Dormitório das cobras - Parte 1

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- Nox. - Misturando-se a penumbra, finalizou o feitiço que emitia luz pela ponta da varinha.

Seguindo os sonserinos desatentos, aquela parte do castelo proporcionava calafrios aos intrusos devido ao ambiente frio e mórbido, fidedigno aos corações de pedra atribuídos aos bruxos da casa verde e prata.

Logo, havia adentrado ao dormitório e prosseguia caminhando, tendo o corpo oculto pela capa de invisibilidade.

Aproveitando as arestas da lua, espreitava o mapa do maroto.

Os dois sapatos parados próximo a lareira indicavam que, certamente, Severus permanecia estudando.

Prosseguindo pela trilha demarcada, agradecia pela alta hora da noite, pois estariam sozinhos.

Assim, poderia falar com ele.

Como James.

Poderia colocar um fim naquela grande porcaria.

O melhor? Poderia praguejar todo o ódio cultivado em seu coração e esquecer aquele... Aquele terno olhar desnorteante dos seus pensamentos. E aquela boca maldosa de lábios finos... Poderia...

Balançando a cabeça bruscamente para retornar ao foco, prosseguia o caminho, determinado a manter o orgulho intacto.

Sorrindo consigo, só ele para ter ideias tão perfeitas. Afinal, ele era mesmo incrível.

Ainda divagava quando um novo par de pés apareceu em passos rápidos.

James não precisou conferir o nome, já que o vento do intruso havia perpassado ao seu lado.

O irmão mais novo e menos bonito de Sirius.

"Maldito!" Praguejou em baixo som, um pouco atrás da irritante figura, já fervilhando em nojo. Quer dizer, como o amigo poderia defender aquela criatura em vez dele? Claramente, ele era mais atraente, divertido...

Parando para pensar, o medo congelou sua alma ao lembrar do desprezo que os olhos do sonserino tinha por si.

No entanto, não era esta sua ambição pelo bem de seu amor-próprio? Desde quando almejava o carinho do Ranhoso? Quer dizer... Era o estúpido do Ranhoso?

Pesaroso, voltava a manear a cabeça em negativo.

Pela primeira vez, arrependia-se pelo plano e por ter conhecido aquele sorriso tão fiel a Lily.

Observando os dedos vigorosos segurando as bordas do pergaminho, percebia a diferença em relação a delicada pele quando sob o efeito da poção.

Ele não era a ruiva.

Ele não era Lily.

No fim, Snape só aceitava seu carinho por estarem valseando em um baile de máscara.

Quando a música cessasse e as luzes clareassem o salão, ao contrário dos contos de fadas, mesmo estando em Hogwarts, a magia findaria.

A respiração pesada transparecia a amargura lhe agonizando a garganta. Por que tinha que ser aquele insuportável? Como faria para não sucumbir naquela angustiante emoção? Ele não o amava, certo?

Mordendo o lábio inferior, a dúvida impediu seus passos de continuarem justo quando estava na entrada do salão comunal da Sonserina.

Talvez, fosse melhor desistir.

Certamente, não poderia fazê-lo feliz.

Mas...

...

Sete dias sem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora