acho ela perfeita como ela é- ele diz acertando os óculos- ela tem um espírito livre, isso é bom não é Mimosa? A torna única.

- claro Klaus- sorrio falsa.

- bem já vou indo- ele se despede- as três estarei indo pra lá, se quiser me acompanhar.

- sim eu vou- digo.

Assim que ele se retira não consigo evitar de quebrar um vaso que estava ao meu lado de frustração, saio de volta ao meu quarto e quando chego, me sento na frente da penteadeira e pego uma foto na gaveta, nela está eu e a Noelle quando crianças.

- eu sempre tive tudo, eu sempre tive um bom pai, uma ótima mãe, um irmão mais ou menos e todo o controle de mana- eu passo a mão na foto- então porque Noelle, porque você não aceita o seu destino? Se você não tivesse decidido entrar nos cavalheiros mágicos, o Asta olharia pra mim, o Klaus olharia pra mim, merda até o Yuno repara em você! O que você tem de tão especial?- amasso a foto na minha mão, mais paro e a olho- o que você tem que me faz não querer te odiar?

Guardo a foto delicadamente na gaveta, e suspiro me olho no espelho, a imagem de uma garota bonita com o rosto inocente, doçura e tudo... Então porque o Asta não olha pra mim como olha pra você Noelle?

Asta visão

Estou treinando como um louco para tentar distrair a minha mente dos últimos acontecimentos. Não consigo tirar da minha cabeça o que aconteceu lá.

Existe algo errado, eu sinto como se tivesse sendo dominado por alguma força além de mim. Meus companheiros não estão normais, eu vejo coisas acontecendo mais meu cérebro está em conflito, entre defender a Noelle ou ajudar os que machucam ela.

Decido que já deu de treino por hoje, entro no QG em busca de um pouco de água e qual a minha surpresa quando noto a razão dos meu conflitos sentada lá na mesa.

- Noelle...- digo o nome dela e ela apenas me evita, na verdade ela está me evitando desde aquele dia.

- yo Asta- ela me responde simples e sem emoção- bem já estou saindo- ela se levanta mais eu me aproximo tentando tocar ela, mais ela apenas se afasta e isso me dói.

- espera- eu a chamo - ehhh então…- estou caçando um motivo para começar a minha desculpa.

- não precisa dizer nada Asta-ela diz firme- afinal estar na minha companhia deve ser realmente horrível né?- ela soa sarcástica.

- Noelle- eu a chamo de novo com um tom de súplica.

- desculpa por incomodar- ela diz sem me olhar e quando sai ela topa com a Charmy- licença- ela simplesmente desvia e sai para fora.

- Asta- Charmy me olha- que sentimento é esse que estou sentindo?

- eu não sei Charmy, mais estou compartilhando o mesmo- digo ainda encarando a porta pela qual a Noelle saiu.

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