Burning Bridges | Catradora

Some Nights

Catra estava há mais ou menos quarenta minutos esperando Scorpia ir buscá-la. Dessa vez não estava tão impaciente como sempre, pois sabia o real motivo de ela estar demorando tanto. A platinada queria estar vestida para impressionar, afinal, a estudante de filosofia da universidade vizinha provavelmente estaria lá e estava determinada a fazer com que a garota a notasse.

Já que o flerte direto não era o forte de Scorpia, ela teria que apelar para outros atributos.

Catra pegou seu celular e discou o número da amiga, que atendeu depois de poucos segundos.

— Scorpia, vai demorar muito? - a morena perguntou.

— Já tô indo. - Scorpia respondeu do outro lado da linha, parecendo afoita. A outra desligou e voltou a apoiar as costas no seu confortável sofá cinza.

Catra não se arrumou muito para a ocasião, apenas vestiu uma roupa simples e padrão que tinha no guarda roupas, calçou seus coturno pretos, amarrou seus longos cabelos castanhos em um firme rabo de cavalo alto e ajeitou os vários anéis que costumava usar em seus longos e finos dedos, acompanhados de suas afiadas unhas sempre pintadas de preto.

Estava tentada a desistir e ficar em casa assistindo algum filme aleatório que estivesse passando na televisão. Mas, era só uma noite e chega, mesmo que ela achasse o ambiente um verdadeiro porre. Não custava fazer esse favor a sua melhor amiga, nem que fosse uma vez na vida.

Após os minutos passarem, ela ouviu batidas na porta e prontamente atendeu, já sabendo quem estaria do outro lado. Tudo que levou consigo para a festa foi seu celular, suas chaves e sua carteira, os enfiando no bolso lateral de sua calça.

Odiava usar bolsas ou coisas do tipo então, sempre que saía, procurava levar o mínimo de coisas que pudesse.

Apesar de estar levando dinheiro, Scorpia prometera que pagaria pelo consumo de sua amiga, então, por mais que Catra não estivesse no seu melhor humor, não havia como recusar esse tipo de oferta.

Não é todo dia que se pode comer e beber praticamente de graça.

Ambas as garotas entraram em um uber que a platinada havia chamado um pouco antes, um carro vermelho e grande. Mais precisamente um Ford sedan.

Não demorou muito para que chegassem ao local da festa que, como Catra esperava, já estava cheio e inclusive algumas pessoas já pareciam bêbadas ou drogadas, dormindo na calçada.

Nem havia passado das nove da noite ainda.

Depois de poucos minutos na fila, as garotas finalmente entraram na boate, e logo foram em busca de rostos conhecidos no meio da multidão.

— Scorpia! - Mermista avistou a mais alta e gritou por seu nome, as garotas olharam de um lado para o outro procurando de onde vinha a tal voz. Catra enxergou a garota de cabelos azuis sentada em um sofá grande e vermelho no canto de uma das paredes, na parte baixa de um dos camarotes. Entrapta também já estava lá. — Catra? Quem diria que a Scorpia conseguiria mesmo te convencer. - Mermista riu.

— Nada que uma boa dose de drama e suborno não façam. - Scorpia disse e ambas riram. Catra se sentou no sofá, agradecendo por não ter que ficar em pé no meio de um monte de gente bêbada e suada. — Vou buscar umas bebidas, querem alguma coisa?

— Uma cerveja pra mim. - foi tudo o que Catra disse antes que Scorpia sumisse na multidão. Se fosse para estar ali, que fosse com um bom gosto de álcool na boca.

Ela olhou o ambiente ao seu redor, permitindo encarar-se com tudo. Luzes coloridas preenchiam o lugar e Some Nights tocava alto na mesa do DJ, fazendo as pessoas se movimentarem na pista de dança enquanto cantavam e levantavam seus copos cheios de bebida. Podia falar o que quisesse daquele lugar, mas que era bonito, bem organizado e aconchegante, era.