Floresta - Parte 01

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- Quer dizer, como vamos para a floresta? Você não combina com aquele lugar.

- Lily... você está com medo? – Sorrindo presunçosamente, Snape o desafiava.

- Ah, Severus! – Subindo no banco, sentou na beirada da mesa principal numa postura transgressora. Inclinando-se para o rapaz, assegurou. – Um verdadeiro aluno da grifinória nunca tem medo.

E agora, estavam lá, praticamente perdidos dentre as assombrosas plantas de diferentes formatos, afundando os negros sapatos nos resquícios de neve. Apesar do bonito sol naquele fim de tarde, o frio do inverno jazia sobre os exploradores e quando expiravam, era possível notar o formato da respiração junto ao ar rarefeito.

De esguelha, Snape estranhava a facilidade que Lily aceitou sair do colégio, faltar a aula de adivinhação e seguir para a floresta, sem um plano prévio ou um mapa. Havia proposto por brincadeira e não esperava que ela aparecesse após o almoço, acatando sua batalha sobre quem já havia frequentado lugares mais assustadores e vencido por ter invadido um cemitério de sereias renegadas.

Quer dizer, quando Lily havia invadido um cemitério? E porque nunca mencionou? Aquela diferença era um tanto repentina.

Tranquilo, o impostor seguia quase assobiando, um pouco decepcionado pela fácil vitória. Era incrível, pois o rabugento rapaz retrocedia quando intimido pela imagem da garota. Abdicando as discussões, buscava ações para convencê-la do contrário e, por isto, tinha saído na frente.

E, para falar verdade, James adorava conferir o rival adentrando pelos caminhos errados, estando cada vez mais perdido.

Conhecia a gruta cuja as pequenas plantas cresciam na nascente, pois, os marotos costumavam acompanhar Remus até a "água mágica", onde os ferimentos cicatrizavam em tempo menor. Todavia, nunca imaginou que o responsável fosse as pequenas flores violetas e inofensivas.

Teimoso, o mal-humorado lançava olhares num engraçado pedido de socorro subjetivo, mas não conseguia aceitar que estava perdido. Como também, ele não aparentava constrangido ou nervoso pela presença da menina. Talvez, ao contrário do que Sirius mencionava, certamente o sonserino não estivesse consciente sobre os próprios sentimentos. Ou melhor, talvez nem tivesse ciência acerca da possibilidade em ter "sentimentos".

Casualmente, James arriscou:

- O que você faz quando está apaixonado por alguém?

Vermelho e sem graça, o sonserino enroscou a perna num galho de trepadeira mediante a surpresa. Estreitando os olhos curiosos, James insistiu:

- Você já beijou alguém?

O silêncio.

- Somos amigos. – Dando de ombros, continuou. - Amigos falam destas coisas.

- Eu não tenho tempo para pensar sobre isto. – A voz hesitou, conseguindo desenganchar o tecido, apesar de rasgar um pouco, o assunto o desestabilizava.

- Como não? Temos quinze anos. Só pensamos nisto.

- Lily... – O forçado sorriso extremamente sem graça, não compreendia a motivação para entrarem no assunto. – É... É complicado.

- Como, Severus? Sabe, hoje eu sonhei com James.

- Nossa! – Virando-se automaticamente um tanto entristecido, afastava alguns galhos, desviando de enorme ninho de formigas, quase arrependido pela sugestão do passeio. Então, ela tinha sentimentos pelo imbecil? E queria conselhos? Sem saber o que comentar, arriscou. - Que pesadelo terrível, né?

Sete dias sem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora