Capítulo 27

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Aviso Importante:
As atualizações serão feitas uma vez por semana. Ou no caso mais capítulos a cada desafio batido. Desafio é basicamente atingir um número de votos e comentários. Para próxima atualização, podem esperar na terça feira que vem ou atingir 8 votos e 12 comentários
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Estava exausta. Acabei meu segundo turno, sentindo meus pés doerem infernalmente e como não sequei meu cabelo da noite anterior, havia começado a sentir o começo de uma gripe, espirrando uma vez e outra.

Pra completar, pegando chuva por ter aceito dócil fechar a loja sozinha com intuito de fazer meu chefe feliz, quase morri de frio de tão molhada que estava, por conta do temporal que caia durante o horário de saída.

— Tudo numa boa... — pensando alto, tomei o analgésico para diminuir a dor nas pernas e na cabeça pelo excesso de barulho que escutei naquele dia.

Perdi meu emprego da manhã por conta do Número Cinco.

Ele nem mesmo disfarçou que haviamos dormido juntos e foi tão intimista que o dono, vendo que as funcionárias estavam furiosas comigo por aquilo, optou por não continuar atrapalhando o fluxo de trabalho da equipe dele, me demitindo no final do turno. O que foi comemorado pelas mulheres irritadas comigo em questão.

Eu por minha vez só não me irritei porque a Vanya, estava ameaçando terminar nossa amizade se eu não aceitasse um pagamento proporcional a ajuda que eu estava a dando.

Nada menos que o mesmíssimo valor que eu praticamente mandei o irmão dela engolir dias antes.

— No mínimo eles se uniram contra mim. — concluo irritada trancando a porta da lanchonete, sentindo meu nariz e orelhas nas ponțas congelarem, além dos espasmos de tremor pelo frio.

Tinha acabado de me ajoelhar no chão, já que estava encharcada de qualquer forma, trancando as portas de aço, quando vi uma sombra as minhas costas que logo pensei ser o Número Cinco.

Ia o repreender por ser teimoso e insistir em me levar para casa dele, quando vejo meu ex parado com bombons e o que parecia flores, igualmente molhado como eu.

— Dolores... — ele começou a me chamar com seu ar de cão sem dono.

Não queria ele. Eu só... Merda, a ideia de ficar com alguém, construir um relacionamento e ter uma família, não conseguia visualizar outra pessoa que não fosse Cinco.

Ele era um assassino, pragmático, frio, insensível e muito irritado com quase todos, menos comigo. Cinco ao me ver se mostrava sempre gentil, educado, cavalheiro, mas apenas até começarmos a nos beijar.

Quando ele se tornava um homem muito apaixonado, faminto e exigente, ainda que me olhasse sempre com um carinho e admiração que não sabia o porquê depois do sexo.

— Eu não quero mais você. Por favor, siga em frente... — comecei a dizer antes do homem cair, porque Cinco foi para cima dele.

Aquele imbecil ciumento era irritante, esquisito, mas de alguma forma ele me fazia sentir e aquilo era de longe a melhor coisa que eu poderia querer de um relacionamento.

Tinha vontade de surrar ele, mas ao mesmo tempo queria abraçá-lo e dar ao Cinco o carinho que alguém tão bom como ele merecia e aquilo era deprimente. Ele sequer me deu indicativo de algo além de me dar presentes e coisas materiais.

Com isso corri para briga, segurando a mão de Cinco que apesar de furioso, parou o que fazia para me olhar. Me fazendo respirar aliviada por aquilo.

— Ele machucou você? — perguntou ao saltar para o meu lado, se pondo a me avaliar.

Gemendo de dor ao pisar com força, sou pega no colo por ele que parecia nervoso, não me dando tempo de responder.

— Eu só estou com os pés doloridos... Pelo amor de Deus! — reclamo enquanto Cinco me carrega ao carro.

— Você não precisa passar por isso! Respeito sua decisão, mas ela é idiota. Seu orgulho te machuca, querida... Eu não posso apenas sentar e assistir isso! Seja inteligente e aceite a proposta de Vanya! — repreendendo a mim muito preocupado, me deixa confusa, sentada no banco do lado do motorista.

