Sneak In

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– Coma mais, Harry. – Philip pediu, empurrando o prato com as batatas assadas para Harry.

E como comer era melhor que falar, ele ficou quieto o jantar inteiro, sorrindo vez ou outra com alguns comentários de minha mãe. Joshua vez ou outra me fitava com um sorriso malicioso, e cada vez que meu namorado percebia isso, tomava um gole de suco.

E metade da jarra estava vazia.

Joshua saiu do quarto na mesma velocidade que Harry enfiou a cabeça no travesseiro e ficou vinte minutos ali, tentando se recompor de toda a vergonha. Eu até tentei o ajudar, mas antes precisava aceitar o fato que Joshua havia me visto dando uns amassos com o cara que eu chorava desde minha adolescência.

E eu podia ouvir meu pai procurando por Harry lá embaixo, pude ouvir o grito mais estranho do mundo vindo de Joshua no quarto ao lado e até mesmo Harry dizendo que era muito jovem para morrer.

Se continuasse assim, eu nunca transaria com ele.

– Oh, Harry é um garoto legal. – papai murmurou, e eu sorri. – Olivia, trate-o bem.

– Eu sempre trato, papai.

– Não confio muito em suas habilidades.

– Ouch. – reclamei, e Harry riu.

– Eu também não. – Joshua disse antes de enfiar uma colher na boca.

– Cale a boca, pirralho.

– Sem ofensas na mesa, Olivia. Me desculpe por isso, Harry. Eles são assim desde novos. – papai explicou, suspirando.

– Não há problemas, Sr. White.

– Me chame de Philip, por favor.

– Ou sogro. – Joshua piscou para Harry, e os dois riram.

– Desde quando vocês são tão amigos? – indaguei um pouco perplexa.

– Desde quando você cuida da minha vida?

– Joshua, eu realmente te odeio.

– Harry, gostaria de um pouco mais de carne?

– Obrigado, Angeline. Estou satisfeito. – sorriu.

– A tia Petúnia estará aqui amanhã? – Joshua perguntou antes de tomar um pouco de suco.

– Com certeza, ela não perde uma. – mamãe respondeu.

– Eu também não perderia um churrasco do papai.

E parecia um jantar normal, tirando o fato que papai demorou a aceitar que Harry estava ali, e não era nem ciúmes: ele queria entender como eu havia conseguido, mas sequer conseguia o responder isso.

Nem eu sabia o que havia feito para conseguir Harry.

Quando terminamos de jantar e Harry gemeu na mesa ao comer a torta, me apressei para retirar as coisas da mesa e lavar a louça, no encalço de Harry, já que por mais que havia dito que se ele tocasse em um garfo eu iria apanhar, mal deu ouvidos.

– Queria te abraçar agora. – disse, com uma voz um tanto receosa.

– E por que não faz? – perguntei sem o olhar, habilidosamente lavando uma panela grande.

– Sua família está aqui.

– Isso não é problema, Harry.

– Já não basta o que aconteceu mais cedo... – praguejou baixo.

– Vamos manter a porta trancada na próxima vez, ainda temos essa noite. – pisquei, e Harry ficou vermelho.

– Você é impossível, Olivia.

Olivia [H.S/PT BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora