Olivia [H.S/PT BR]

Kitchen

— Amor, o que acha de irmos para Londres? 

Esquecendo como se respira, engasguei da pior maneira com a soda que tomava. Harry deu alguns tapas em minhas costas enquanto tossia como uma idiota e dei um sorriso sem graça quando percebi que, além de me babar, havia cuspido um pouco na mesa. Aquilo era ridículo.

Mas ele riu, então estava tudo bem. 

— Gosta tanto assim da ideia? — tirou sarro quando eu já conseguia respirar como uma pessoa  normal e me limpava.

— O quê? Isso é loucura, você sabe, né? 

— Eu já conheço sua família... minha mãe e Gemma estão ansiosas pra te conhecer. 

— O quê? Sério?! — disse um tanto alto, me arrependo em seguida. — Desculpa, me animei. 

É claro que sempre tem como piorar, meu nome é Olivia.

— Sim... o aniversário de Gemma é no começo do mês que vem, ela vai fazer uma festa e nos convidou. — disse como se não fosse absolutamente nada demais. 

— Como você está falando isso com a maior calma do mundo?!

— Pelo menos estou te avisando, sua mãe poderia ter nos pego no sofá. E eu ainda estava duro! — rolou os olhos, aquela frase era tão engraçada que eu nem sei como ele conseguiu falar sem rir.

Porque eu ri, muito.

— Oh, está começando a falar sacanagens agora? — tentei desviar do assunto.

— Você ainda lembra, não? Joshua deve ter me achado um pervertido. Enfim, não mude de assunto amor, sei o que está tentando fazer. — droga, eu nunca conseguia o enganar. — Podemos passar uns dias por lá, o que acha? 

Bom, a poeira já havia abaixado sobre os artigos de nosso namoro, mesmo que não soubessem quem eu era de fato. Ele parecia animado com a ideia, mas conhecer sua família... era surreal para mim. Namorávamos há quatro meses e ainda parecia um sonho, e se elas não gostassem de mim? 

— Se disser que estou com medo, você vai rir? — indaguei como uma criança.

— Na verdade não vou rir, mas... por que medo, amor? 

— E se elas não gostarem de mim? Você sabe, eu tenho cinco ou nove parafusos a menos e... 

— Olivia. — me cortou. Filho da puta, aquele não era o momento de me virar para ele e fazer com que o encarasse. — Você é maravilhosa, elas com certeza vão te adorar. 

— E como você pode ter tanta certeza? Sabe como é... é sua família. 

— Não se preocupe tanto com isso amor, vai ser incrível. Pense com carinho, não vou lhe obrigar a nada. 

— Pare de ser fofo, Harry. 

— Fofo? Eu não sou fofo. — provocou, fazendo uma carinha adorável.

— Você sabe que é, quando quer. Você também pode ser um pé no saco às vezes, mas eu aceito. 

Não, não iria me arrepender: era o que dizia à mim mesma, afinal era um medo irracional já que havia conversado algumas vezes com as duas por telefone, mesmo assim... ir até Londres para as encontrar soava como loucura, mas incrível ao mesmo tempo. Era a família do meu namorado, de qualquer forma. 

E é claro que eu queria conhecer os gatinhos de Anne. 

Harry sorriu largamente e me abraçou, murmurando o quão agradecido estava, mesmo que não precisasse e ignorasse que havia dito isso. Beijei a curvatura de seu pescoço e aproveitei o momento para relaxar em seu ombro. Estávamos na cozinha, pouco passava das duas da manhã e tínhamos acabado de maratonar Friends, eu não sabia que ele gostava tanto dessa série como lia, mas era a quarta vez que ele sugeria para assistirmos tudo novamente, até sabia as falas. 

Estava com sono e tinha certeza que ele também, mas acho que nenhum dos dois estavam dispostos a sair dali e, dizendo por mim, o ombro dele era um ótimo lugar. 

— Você vai adorar, tenho certeza. 

— Com certeza, vamos nos encontrar num Starbucks e eu vou estar com um coque frouxo e vamos esbarrar, né? 

— O quê? Eu não entendi absolutamente nada que você disse, por que Starbucks? — perguntou, a voz genuinamente confusa me fez rir baixo. — Hey, você não deveria estar rindo!

— Esquece, amor. — afastei minimamente para o encarar. — Já passamos dessa parte. — dei um selinho nele.

— Se você não me contar... — colocou uma mecha do meu cabelo para trás, seus dedos tocaram meu pescoço e instantaneamente arrepiei. 

— Então...? Está me ameaçando agora, Styles? — tentei brincar, despistando o efeito que ele tinha sob mim. 

— Já disse que acho sexy como você fala meu sobrenome? 

— Posso te chamar de Harold se você quiser. 

— Gosto quando você me chama de amor. — acariciou meu rosto, passando o dedão por meus lábios.

— Está tentando me seduzir? — aproximei nossos rostos, conseguindo sentir sua respiração.

— Depende, está dando certo? — sorriu de canto.

Maldito.

Com certa urgência, Harry segurou os dois lados do meu rosto e me puxou mais, juntando nossos lábios: não era um beijo carinhoso, e sim repleto de desejo, luxúria. Sua língua encontrou a minha e gemi baixo quando uma de suas mãos escorregou até minha cintura, acariciando-a por cima da camiseta e pressionando os dedos. 

Mas ele me puxou para mais perto, e sem pensar duas vezes sentei em seu colo, deixando uma perna de cada lado e colocando os cabelos para trás antes de abaixar o rosto para voltar a o beijar, sentindo seu olhar penetrante contra mim. Suas mãos adentraram a camiseta do pijama e ele alcançou meus seios, instigando os mamilos já rígidos e me fazendo gemer contra sua boca. 

— Pare de me provocar, Harry. — grunhi, apertando os olhos. 

— Está me ameaçando agora, White? — disse, logo mordendo meu lábio inferior. 

Gostoso filho da puta.

Segurou minhas pernas e se levantou, apoiando-me na mesa — ainda bem que eu limpei, ainda bem... —, deixei que ele se acomodasse entre minhas pernas e cravei as unhas em suas costas quando seus beijos molhados foram até meu pescoço, puxando meu cabelo na nuca e se ele continuasse assim, gozaria ali mesmo. 

— Temos uma viagem para planejar... — murmurei quando desviou a atenção de meu pescoço para puxar minha camiseta, jogando-a em qualquer lugar.

— Temos um assunto maior para tratar agora, amor. — se abaixou um pouco, ficando na altura de meu peito. — Muito mais importante.

Foda-se, a viagem realmente podia ficar pra mais tarde.