— Fiz a primeira e nunca mais parei, é tipo um vício ou sei lá. - Adora olhou o próprio braço cheio de desenhos e Catra riu. — Depois que a Korra se tornou tatuadora, eu virei um gibi. É sempre ela que faz as minhas tattoos.
— Korra, é aquela morena dos olhos azuis? Vocês parecem próximas, achei que vocês tinham um lance. - Catra comentou casualmente, tentando não parecer invasiva, só queria conhecer o terreno em que estava pisando, afinal, Korra parecia uma pessoa tempestiva e nenhum par de peitos valia um nariz quebrado.
Ao ouvir o comentário, Adora riu e Catra olhou-a sem entender.
— Eu e a Korra? Nah. - a loira franziu as sobrancelhas, apenas imaginando o quão bizarro e estranho seria ter um relacionamento romântico com a sua melhor amiga. — Quer dizer, somos próximas, muito, mas ela é uma irmã pra mim. Não consigo me imaginar desse jeito com ela.
Elas andavam lado a lado na calçada, apreciando o movimento das ruas e a brisa noturna que se aproximava aos poucos. O céu estava em uma encantadora mistura de laranja e roxo e os raios solares perdiam suas forças conforme passavam-se os minutos. O clima estava perfeito para um fim de tarde, nem calor e nem frio, um típico pôr do sol de verão em Etheria.
Os estabelecimentos, as praças e as ruas estavam movimentados e podia-se ouvir pessoas conversando, rindo e se divertindo por todos os lados.
Depois do jogo e da vitória dos Bulls, Adora, Catra e todos os seus amigos continuaram no bar, bebendo, comendo, rindo e se provocando com o resultado do jogo. Catra pôde conhecer mais os amigos de Adora e até chegou a conversar com alguns deles, principalmente com Bolin, Bow e Glimmer, que foram muito simpáticos e tagarelas, fazendo milhões de perguntas à garota que, apesar de reservada, tentou respondê-las sem entregar demais sua vida pessoal.
Já Adora, acabou por se aproximar mais de Asami e Entrapta, já que Bow andava com as garotas para todo o canto. Entrapta não parecia ter muitas habilidades sociais, não bebia álcool e nem comia muito mas, quando o assunto era sobre qualquer coisa relacionada à tecnologia, nada a fazia parar de falar. Asami, por outro lado, parecia ser uma pessoa bem… Equilibrada. Não era extremamente extrovertida, nem introvertida, bebia de maneira regular e beliscava algo vez ou outra. Era inteligente, elegante e amigável.
Claro que, nessa conversa, Adora não deixou de falar de Korra para a garota de olhos verdes, que pareceu interessada em saber mais sobre ela.
Agora, o bar havia fechado e, como prometera, Adora estava levando Catra para casa.
— Que bom, por quê a Asami pareceu bem interessada na sua amiga.
— Ela te contou? - a loira decidiu perguntar.
— Ela é reservada com esse tipo de coisa, mas eu conheço ela bem o suficiente pra perceber. - Catra respondeu, gesticulando com as mãos e dando um riso fraco. — Mas, acho que a Korra não está diferente, não é?
— Não está mesmo, mas ela não é tão discreta assim. - Adora meneeou a cabeça e Catra concordou. — A Korra é bem cara de pau, osso duro de roer. - a loira divagou, pensando nas situações que já passou por conta de sua amiga sem papas na língua. — Me lembra um pouco você, daria uma briga boa.
— Eu não sou tão estressada! - Catra levantou um pouco o tom de voz, fingindo brigar com Adora pela comparação. A loira levou uma das mãos à boca e cobriu o riso. — Mas, eu sei xingar o dobro em dois idiomas, acho que ganho nos palavrões e, caso ela viesse pra cima de mim, eu poderia furar o olho dela. - mostrou suas unhas longas e a mais alta pegou em suas mãos, analisando-as.
— Dá pra fazer um belo estrago, você não se corta com isso?
— Às vezes, mas ter um gato em casa me deixou acostumada. - Catra disse e ambas mergulharam num silêncio confortável. Então, ao passarem por um parque grande, com grandes espaços de lazer e pistas de skate, Mike começou a agitar-se. — O que ele tem? - o cão latiu, olhando para Adora.
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Burning Bridges | Catradora
FanfictionAdora e Catra são como almas opostas que, se fossem depender do tempo, jamais se encontrariam. Em meio a estudos, trabalho e nervos à flor da pele, tudo o que menos queriam era instabilidade ou emoções complexas. Não queriam grandes feitos, dores...