Ain't A Fool

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Ao ver Adora sair pela porta, Catra virou-se e foi em direção ao caixa, ainda levemente atordoada com a situação que acabara de acontecer. Tinha suas dúvidas se aquelas palavras foram apenas pura simpatia ou um flerte direto, na verdade, poderia ser um pouco das duas coisas.

Podia não saber muito sobre a loira, mas não precisava ser muito inteligente ou malicioso para perceber que ela era cara de pau.

Pagou os seis sachês que pegou em uma das prateleiras, pegando o troco e o colocando no bolso dos seus shorts. Então, quando virou-se para a saída, deu de cara com Asami a olhando com uma das sobrancelhas arqueadas e um sorrisinho de canto malicioso estampado no rosto.

— Que foi?

— Como assim "que foi?". Eu senti isso. - a de cabelos pretos cruzou os braços e deu uma risadinha, fazendo Catra desviar o olhar e soltar ar com força pelo nariz.

— Eu não faço ideia do que você tá falando.

— É claro que não. - Asami se desencostou da parede, saindo do estabelecimento junto a Catra. — Então, você vai?

— O que?

— Pra festa. Vai ser legal, e a gente precisa sair, nem me lembro a última vez que fizemos isso juntas. - Catra pensou na possibilidade. Faziam meses desde vira Asami pela última vez e mais tempo ainda desde que saíram juntas para se divertir ou falar bobagens por aí. A mais alta era uma companhia ótima e sabia como tirar Catra do cotidiano e fazê-la esquecer os problemas. Sem dúvidas, era uma das pessoas mais alto astral que conhecia. — Então?

— Tudo bem, por qué no lo haría? - a morena respondeu, ganhando um abraço apertado da de olhos verdes.

Gracias! - Asami respondeu. Outra coisa surpreendente sobre ela era que, além de linda, rica e inteligente, ela falava cinco idiomas fluentemente, incluindo o espanhol, língua materna de Catra. Era divertido conversar com ela assim, fosse sobre um assunto que ambas não queriam que as pessoas ao redor entendessem ou fosse simplesmente para deixar todos confusos.

Além disso, Catra gostava de falar em espanhol por fazê-la lembrar de onde veio e dos bons momentos que passara em sua infância no México, antes de se mudar para Etheria aos 7 anos de idade. Por mais que tenha ficado pouco tempo em sua terra natal, se lembrava com detalhes dos momentos e das pessoas que conheceu.

Sentia muita saudade e, num futuro próximo, pretendia voltar um dia para visitar sua família, comer tacos e genuínas paletas mexicanas.

— A gente passa na sua casa e depois vamos almoçar no meu apartamento?

— Feito.

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— Pai, chegamos! - Adora gritou ao entrar em casa, acompanhada de Glimmer e Bow.

Randor saiu da cozinha rapidamente, abraçou os amigos de Adora um por vez, fez carinho em Mike e depois deu um beijo na testa da filha.

O homem amava visitas, principalmente quando eram os amigos da loira ou, como costumava dizer, seus filhos postiços. Sabia o bem que eles faziam à menina e, se deixavam Adora feliz, Randor ficava mais feliz ainda. Se preocupava demais com a filha e ficava alegre em saber que ela estava em boas mãos mesmo sem ele por perto.

— Bem na hora, acabei de cozinhar o almoço. - caminharam para a cozinha e mesmo antes de chegar ao cômodo, já podiam sentir o cheiro do strogonoff invadir suas narinas, por pouco não conseguiram sentir o gosto. Randor tirou o avental azul e o pendurou em um gancho na parede da grande cozinha.

Burning Bridges | Catradora Onde histórias criam vida. Descubra agora