Adora acordou mais cedo do que o esperado naquela manhã.
Abriu os olhos vagarosamente, esfregando seu rosto em algo macio e sentindo seu corpo preso. Então, lembrou-se da noite anterior, e de tudo que ocorrera na madrugada daquele mesmo dia e deu um sorriso.
Beijou o pescoço de Catra, que se mexeu e grunhiu baixinho. Passou as mãos pelas costas da morena e tentou se soltar do abraço da garota com delicadeza, que reclamou ao sentir o vazio em seus braços, o que fez Adora rir pelo nariz.
A morena abriu seus olhos bicolores devagar, inicialmente não conseguindo enxergar muito bem e tampando os olhos com o braço devido a claridade que entrava no quarto. A loira, por sua vez, sentou-se na cama, inclinou o corpo para frente e ficou de costas para Catra, esticando os braços para cima e se espreguiçando, sentindo seu corpo inteiro amolecer.
— Bom dia. - disse a mexicana com um tom de voz preguiçoso e arrastado.
— Bom dia. - Adora respondeu com a voz parcialmente rouca. — Que horas são?
— 11:30.
— Estranho. - a loira franziu as sobrancelhas e Catra a olhou sem entender. — Mike geralmente vem no meu quarto me acordar às 11.
— Ele pode estar dormindo.
— Eu tenho dúvidas se esse cachorro dorme. - Adora riu pelo nariz e pegou seu celular na cômoda ao lado da cama, vendo algumas mensagens que chegaram na madrugada. Entre elas, mensagens preocupadas de Bow, inúmeros áudios de Glimmer, Korra perguntando onde a melhor amiga estava e uma última mensagem de seu pai, que consistia apenas em um emoji de um joinha.
Típico.
Adora clicou no número do homem, encostou o celular em um dos ouvidos e aguardou o pai atender.
— Alô? - Randor atendeu.
— Pai, o Mike tá com você?
— Tá sim. - o homem respondeu e a tatuada respirou aliviada, já imaginando que o pior poderia ter acontecido. — Tudo bem aí?
— Yep. Só tava preocupada.
— Hum, acordou tarde mocinha.
— Pai, não começa. - Adora revirou os olhos e riu fraco pelo nariz. O homem sempre fora assim, e, por mais que os comentários e piadas constrangedoras do Grayskull mais velho fossem frequentes, a loira custava a não ficar levemente constrangida. — Que horas você volta?
— A tarde, vou ver um jogo de futebol em plumeria daqui a pouco. - Randor respondeu casualmente. — Vai querer alguma coisa?
— Trás uma cerveja pra mim? Aquela com a garrafa azul… e um pacote de doritos. - pediu a tatuada.
— Tá bem, senhorita. - o homem riu do outro lado da linha. — Vou desligar, se cuida e juízo, mocinha.
— Sim, senhor. - Adora riu baixo.
— Eu te amo.
— Também te amo. - a loira respondeu, finalizando a ligação e jogando o celular ao seu lado na cama.
Catra, discretamente, ouviu a conversa com atenção, observando a maneira que Adora falava, o seu calmo tom de voz e os sorrisos sinceros que escaparam ao decorrer da ligação. Lembrou-se de Andrew e dos tempos passados, quando seu pai ainda estava neste plano, não podendo evitar um sorriso sem mostrar os dentes. A loira e Randor pareciam muito próximos, a verdadeira relação dos sonhos entre pai e filha, a mesma relação que Catra tinha com o falecido líder da família Blackburn.
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Burning Bridges | Catradora
أدب الهواةAdora e Catra são como almas opostas que, se fossem depender do tempo, jamais se encontrariam. Em meio a estudos, trabalho e nervos à flor da pele, tudo o que menos queriam era instabilidade ou emoções complexas. Não queriam grandes feitos, dores...