Capítulo 26 - Barney

2.5K 277 214
                                    

Barney

Eduardo

Quando eu saí do banho, a primeira coisa que eu vi foi Marcela sentada na cama da nossa cabine com os cabelos molhados e enrolados em uma toalha e, diferente da camisola vermelha da noite anterior que tinha me levado do oito ao oitenta em trinta segundos, vestindo um pijama que era apenas um short e uma blusinha de alças azul bebê.

Eu provavelmente nunca tinha achado um pijama azul tão sexy, contudo, acho que Marcela Noronha tinha subido muito no meu conceito de sensualidade nos últimos dias, porque eu tinha descoberto uma ou duas coisas novas sobre ela e tinha verdadeiramente adorado cada segundo.

Apesar do banho, eu estava me sentindo cansado pela musculação e pelo que fizemos depois no banco de supino. Eu nunca tinha feito sexo em um lugar aberto antes porque, bem, não sei exatamente o que teria acontecido se alguém tivesse resolvido ir malhar no pôr-do-sol, mas, no fim, valeu a pena arriscar – não que eu fosse ter dito não para a sua proposta.

Porque, bem, era Marcela.

Linda, cheirosa, gostosa de um jeito que me deixava louco e indecoroso e que afastava pensamentos mais racionais da minha cabeça com muita facilidade. E ousada, porque eu não teria proposto uma transa no meio dos aparelhos da academia, ainda que aquele biquíni branco estivesse me fazendo pensar nisso por todos os lugares onde passamos ao longo daquele dia.

— Você vai querer fazer algo no navio? Marcele disse que vai ter uma noite do karaokê em um dos bares — Marcela começou, mas ela bocejou antes de conseguir terminar. — Ela quer cantar Evidências comigo.

Eu ri, caminhando até o guarda-roupas para encontrar uma cueca dentro da gaveta, enrolado em uma toalha da cintura para baixo.

— Eu adoraria te ver passando essa vergonha, mas acho que nós dois estamos cansados depois de tanta musculação — eu disse e ela ergueu as sobrancelhas, deixando um sorrisinho discreto se desenhar em seus lábios. — Se você quiser, a gente pode ir, mas eu também topo ficar aqui e só, sabe... — apontei para a TV e para a cama de forma lacônica.

Marcela espreguiçou as costas.

— Peço um vinho pra gente? — perguntou, aceitando implicitamente meu convite de ficar no quarto e descansar por uma noite. Puxei a primeira cueca que eu vi e, para a minha infelicidade, ela começou a rir. — Isso é uma cueca do Barney, Edu?

Olhei para o tecido na minha mão e é claro que Barney, o dinossauro roxo, me encarou de volta. Eu ri também.

— Você não acha extremamente sexy? — desenrolei a cueca e a coloquei na frente do corpo, mostrando para Marcela, que riu ainda mais.

— Não consigo pensar em absolutamente nada que me excite mais do que isso — disse, por fim, descendo os olhos do meu rosto para Barney.

— Ninguém resiste ao Barney — eu sorri e passei a cueca pelas pernas enquanto ela puxava o telefone que ficava na mesinha de cabeceira. Tirei a toalha quando o essencial estava coberto. — Você se importa se eu ficar só de cueca?

Ela ergueu as sobrancelhas, achando minha pergunta divertida.

— Eu acho que eu já vi o suficiente para não me importar com isso — respondeu e eu sorri para ela enquanto caminhava para o banheiro, para pendurar a toalha no gancho. — Você está com fome?

— Estou — respondi, me deitando ao lado dela na cama e sentindo o cheiro de hidratante que vinha da sua pele. Dei um beijo no seu ombro e o cheiro penetrou meu olfato como se fosse uma nuvem de Marcela. Não reconheci o cheiro, mas era quase tão delicioso quanto ela. — E você?

Cuidado, é mentira!Onde histórias criam vida. Descubra agora