Respirando aos poucos

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Uma dor não durava para sempre, embora certas feridas nunca fechassem.

Em segredo, Severus tentava reconstruir as lembranças da falsa Lily, substituindo-as pelo atencioso confidente que estava sempre sorrindo conforme sua gradativa melhora.

Era bom saber que Regulus estava ao seu lado.

A parte mais difícil: frequentar as aulas, pois os olhos de Remus e James lhe pesavam nas costas.

Misturando-se aos outros alunos, fugia do cinismo de Sirius e só desejava que aquele grupo estuporasse.

Às vezes, o anel ardia em seu dedo, faiscando.

Fechando os olhos, ignorava as pessoas ao redor.

Não tinha ambição de descobrir o culpado, principalmente, agora quando melhorava. Nem deveria ter mais lágrimas para lamentar uma segunda vez.

Por mais que houvesse sido tolo, seria melhor esquecer.

Aos poucos, evitava até Lily. Forçados sorrisos. Mentiras acerca de atividades restritas a Sonserina.

A ruiva não compreendia, argumentava sobre esperar, mas Severus temia que sua imagem fosse novamente usada, afinal, todo o colégio tinha ciência sobre como aquela era sua fraqueza e não era algo bom ter uma.

E, aos poucos, ela estava na mesa dos marotos.

Indignado, baixava o olhar quando algum deles revidava, questionando se ela havia concordado em participar daquele plano estúpido.

De qualquer forma, precisava de uma parte da pessoa para a poção funcionar...

Todavia, recusava-se a acreditar que Lily...

No fim, a presença de Regulus lhe acolhendo a distraída mão durante o almoço, era a melhor recordação sobre existir muros entre as casas, os quais jamais deveriam ser cruzados.

Um pouco tarde, porém Snape havia aprendido que não existia paz entre os animais e a floresta proibida adentrava os altos muros do colégio, transformando tudo aquilo numa grande selva, cuja a luta pela sobrevivência era bem perversa. 

Sete dias sem elaOnde histórias criam vida. Descubra agora