Dormitório dos Leões

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- Lily... - Afastando-se um pouco, o sonserino buscava o ar. Sorrindo ludibriado, admitiu. - Te beijar é complicado.

- Não é verdade. - O faceiro bruxo, igualmente alcoolizado, só queria mais daqueles lábios. Brincando por um travesso sorriso, - Vou te ensinar um jeito tão fácil que você conseguirá até de olhos fechados.

Dissimulado pela bebida, Snape retribuía o beijo em igual intensidade.

James descia suas mãos pela cintura, percorrendo o tecido daquelas roupas com a ponta dos dedos, decorando cada uma das singelas ondulações musculares.

Fitando aquele olhar, extinguia a distância entre os rostos. Seus lábios tangenciavam o de Severus, numa inconsciente tortura, a qual não foi perpetuada por muito tempo, pois as finas mãos da ruiva adentravam os negros cabelos, trazendo-o para mais perto, sequestrando-lhe a fala com luxúria.

Quando sem fôlego, o bruxo sorriu, e, enquanto bebia outra dose do forte uísque, a menina seguia tracejando sua clavícula com a boca, demarcando a branca pele com possessivas mordidas, ao mesmo tempo que desabotoava os botões da camisa social.

- É perigoso, Lily. - Brincou sorrindo bobamente ao capturar as mãos da garota entre as suas, aquecendo-as com o calor do seu carinho.

"Lily...".

Recuperando a garrafa, aquele era o último nome que James gostaria de ouvir naquele momento.

Dando mais alguns fortes goles para esquecer, levantou-se.

Sem compreender, Severus permaneceu sentado, acompanhando as pálidas pernas subirem as escadas para o dormitório dos leões. Talvez, ela houvesse ficado desapontada por não prosseguirem. Contudo, ele sabia que não era a hora, até porque, nem conseguia processar algo como aquilo.

Levantando-se, cambaleou no sentido contrário, utilizando a parede como apoio. A cabeça rodava e o caminho em pedra se assemelhava a superfície de um calmo rio.

Dando mais um passo, a bebida tremulava suas pernas, e o inerte corpo ameaçava adormecer.

Espionando de esguelha, o grifinório sabia que não poderia deixá-lo retornar daquele modo. A alegria lhe enfeitava os lábios de bochechas enrubescidas pelo gosto viciante atuando no sangue, confundindo e acelerando. Arriscava que, apesar da desordem, nunca havia sido mais feliz e não estava preparado para deixar o motivo daquela vívida experiência lhe escapar entre os dedos.

Provocando-o com desdém, comentou:

- Não vai me acompanhar ao meu dormitório?

- Lily... – Olhando para trás para buscar a imagem turva, desculpou-se. - Eu não posso ir para o dormitório das meninas.

Dando um passo afrente, desencontrou o degrau, quase caindo se não fossem as rápidas mãos que achavam engraçada aquela descoberta.

Então, o mal-humorado estudante exemplo era fraco para álcool?

Segurando pelo braço, Snape entreabriu os lábios buscando o que falar. Gostar de Lily sempre lhe despertou uma sensação de carinho agradável. A relva daquele verde olhar lhe proporcionava calma. Contudo, agora, o corpo incendiava mesmo com um simples toque como aquele amparo.

Deveria estar um tanto alcoolizado...

No entanto, o elemento químico em sua corrente sanguínea só o deixava mais ciente sobre como desejava que aqueles dedos elétricos lhe percorressem o corpo. Aquela boca lhe sequestrasse os vocábulos. Aquela garota....

Sete dias sem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora