Kiss

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Eu nunca tive a oportunidade de conhecer uma celebridade, mas era exatamente como pensava: privilégios absurdos, como o que acabara de acontecer, afinal, Harry me levou a uma das baladas mais caras daqui e pagou com o rosto e um "Sou Harry Styles". Estávamos no camarote e as pessoas ali pareciam não ligar muito para a presença dele.

Coisa que, no fundo, achava um absurdo.

Mas por outro lado também era bom, já que Harry estava lá para se divertir tanto quanto eu. Acho que no fundo ele estava precisando disso. O observava tomar o drink calmo, vez ou outra me encarando e sorrindo quando nossos olhos se encontravam.

As pessoas ali pareciam podres de ricas. Não que isso fosse algo coisa ruim, afinal, dinheiro era tudo de bom, mas estava claro que eu não pertencia muito a esse lugar e, se soubesse que estávamos vindo para cá, com certeza teria me produzido mais.

É por isso que precisava ficar "alegre" o mais rápido possível.

- Olivia, Olivia, Olivia... – cantarolou Harry, antes de bebericar um pouco do líquido escuro de seu copo.

- Harry... já imaginou algo assim?

- Algo assim? Não entendi.

- É, olha essa situação – fiquei de frente para ele, apoiando minhas mãos em meu colo – você está comigo agora, sabe o que isso significa?

- Que eu estou com você agora? – disse como se fosse óbvio.

- É, também. – revirei os olhos – quero dizer que você está numa balada com uma fã sua, que acabou de ser humilhada, tirada pra fora do jogo e humilhada novamente. Acho que nenhuma fanfic que eu li tinha algo assim.

- Você pode começar a escrever uma então – riu – mas sério, não tenho culpa se você é tão legal, Olivia.

- Ah Harry... além de rico, bonito, cantor, fofo, perfeito, ainda é modesto... É isso, com certeza salvei o País em minha vida passada.

- Obrigado, eu sou maravilhoso mesmo – piscou.

Céus, que homem bonito.

Comecei a experimentar bebidas diferentes do bar, e quando dei por mim, eu e Harry estávamos na pista de dança. Naquele momento, permiti me libertar de todo o stress acumulado em mim cantando o mais alto e desafinado que conseguia. Meu corpo se movia de forma desajeitada, e tenho certeza que as pessoas me olhavam como se fosse maluca.

Mas Harry me olhava com ternura...

E só isso importava.

Era difícil acreditar que alguém como ele gostava da minha presença. Claro que, acima de tudo, Harry era humano, mas ele sempre me pareceu tão inalcançável... era engraçado porque, quando mais nova, meu sonho era o conhecer e ter a oportunidade de dizer o quanto o amava.

Mas ele estava dançando ao meu lado agora.

E eu já havia dito o quanto o amava.

Apesar do meu amor ser para o Harry Styles, a medida que o tempo passava, eu estava amando o Harry, apenas Harry. Harry esse que apareceu na minha casa com duas caixas de pizza, os ombros amigos e palavras de conforto.

As pessoas próximas de Harry tinham sorte de o ter perto.

Eu tinha sorte de ter ele aqui.

- Por que me olha tanto? Eu sei que sou bonito. – disse convencido, me trazendo de volta. O encarei um tanto envergonhada e sorri.

- É que você é sensacional, Harry. Só por isso.

Minhas palavras transbordaram sinceridade.

Eu esperava que ele captasse isso.

- Obrigado Olivia, você também é. Você fica mais bonita sorrindo. – fiquei impressionada com a naturalidade que aquelas palavras saíram de sua boca.

Eu não estava bêbada, e Harry sabia muito bem disso, até porque, ele estava totalmente sóbrio.

Era, de fato, ele dizendo isso.

Meu sorriso se alargou e não pude evitar de abaixar a cabeça, um tanto MUITO constrangida.

Então ele me achava bonita.

Bonita de verdade.

Começamos a dançar desajeitadamente juntos e ríamos um do outro, mas o clima não estava mais tão tranquilo assim. Me sentia nervosa, estávamos próximos demais e a tensão sexual ficava cada vez maior.

- Harry, vou até o bar, já volto. – disse e não esperei para ouvir sua resposta, apenas corri dele.

Quando cheguei até lá, fiz meu pedido ao barman e me escorei no balcão, até que senti uma mão se espalmar em meus ombros e virei assustada, dando de cara com Harry. Seu sorriso travesso e o perfume doce me fizeram estremecer.

- Olivia, venha comigo, hm? – sussurrou em meu ouvido.

- Onde vamos, Harry? – perguntei sem o encarar, já que não tinha coragem de o fazer. Pelo menos não naquele momento.

- Confia em mim?

- Claro que confio – a sinceridade em minhas palavras o fizeram sorrir. Harry segurou meu pulso levemente e começamos a caminhar.

À medida que fomos passando pelos corredores e portas, percebi que estávamos seguindo em direção ao estacionamento. Assim que atravessamos a porta dos fundos da boate, o vento gelado bateu contra meu corpo e me fez arrepiar.

- Está com frio? – perguntou, virando-se para me encarar pela primeira desde o bar.

- Não, é só que esse vento me pegou de surpresa – desconversei.

Sendo honesta, não queria que ele largasse minha mão.

Ao chegarmos em seu carro, Harry abriu a porta para mim e me ajudou a entrar, já que era ridiculamente alto e eu precisava saltar para chegar ao banco. Não demorou para que ele entrasse e fechasse a porta, me encarando.

- Acho que lhe devo um pedido de desculpas, Olivia – sua voz era mais rouca que o normal – eu sumi e voltei do nada, me desculpe. – abaixou a cabeça, percebi que brincava com seus dedos.

- Harry, você também tem sua vida. Me desculpe se fui grossa mais cedo, acabei falando sem pensar – admiti – mas sério, não se preocupe. Você está aqui agora, somos amigos e está tudo bem.

- Às vezes eu fico meio assim, sabe? Mas espero que você entenda e não desista de mim. Você é uma ótima pessoa.

- Jamais desistiria de você, Harry. – sorri fraco.

Ele parecia inalcançável, forte e feliz. Mas no fundo, Harry um ser humano como qualquer outro.

Harry também tinha seus momentos.

- OIivia, posso te abraçar? – perguntou, sem me encarar.

Sem o responder, me curvei até ele entrelacei meus braços em seu pescoço, permitindo-me sentir seu cheiro e o calor de seu corpo.

Ah, como senti falta disso.

Harry passou seus braços por minha cintura e ali ficou. Fechei os olhos e me permiti o sentir ali, tão perto...

- Olivia, posso te beijar? – sussurrou em meu ouvido, me fazendo estremecer. Harry sentiu e sorriu, plantando um beijo molhado na região.

- Que? Isso é um sonho? – disse tão espontânea e assustada com a resposta que sequer percebi que, se eu tinha qualquer chance de beijar Harry naquela noite, a frase broxante que saiu de minha boca foi o suficiente para acabar com tudo.

- Acho que isso é um sim... – provocou, sugando a pele fina de meu pescoço.

Harry fez uma trilha de beijos molhados em meu pescoço, subindo pelo meu queixo e, quando nossos olhos se encontraram e nossas respirações se mesclaram, senti seus lábios macios nos meus pela primeira vez.

Melhor que tudo que já imaginei.

Tudo que já sonhei.

Tudo que desejei.

Olivia [H.S/PT BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora