Burning Bridges | Catradora

Better

Tudo estava absolutamente um caos.

O fim de mais um longo semestre havia chegado para os estudantes da Horde’s University e os corredores estavam como um verdadeiro inferno. Universitários corriam de um lado para o outro, disputando espaço nos corredores e parecendo apostar alguma espécie imbecil de corrida para ver quem saía primeiro do grande prédio da universidade enquanto gritavam.

Alguns de felicidade, outros de desespero.

Às vezes, aquele lugar nem chegava a parecer com uma respeitada universidade, estava mais para uma espécie de ensino médio com pessoas maiores de 18 anos.

O fatídico fim do semestre trazia duas coisas: férias e descanso para os estudiosos e trabalho e sofrimento para os vagabundos.

Catra se enquadrava no meio desses dois grupos.

Não era a aluna mais exemplar do curso de design gráfico, e, com certeza, não era a que tinha as melhores notas. Mas, ao contrário da imprudente aluna que era no ensino médio, agora ela precisava levar seus estudos a sério. Na verdade, isso não chegava a ser um grande esforço, afinal, Catra amava seu curso, era tudo que ela sempre sonhou em fazer da vida.

Não era de se gabar, mas sabia que era talentosa no que escolheu, e se sentia foda por isso.

Mas, por alguns problemas e ironias do destino, acabou por deixar algumas coisas por fazer.

Apesar de não ser a melhor pessoa do mundo, a maioria dos professores simpatizavam com Catra, que era conhecida como a garota quieta e antipática que sempre sentava no fundo da sala, de poucos amigos e meias palavras. Porém, apesar dos pesares, quem a conhecia sabia que ela tinha muito charme e carisma, e poucos eram os que resistiam a ela. Então, com um pouco de lábia e conversa fiada, não foi difícil convencer os professores a deixá-la entregar algumas coisas depois que as férias acabassem.

Não que ela ligasse muito para isso, fazia parte deixar de fazer uma coisa ou outra por aí, mas precisava de algo para ocupar a cabeça em todos esses dias que passaria em casa.

Não eram muitas coisas, apenas 4 ou 5 trabalhos que ela conseguiria fazer tranquilamente, afinal, Catra não era do tipo que costumava sair ou viver loucamente. Seus passatempos favoritos se resumiam em assistir filmes de suspense, escutar músicas, desenhar e brincar com seu gato, Melog.

Óbvio que tinha suas aventuras aqui e ali mas, na maior parte do tempo, ela achava tudo uma porra.

Sua vida se tornou tranquila, até monótona para uma pessoa como ela.

— Demorou lá dentro. - Catra disse para sua melhor amiga ao vê-la sair do prédio. Estava encostada em uma das grades na lateral do portão esperando haviam mais de dez minutos e, como a boa impaciente que era, odiava esperar. Na verdade, Catra tinha um pavio curto para a maioria das coisas.

— Desculpa, mas tá meio cheio lá e eu quase fiquei presa. - Scorpia riu sem graça, sabendo da impaciência da amiga.

Scorpia, Emma (ou Entrapta, como gostava de ser chamada) e Catra eram um trio inseparável desde o ensino médio. Sempre que podiam estavam juntas e, por mais que Catra não admitisse em voz alta, suas amigas eram os bens mais preciosos que ela tinha na vida.

Eram como uma verdadeira família.

Acima de tudo, Catra as admirava.

Enquanto caminhavam até o centro, que não era longe da universidade, conversavam amenidades como sempre. Na verdade, Catra ouvia mais do que falava, propriamente. Gostava de ouvir a animação de Scorpia falando sobre coisas simples e cotidianas, o bom humor constante da platinada a fazia bem e a ajudava a esquecer alguns problemas e levantava seu astral, apesar de vez ou outra revirar os olhos por algumas coisas que a mais alta dizia.