Embora quisesse o mandar se fuder, entendo o ponto de vista daquele homem que dirigiu depressa, logo que chegou a mansão sumindo e aparecendo do meu lado como uma assombração.

— Estamos em casa. — Cinco me disse, mas creio que foi por costume.

Só tive tempo de tirar meu cinto de segurança, antes dele me carregar para casa, agindo como um homem idiota e excessivamente cuidadoso.

Um contraste bizarro com o dominador que mesmo quando eu achava que não aguentava mais uma vez me convencia com seu sorriso presunçoso e suas ótimas habilidades a me entregar cada vez mais vezes as sensações incríveis que ele me proporcionava na cama. O que era confuso e só me deixava mais perdida. Quando Cinco não me quisesse mais, como apenas seguiria em frente?

— Por que tudo está escuro? — Cinco observa ao mesmo tempo que eu notei aquilo.

Chamando os irmãos sem receber resposta, ele me ajeitou no sofá, indo até seu telefone que usou a lanterna para procurar pela casa. Saltando de um lado ao outro, antes de voltar com o que parecia um bilhete.

— Está tudo bem? — puxei assunto vendo a cara feia dele.

— Estamos sem luz. Eles foram para o apartamento da Vanya... Filhos da puta bastardos. — xinga os irmãos que tomaram a melhor decisão.

Bem. Nada de treinamento. Agora era só chamar um aplicativo, pegar um carro e ir pra meu quartinho, pensei antes de Cinco sumir e voltar com uma toalha e uma camisa que estavam perfeitamente dobradas uma sobre a outra.

— Eu tenho que ir. — tento em vão fugir do homem que apenas se negou sério.

— Você está encharcada até a alma! Precisa de um banho, algo quente e um antigripal, querida. Apenas deixe-me cuidar de você... Só um pouco. — pedindo doce, contrário de antes quando estava esmurrando meu ex, Número Cinco parecia tão preocupado que me comoveu.

— Mas se não vai ter treinamento eu deveria ir embora... Certo? — me coloco de pé, sentindo a dor voltar aos meus pés, que depressa livrei dos sapatos.

Enquanto abria e fechava os dedos, suspirando aliviada apesar de soltando um é outro gemido de dor no processo, vejo Cinco me observar, antes de quebrar seu silêncio sério:

— Você não vai sair da minha casa com dor. Eu não quero só sexo, pare de agir dessa forma... Só uma vez me deixe cuidar de você! Não me obrigue a implorar por isso!

Sendo pega de surpresa por ele que colocou as peças em minhas mãos, desisti de relutar, usando meu celular como lanterna.

— Vou me secar e usar essa camisa pra chamar o táxi, então. — afirmando séria, ouço Cinco rosnar algo baixo.

Um palavrão eu tinha quase certeza, mas tão logo que meu sangue esfriou e comecei a sentir frio, acabei optando por subir de uma vez.

— Só um minuto! Vou esquentar a água... Estamos sem luz. — conta o homem agitado.

Eu por minha vez ri daquilo, já que onde eu cresci banho gelado era tudo que tinha porque água quente era pra gente rica, que não precisava economizar pra não ter que escolher entre luz e comida na mesa.

— Não precisa, corazon. De verdade! Já desço! — dizendo subindo os degraus de madeira que rangiam a cada pisada, vou ao banheiro que sei ter as coisas da Vanya, me surpreendendo em ver que tinha coisas novas por lá.

Eles tinham aproveitado a queda de luz para nos deixar a sós, concluo após pegar o meu sabonete preferido deixado por Vanya.

Junto dele havia também shampoo, condicionador e algo que deveria ser uma camisola, vulgar demais pra meu gosto, que eu ignorei e guardei no cesto de roupa suja.

Tomando um bom banho, porque estava fedendo a gordura também das duas lanchonetes que servi mesas, coloquei a camisa que vi ser masculina e pelo cheiro conclui ser do Número Cinco.

— Não sei o que é, mas parece cheiro de macho que fode com o psicológico alheio. Tô muito fodida, meu Deus...!

E seja o que Deus quiser, pensei fazendo o sinal da cruz antes de entrar debaixo da água. Aquela família ia acabar comigo naquele ritmo de conspirações deles entre si.

Dolores: La Bella Muerte FIVE Completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora