— Pega logo e some. - Catra disse, entregando o pequeno chumaço de dinheiro para Weaver, já sem paciência.
— Finalmente um pouco de gratidão, praguinha. - a mulher pegou as notas, contando silenciosamente o dinheiro enquanto fumava um cigarro barato. — Está trabalhando em qual puteiro pra ter esse dinheiro?
— Não é problema seu. - a morena apoiou a lateral do corpo no batente da porta. — Não pergunta onde eu consegui e eu não te pergunto o que você vai fazer com isso, bien? - respondeu séria e Weaver assentiu, sorrindo com seus dentes tortos e amarelos. Catra conseguiu apenas se sentir enojada, era incrível como todo tipo de expressão positiva parecia falsa no rosto de sua mãe. — Agora, me deixa em paz. - revirou os olhos.
Weaver virou-se, mas, antes de ir embora, resolveu torrar o resto de paciência da filha com uma última indagação.
— Quem é aquela loira que trouxe você aqui naquele dia?
— Não sei do que você tá falando. - desconversou a garota, tentando fazer Weaver deixar esse assunto de lado. Nunca falara com a mãe sobre nada em sua vida, seus anseios, suas dores, seus segredos. Então, com certeza, não contaria a ela sobre Adora, e, se possível, gostaria de nunca tocar em algum assunto que envolvesse a loira. Só queria ficar em paz uma vez na vida.
— Não minta pra mim, sabe que estou de olho em você. - disse a mulher, com a voz rouca e falha como de costume. — Se mantenha na linha, garota, ou nunca vai ver a cor de nada que seu pai te deixou. - ameaçou e, em seguida, foi embora.
Catra apenas revirou os olhos e bateu a porta do apartamento. Não era nada que ela já não estivesse acostumada. Ameaças e mais ameaças.
Foi até a cozinha e tomou duas latas de cerveja nas mãos, ainda reclamando consigo mesma e bufando. Atravessou o corredor e rumou em direção ao seu quarto, empurrando a porta com os um dos pés e a abrindo, entrando no cômodo.
— Sua mãe é pior do que eu pensei. - Adora disse, olhando para o teto e com uma das mãos atrás da cabeça. Catra jogou uma das latas para a loira, que pegou com a mão que estava livre e sentou-se na cama, abrindo o lacre de metal com cuidado. — E já me detesta, aparentemente.
— Quanto você conseguiu ouvir?
— A maior parte, as paredes daqui fazem bastante eco. - Adora respondeu e Catra suspirou.
— Não leva pro pessoal, ela odeia todo mundo.
— Não levo. - a tatuada deu de ombros, dando um gole em sua bebida. — Vou ter que sair pela janela ou algo assim?
— Nah, ela vai torrar todo o dinheiro em bebida e jogos de azar, vai ficar o dia todo bêbada, nem vai te ver sair daqui. - a morena respondeu casualmente, terminando sua cerveja em poucas goladas e deixando a latinha na cabeceira ao lado da cama.
Adora ajeitou-se na superfície macia, indo com o corpo para trás até sentir suas costas entrarem em contato com a parede fria. Antes que a loira pudesse perceber, Catra já havia se sentado sobre suas coxas, deixando as pernas dobradas ao lado do corpo de Adora.
A loira encostou a cabeça na parede e olhou a latina nos olhos, vendo-a aproximar-se e encostar os lábios nos seus com ternura. Sentiu as mãos de Catra apalparem seu colo parcialmente nu, se arrepiando quando as unhas da garota deslizaram com cautela por suas clavículas. Adora segurou a morena pela nuca com uma das mãos, enquanto a outra segurava a lata de cerveja meio cheia.
Ficaram assim por alguns segundos, sentindo o hálito quente uma da outra misturado ao fraco gosto de álcool.
— Não quero te causar problemas. - Adora disse ao separarem os lábios
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Burning Bridges | Catradora
FanfictionAdora e Catra são como almas opostas que, se fossem depender do tempo, jamais se encontrariam. Em meio a estudos, trabalho e nervos à flor da pele, tudo o que menos queriam era instabilidade ou emoções complexas. Não queriam grandes feitos, dores...