Fun

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- Eu não acredito que tive a coragem de cair nessa, sério... é por isso que eu odeio homem, Lily. – praticamente gemi enquanto enfiava mais uma colher gigante de sorvete na boca.

- Livy, quem poderia imaginar? Sério... – senti suas mãos em meus ombros, fazendo um carinho gostoso.

Era o dia da fossa.

- Ele me envergonhou, sério. Eu quero morrer! – gritei afundando a cabeça no travesseiro em meu colo.

Lily odiava lidar com esse tipo de situação, e tenho certeza de que lá no fundo estava me amaldiçoando, já que havia estragado seu encontro. No sofá da minha casa, estava sendo consolada pela minha melhor amiga depois de ser:

1 – dispensada;

2- humilhada;

3 – HUMILHADA!!!!!

Patético. A única palavra para descrever o momento. Duas batidas na porta chamaram minha atenção, mas Lily foi mais rápida e pulou do sofá, indo até porta.

- Quem será que é? Sério, não quero ter que lidar com ninguém agora...

- Se isso não conseguir melhorar seu humor... você tem que entender que precisa se valorizar – abriu a porta, fazendo me gritar de susto.

Harry estava lá.

- Oi Lily, demorei? – perguntou, sorrindo fraco. Carregava duas caixas de pizza na mão, e o cheiro já fazia meu estômago reclamar de fome.

- Não, chegou até rápido. Há plano melhor para um final de semana? – brincou, dando espaço para que ele entrasse.

Meu Deus.

- Harry, você não pode me ver nesse estado! – gritei com a cabeça enfiada no travesseiro novamente, meu rosto provavelmente estava mais vermelho do que antes – que merda você está fazendo aqui?!

- Culpa minha, Livy. Achei que ele fosse te animar, e bom, você o ignorou!

- Eu?! – me exaltei, levantando-me do sofá e caminhando até ele com toda minha coragem e ódio – você que não fala comigo! Sério, que merda é essa? Eu te amo, mas você está brincando comigo? -disparei, gritando em meio as lágrimas.

- Calma, Livy... – Lily me abraçou, e me permiti chorar em seu ombro – ela é meio maluca, Harry. Não a leve a mal, por favor, fique à vontade.

- A casa é minha, por que tá mandando ele ficar à vontade? – grunhi – Harry, eu te amo muito, mas eu quero te socar.

- Eu vi que você me ama muito, minha cara está espalhada pela casa – desdenhou – somos amigos, Olivia. Está tudo bem. Coma um pouco, Lily me disse que você fica mais feliz com pizza quando está nesse estado.

- Eu odeio vocês!!!!!!!! – me soltei dela, me jogando no sofá e chorando o que tinha para chorar.

- Harry, segura ela ai, vou pegar os pratos. – ouvi passos se afastando e senti Harry sentando no sofá, perto da minha cabeça.

- Sério, o que você tá fazendo aqui? – perguntei chorosa, abraçando minhas pernas.

- Bom, Lily me respondeu, afinal, alguém me ignorou. Ela disse que você não estava muito bem e aqui estou eu. – sua voz era doce, mas ao tempo, parecia que estava contando um segredo de Estado.

- Você é perfeito demais pra ser verdade, mas sério, olha meu estado! Eu estou chorando feito uma idiota e o amor da minha vida há anos tá aqui do meu lado tentando me consolar. Sério, eu devo ter salvado o mundo na minha vida anterior, não tem outro jeito de ser tão sortuda.

- Ah, Olivia...

- Não sei, não quero melhor. Melhor não estragar o momento, te amo. – confessei, pegando o pote de sorvete e voltando a comer igual uma maluca.

Enquanto comia o sorvete e tentava me distrair com a TV, Lily voltou carregando copos, pratos e refrigerante: como estava conseguindo equilibrar tudo isso? Não faço ideia.

- Então, vão me contar o que aconteceu para você estar desse jeito? – Harry perguntou, não muito certo se deveria encarar Lily ou eu. Seu sorriso de canto era assustadoramente lindo e, como sempre, me fazia questionar se era humanamente possível alguém ser tão lindo assim.

- Lily, deixo essa com você.

Enquanto Lily contava a história inteira pra ele, revezava entre comer pizza, chorar e tomar sorvete. Mesmo com eles dizendo que deveria comer um de cada vez, usar um prato e até mesmo parar de gemer cada vez que citavam o nome de Marco, pra mim era impossível. Harry ouvia a história atentamente, e vez ou outra suspirava.

- Nossa, que cara filho da puta! – disse antes de morder um pedaço de pizza – sinto muito por tudo que aconteceu, Livy, mas que bom que ele mostrou as garras antes de ser tarde demais.

- Eu nunca gostei da Lauret, mas sério, essa atitude dela foi ridícula de infantil. Espero que os dois deem as mãos e sejam muito felizes no inferno. – Lily concluiu, me fazendo concordar com a cabeça.

- Eu também, eu também... quem aquele cara acha que é pra pensar que todo mundo quer transar com ele? Tá, não era totalmente mentira mas...

- Mas é errado fazer isso. – Lily completou.

- É errado... – enfiei mais uma colher cheia de sorvete na boca.

- Meninas, que tal irmos nos divertir? – Harry perguntou.

- Só saio daqui se for direto pra casa do Matthew, quero completar o serviço. – ela disparou, recostando no sofá.

- Eu não quero sair daqui, quero tomar sorvete, chorar e falar mal deles.

- Vamos fazer isso numa balada, sei lá. – sugeriu, colocando o prato na mesa – você vai arrumar uma pessoa melhor que ele, sério.

- Ok, vamos. – me levantei, jogando o cobertor no chão e indo até meu quarto.

Eu queria me divertir. Queria uma noite tão feliz quanto foi a da festa, beber até esquecer meu nome, dançar, ouvir música e esquecer da realidade por um momento. Afinal, ele não merecia minhas lágrimas, eu não merecia me remoer por toda a humilhação que passei, afinal, eu era apenas Olivia.

A decidida Olivia.

Como mamãe dizia, a amável Olivia.

Tomei um banho rápido e, quando não havia mais nenhum resquício de choro no meu rosto, passei um pouco de maquiagem e um batom rosa escuro. Afinal, estava saindo com Harry, e seria inútil tentar ficar no mesmo nível de beleza que ele. Escolhi um vestido roxo escuro e prendi os cabelos, saindo do quarto e atraindo a atenção dos dois.

Que estavam ficando bem amigos.

- Uau, você está linda Livy! – Lily sorriu ao me ver, levantando do sofá. A sala estava arrumada, e eu precisava agradecer infinitamente a ela depois – graças a Deus ele ainda tá afim, então... tô indo! Tô liberada, né?

- Liberadíssima, Lily. Obrigado, Olivia estará em boas mãos. – Harry sorriu e fez um highfive com ela.

Amigos até demais.

- Amiga, juízo. – a aconselhei, vendo-a pegar a bolsa e ir até a porta – eu não quero ser tia!

- Eu que deveria dizer isso, não vomite no tapete. Beijos! – saiu, deixando-me sozinha com Harry.

- Vamos? – perguntou, se levantando e colocando o celular no bolso.

- Vamos, preciso apenas colocar o sapato.

Mais uma noite ao lado de Harry. 

Olivia [H.S/PT BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora