Capítulo 116 - Dessa vez, de verdade

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Capítulo 116 - Dessa vez, de verdade


Marcela

— Ok, você pode escolher entre Squid Game, Casamento às Cegas, Clube de Mergulho e a última temporada de Lúcifer — Eduardo me ofereceu quando eu saí do banho, passando meus dedos nos cabelos para desembaraçar os fios enquanto ele zapeava pelos canais da minha televisão, completamente espalhado pelo sofá.

Eu gostava disso. Dele. Tão a vontade na minha casa como se já fosse nossa, como se fosse natural que a gente começasse a dividir o espaço, as histórias e a vida.

— Primeiro: o que você está fazendo com o meu moletom? — perguntei, apoiando um joelho do lado do seu quadril ao colocar minhas não na barra do casaco que ele estava usando, sentindo a sua pele quente contra os meus dedos — Segundo: todo mundo está louco por esse Squid Game, então acho que é uma boa escolha?

O Edu largou o controle quando eu tentei puxar o moletom para cima para retirá-lo do seu corpo (segurando a barra da sua blusa sem querer para que ela seguisse o mesmo caminho), porém ele segurou minhas mãos e me deu um tombo para cima do seu colo, fazendo com que eu me afundasse contra o seu peito, e o estofado macio e recém lavado.

— Negativo, meu moletom que estava com você em um longo empréstimo — ele me explicou, um sorriso travesso cruzando os seus olhos enquanto deslizavam por mim, como se eu fosse a coisa mais linda que ele tivesse tido a oportunidade de admirar e nunca mais quisesse parar.

Acho que éramos dois, porque eu adorava quando ele estava com o cabelo meio úmido do banho, o rosto levemente rosado da água quente, a respiração mentolada a poucos centímetros dos meus lábios e diminuindo.

Diminuindo.

Milímetros agora.

E diminuindo.

— Fica melhor em mim — murmurei, sentindo sua boca contra a minha, sua língua escorrendo como caramelo derretido.

Doce, quente e viciante.

Desta vez, quando eu puxei o moletom para cima, ele não hesitou em deixá-lo passar pelos seus braços, sendo esquecido no chão para que eu pudesse passar minhas mãos por cima do seu peito, sentindo o algodão da sua blusa puída contra as minhas digitais, em um toque que já era tão familiar que eu o conhecia mais do que conhecia a mim mesma.

Eduardo puxou minha nuca com uma mão e nos girou, ficando por cima do meu corpo, os dedos da sua outra mão escorregando do meu pescoço, em um toque suave que poderia me causar cócegas, porém que apenas me arrepiava e me inclinava para todos os lados que ele quisesse, porque quando ele me tocava, era como um músico experiente que sabia exatamente a melodia que escutaria antes mesmo de pegar o seu instrumento.

Eu me sentia em uma implosão, meu corpo inteiro vibrando e aquela sensação inquietante que era estar com Eduardo, amar Eduardo, apenas aumentava dentro de mim, em uma crescente que me fazia acreditar que um dia, eu realmente iria explodir.

— Má? Acho que meu celular tá tocando — ele murmurou contra a minha boca e eu abri meus olhos, percebendo que, uma parte da vibração que eu sentia dentro de mim, na verdade era externa e tinha o tom de ligação.

— Deixa cair na caixa postal — eu mordi seus lábios e abracei seu pescoço, fazendo-o cair ainda mais em cima de mim, amando todos os seus centímetros contra os meus.

— Pode ser importante — argumentou, sua voz não estava tão convicta quanto antes e as mãos não fizeram uma mínima menção de me soltar.

— Pode não ser — ronronei contra seu ouvido, mordiscando o lóbulo da sua orelha apenas para ouvi-lo arfar com aquilo. E eu o faria um milhão de vezes, porque aquele som era um dos meus preferidos depois de "eu te amo".

Cuidado, é mentira!Onde histórias criam vida. Descubra agora