02- Uma nova rota

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Chegando na aldeia vou para o lugar de sempre, todos da aldeia tem seu espacinho para vendas, desço da carroça e ajeito as mercadorias enquanto Philli vai caminhando na multidão procurando lugares para achar um vestido, na verdade aqui tem poucos lugares para vender vestidos , mas encomendar um é só para quem tem uma boa capital , o que não é nosso caso, mas Philli gosta de se passar como alguém da nobreza , já eu prefiro aceitar de onde sou mesmo, claro que sonho em ter um bom dinheiro , morar em um lugar bonito e grande e ter uma boa qualidade de vida , sem depender de me casar com alguém que tenha dinheiro, mas sim depender do meu próprio , o que é difícil mas não impossível , para nós mulheres que não temos acesso a estudos é ainda mais difícil , eu sei ler mas minha dicção não é muito boa, tenho tentado praticar mais mas não temos livros lá em casa, tem um livro apenas que veio comigo , é mais um livro de aprendizado a leitura , me ajudou a saber o básico.

-Olá senhorita , o que nos trás aqui hoje?- Um senhor se aproxima de mim e pela voz parece que reconheço, viro para o senhor e dou meu melhor sorriso

-Senhor....- eu sempre esqueço o nome dele , ele é cliente novo , mas logo saberei quando sua filha chegar junto.- Senhor ! hoje temos as flores de sempre, mas frutas só terei 10 maçãs.

-Papai ! - a filha do senhor chega.- Bom me desculpe Gardenia...- ai não , ela lembrou meu nome e eu nem sei o nome dela e nem do pai dela.

-Esmeralda, não precisa vir atrás de mim.- ele diz enquanto olha as maçãs.- São poucas maçãs mesmo, você vai voltar depois de amanhã com mais frutas?- ele me pergunta e afirmo com a cabeça

- Muito bem Senhor Arthur , escolheu o que vai querer? - sua filha o apressa

-Quanta pressa Esmeralda , me de um tempo.- ele diz ainda vendo as maçãs

-Ah Gardenia , você lembra muito alguém mas .... não sei ao certo, eu gostaria de te fazer um convite , faz um bom tempo que viemos aqui , eu e meu pai sempre comentamos que você se parece com a ....- ela ia continuar a falar mas seu pai , Arthur, o qual não posso esquecer o nome outra vez , a interrompe.

-Será essas 10 maçãs por favor ! - ele diz e rapidamente preparo as maçãs para dar a ele.

-Senhor Arthur , quer levar uma sacola de pano ou o senhor já tem ?- eu o pergunto pois vendemos sacolas de pano firmes , uma renda extra e um bom negócio para quem se esquece ou precisa de sacolas.

-Bom, eu tenho aqui mas ela está prestes a arrebentar , eu gostaria de levar uma sua.- ele diz enquanto mostrava sua sacola ,e realmente estava bem gasta.

-É para já.- digo sorrindo e pegando uma das sacolas que sempre deixo na carroça para não esquecer e coloco as maçãs.- Aqui está.- digo entregando a sacola com as maçãs.

-Aqui seu pagamento.- ele diz sorridente e entregando as moedas.

-Como eu ia dizendo...- Esmeralda volta a falar mas é interrompida pelo seu pai

-Vamos logo Esmeralda , sem conversa.- senhor Arthur apressa ela.

-Mas pai o senhor acabou de falar para eu te dar um tempo e agora me apressa.- ela diz não entendendo e ele já estava andando apressadamente no meio da multidão.- Bom, nos vemos depois , até mais.- Esmeralda diz apressada e sai atrás do seu pai

-Ué , ela não ia me fazer um convite?- me pergunto baixinho enquanto reorganizo as flores em toda a carroça para não ficar vazia a parte onde estava as maçãs.

-Boa tarde Gardenia...- chega outros clientes e logo começa a correria com as vendas , como tinha só flores muitos acabavam não levando nada , mas outros decidiram levar pela primeira vez flores, que estavam muito bonitas.

Algumas horas depois perto de chegar a hora do almoço minha barriga estava roncando e mais da metade das flores já foram vendidas, agora estou esperando Philli para poder ir buscar algo para comermos enquanto ela fica de olho na carruagem. 

20 minutos depois vejo ela caminhando sorridente com uma caixa em mãos , com certeza ela achou o vestido, mas demorou demais.

-Phillipa!- chamo a atenção dela

-Ai , não precisa falar o nome inteiro , parece que esta brava comigo.- ela diz indo guardar o vestido na carroça

-E eu estou , faz tempo que estou com fome , demorou a manhã inteira para escolher um vestido. - digo impaciente 

-Eu não vi só o vestido, na verdade até almocei com o conde Murilo , ele estava sendo bastante persistente.- ela diz sorrindo 

-Cuidado com os homens , você é jovem demais para dar bola a qualquer um.- repreendo ela

-Mas já estou na idade de me casar.- ela retruca.- Não fique brava comigo , quando esta sozinha você pega frutas para comer.- ela diz e eu reviro os olhos.- Ah verdade hoje não tinha muitas né.- ela da um sorrisinho o que me irrita mais ainda

-Tanto faz, fique de olho nas mercadorias , irei almoçar sozinha.- digo sem paciência entregando a sacola de moedas para ela.

-Sim senhora ! - ela diz pegando as sacolas e me viro para ir procurar algo bom e diferente para comer.

Andando pela cidade eu vejo que hoje está tudo muito cheio , pode ser por conta da festa que terá aqui a noite.

-Pensando bem, posso aproveitar e ver um vestido nesse intervalo de tempo.- digo para mim mesma já vendo se tem alguma loja de roupa por perto.

Então eu ouço uma música muito familiar , eu não sei porque mas isso faz meu coração acelerar , então eu sigo a música e encontro um rapaz de capuz indo para o lado da floresta tocando em um violão , então eu o sigo discretamente , quanto mais eu o sigo mais sinto algo familiar , e a letra da música de repente surge em minha mente , então vejo que ele entrou no começo da floresta , ele para e eu me escondo atrás de uma árvore , ele se senta ali mesmo e contínua a música e começa a cantar e eu sorrio , quando percebo estou na frente dele ouvindo ele cantar , então ele para de cantar e tocar e sorri e me olha tirando o capuz , e seu rosto é muito bonito , parece que ele vem de uma família nobre , na verdade parece um jovem mais velho que eu , ele tem um olhar que prende qualquer um , olhos cinzas, e ele me parece familiar assim como a música, quando percebo que o segui e estava ali na maior cara de pau na frente dele eu me viro de costas para ele para dar uma de desentendida mas claro que não daria certo.

-Bom , seria mal educado depois de me seguir o caminho todo até aqui e não dizer uma palavra... então me diga... quem é você?- ele se levanta enquanto fala e se aproxima de mim e eu penso no que falar , e agora?!

CONTINUA...

Laço de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora