Sete dias sem ela

Quadribol

Severus não fazia ideia sobre quantos jogos a Sonserina havia perdido. Ainda assim, vibrava sempre que os goles cruzavam alguns dos três arcos.

Talvez, guiado pelos outros alunos, os quais pareciam ter a vida enclausuradas naquelas pequenas bolas.

Outro grito apreensivo.

No mínimo movimento, poderiam perdê-las.

Olhando em volta, buscando compreender a posição de cada jogador, confessava não entender o que ocorria naquela competição.

"Sim, quadribol é um jogo bem idiota." Refletia num suspiro, fitando o céu nublado. Estreitando os olhos, Regulus se movimentava tão rápido que mais parecia um relâmpago da chuva por vim antes do anoitecer. "Será que ele não tinha medo duma queda?" Questionava, quando, por coincidência, uma estudante da Grifinória caiu da vassoura por causa de um bolaço.

Sim, Grifinória.

Para sua sorte, James não jogava por conta do castigo e o substituto se atrapalhava apesar da imensa garra em não desistir.

Certamente, a Sonserina ganharia.

Passando os olhos pela torcida da equipe rival, os marotos deveriam estar tão enfurecidos que nem mesmo compareceram.

Exceto Lily, mas ela não era um deles. Sorridente... Tão eufórica... Não voltava atrás quando falou em como ela combinava com as cores daquela casa e... Seja lá pra quem tivesse dito isto.

Sendo sincero, até que sentia falta da amiga.

Lily lhe acompanhava nas descobertas desde a infância, quando o mundo se resumia num estranho jardim.

Percebendo-se observada, ela lhe deu um aceno tímido, típico de todas as vezes que ficava sem jeito, até quando alcançava o sucesso numa atividade acadêmica e algum professor lhe parabenizava. Baixando a cabeça para as ofensas da irmã, apesar de indignada perante as injustiças, era diferente daquela determinação que lhe enlaçava o braço e garantia ser extremamente seguro saltar de paraquedas sobre um campo mimado. Aquela decidida emoção que lhe assegurava a capacidade de conquistar o mundo se estivessem juntos.

Todavia...

Não era ela, no fim.

Desviando o olhar, sem respondê-la, revisava os objetivos fixados em mente, concluindo ser melhor continuar distante.

Abafando a audição quando uma pessoa tocou uma corneta próxima ao seu ouvido esquerdo, arrependia-se por estar ali.

Definitivamente, não gostava de jogo.

Descendo as escadas, seria melhor esperar Regulus no vestuário dos jogadores.

Adentrando a tenda onde o amigo havia o pedido para aguardar caso ficasse entediado, lamentava não ter trazido nenhum livro para ler. Ou, pelo menos, algum passatempo.

Sentando-se num dos bancos, pegou uma das bebidas, fazendo uma careta de desgosto para o sabor tão doce. Fechando a garrafa, o prateado lhe seduzia.

Observando o anel, relembrava feliz da insensata brincadeira:

"Quer casar comigo?".

Embora incialmente sem reação, jamais esperou escutar aquele pedido feito por alguém. E se respondesse sim? Qual seria a reação de Regulus?

- A McGonagall disse que fará um sinal para que você possa substitui-lo. - Noticiava uma voz bastante animada.

- Até que enfim ela reparou em como aquele idiota é lerdo. – James conversava com o fragmento do espelho, invadindo em silêncio a tenda da equipe rival. – Irei salvar este jogo. Só que antes, vou preparar uma surpresinha para...