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Manon saiu andando pela relva, sem destino

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Manon saiu andando pela relva, sem destino. Atravessou uma faixa estreita de árvores e caminhou até alcançar uma pequeno córrego, onde parou às margens.  Ela não sabia o que estava fazendo, só sabia que precisava espairecer o que tinha acabado de acontecer.

Em suas mãos estavam os pedaços do que havia restado de sua vassoura. Iskra iria pagar por aquilo um dia, poderia demorar anos, mas ela pagaria por aquilo conforme merecia. Grunhindo de raiva, ela depositou os restos da vassoura em meio às águas geladas do córrego. Suspirando de frustação, observou os pedaços de madeira serem levados, se dando conta que não teria condições de arrumar uma vassoura nova naquele momento.

Respirando fundo algumas vezes ela controlou a raiva que ainda fluía por seu corpo. A morte tinha soprado em sua nuca há apenas alguns minutos e a bruxa ainda sentia sensação da queda em seu corpo. Quando ela aceitou a morte eminente, algo dentro de si se quebrou, como se nada mais fizesse sentido.

Mas então Azriel a tinha salvado. Depois de tudo que ela tinha feito, depois de todas as vezes que tentou atacá-lo... o feérico a salvou. E seu cheiro impregnou no nariz da bruxa como um perfume de esperança, trazendo de volta à consciência o que tinha acabado de acontecer.

Socar a cara de Iskra tinha aliviado um pouco a tensão do que havia acontecido, mas algo ainda apertava seu peito. Algo morno e suave, algo como um sentimento... um sentimento de...

- Manon? - a voz de Azriel interrompeu os pensamentos da bruxa.

Ela se virou em silêncio e viu o illyriano saindo do meio das árvores. Ele trazia um hematoma no rosto, o cabelo levemente desgrenhado pelo salvamento, uma de suas pernas era puxada discretamente. O peito de Manon pulou de ansiedade ao vê-lo tão amarrotado e exposto. Ele parecia ter desistido brevemente da pose de feérico invencível, como na primeira vez em que eles se viram. Azriel parecia vulnerável.

- Você se machucou - Manon comentou, indo até ele.

- Eu estou bem, só uns arranhões. - ele respondeu tentando demonstrar despreocupação, mas sua tentativa de sorriso se transformou em uma careta. - Como você está?

Ele claramente estava com dor.

- Bem - ela respondeu ainda rígida. - Você precisa se sentar - a preocupação era nítida na voz da bruxa, mas ela não se importou.

Azriel se deixou ser puxado até um elevado de pedras, no qual ele poderia se sentar. Aparentemente cansado demais para contestar qualquer coisa, o macho apenas aceitou os comandos da bruxa.

Manon o pôs sentado, puxando levemente o rosto do feérico para olhar a ferida em seu rosto. Era apenas um arranhado, logo estaria completamente cicatrizado. Abaixando-se, ela puxou, o mais delicadamente que pôde, a perna de Azriel, para ver onde ele havia se machucado. Um corte longo na coxa, logo acima do joelho, mas não era profundo. De certa forma, Manon se sentiu aliviada.

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