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O barulho das lâminas era o único som dentro da floresta

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O barulho das lâminas era o único som dentro da floresta. A noite fria e silenciosa observava as duas figuras que duelavam em meio as árvores.

O brilho prateado do cabelo da bruxa cortava o ar, seguido de sua espada. O feérico, ainda com a asa levemente ferida, se esquivava do redemoinho de fúria que era Manon.

Corte, esquiva, corte.

Uma finta para o lado e Ceifadora encontrou o tronco de uma árvore. A bruxa grunhiu ao tentar puxá-la novamente, tentando liberar a lâmina. Aparentemente o corte tinha ido fundo demais no caule e agora, deixando sua espada presa. O feérico jogou Reveladora para longe e esperou a aproximação da bruxa. Manon investiu contra Azriel novamente, usando apenas suas unhas de ferro como arsenal, demonstrando exímia maestria em seus ataques. Azriel se safava dos movimentos de ataque como um felino, estudando atentamente cada gesto que Manon fazia contra ele. Seus olhos faiscavam em entretenimento. Ao redor de si, apenas uma penumbra mais escura destacava os dons do Encantador de Sombras.

Uma investida mais violenta fez o illyriano a envolve-la em sombras, deixando-a quase na completa escuridão. Com habilidade, Azriel aproveitou a distração, investindo com Manon em meio ao escuro. Girando o corpo, Az segurou o pulso de Manon, impedindo que as unhas de ferro pudessem se aproximar de suas asas. A bruxa rosnou baixo com o aperto firme. Com a mão livre, ela tentou atingi-lo de novo. Outro movimento ensaiado e sua outra mão também ficou presa sob o aperto do feérico.

Como em uma dança, o illyriano girou o corpo de Manon, fazendo-a ficar de costas contra seu corpo musculoso.

Ela estava completamente presa.

- Fácil demais - o hálito de Azriel esquentou a orelha da bruxa.

Manon tentou mexer o corpo a fim de se desvencilhar do aperto do macho, mas quanto mais se movia, mais parecia estar presa.

- Pense - Azriel falou novamente. - Não deixe a ira te cegar.

A bruxa se recusou a responder verbalmente, apenas soltando a respiração, lutando para controlar a própria raiva.  Atrás de si, a muralha de músculos era imbatível.

Respirando fundo, Manon deixou seu pensamento trabalhar, afundando a ira dentro de si, e dando lugar ao raciocínio. De olhos fechados, ela começou a pensar.

Aquilo era loucura, eles estava a apenas um dia de caminhada até Forte da Fenda, mas já era a segunda noite que passavam ali naquela floresta, treinando e treinando. Tudo tinha começado com uma simples provocação de Azriel, dizendo que ela era incapaz de lutar sem se deixar levar pela fúria. Então Manon correspondeu as provocações do feérico e o desafiou para uma luta, o que só serviu para mostrar que o babaca alado estava certo.

Mesmo com a asa ainda quebrada e se recuperando da queda, Azriel aceitou lutar com ela e tinha vencido, uma, duas, três vezes. Aquilo não estava levando a lugar nenhum e ainda estavam perdendo tempo de viagem, mas Manon tinha ficado tão frustrada com a ideia do illyriano ter razão que se deixou relaxar um pouco e aceitou o treinamento dele.

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